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Fanfic por Ana-chan


Capítulo 27

O Dia Seguinte

 

 

Kurama acordou mas se recusou a abrir os olhos. Havia acabado de ter o melhor sonho da sua vida, o mais magnífico, o mais doce, o mais impressionante. Ele e Kuronue fazendo amor a noite inteira... Havia sido tão real que ainda podia sentir seu corpo anestesiado, o cheiro e o calor dele como se ainda estivesse ao seu lado.

Abriu os olhos devagar... Estava muito escuro pra ser dia. Sensação estranha e ao mesmo tempo tão familiar... Paralisou quando reconheceu a situação em que se encontrava. Abraçado a Kuronue, coberto pela asa negra que tanto desejou ter sobre si novamente. Não tinha sido um sonho então...

"Acordou?"

A voz de Kuronue... A asa cuidadosamente fechada, expondo o rosto do youko à claridade da manhã. Kurama ainda teve um ímpeto de dizer algo do tipo "Como isso pode acontecer?" mas a expressão com que foi recepcionado fulminou esse pensamento. Haviam dormido juntos sim e tinha sido maravilhoso. Como sugerir que tudo não passara de um mero acidente de percurso? Kuronue estava lá sorrindo pra ele... Tudo o que conseguiu fazer foi sorrir de volta e abraçá-lo o mais forte que pode.

Silêncio.

"Parou de chover...", comentou Kuronue momentos depois.

Kurama não respondeu.

"... Não podemos ficar aqui pra sempre.", continuou.

"Por que não?"

"Já está tarde..."

"Vamos ficar só mais um pouco."

"Kurama... Temos que voltar e consertar o que está errado. Fugir não vai ajudar. Estamos juntos agora e tudo vai ser mais fácil, você vai ver."

Kurama sentou-se, ignorando a vontade de permanecer abraçado a Kuronue. Não conseguiria conversar direito sob o efeito inebriante que aquele contato lhe causava. Precisava pensar, por a cabeça no lugar, antes que dessem um passo errado.

"E o seu irmão?"

Kuronue apoiou-se num cotovelo, sentindo nitidamente a mudança de atitude de Kurama. Era de se esperar... Haveria muitas barreiras a serem rompidas dali para frente.

"Vou contar a verdade. Ele tem que entender que eu amo você..."

"Não era disso que eu estava falando... Você vai conseguir deixá-lo pra trás?"

"Mas... Por que? Ele pode ir com a gente..."

"Acha que ele vai querer?"

"Sei que Kaizo e você não se falam mas quando eu tiver contado tudo e ele conhecer você melhor, tenho certeza que vai ficar tudo bem. Vocês são tudo o que eu tenho..."

Devagar, Kuronue se aproximou. Abraçou seu amante por trás, encostando a cabeça em seu ombro.

"... Não é com o meu irmão que você está preocupado, não é?"

Novamente, não houve resposta.

"Vamos resolver isso também, Kurama. Confie em mim."

A afirmação não surtiu o efeito esperado. Ao invés de acalmar, só deixou Kurama mais intranqüilo. Ele se virou em direção de Kuronue num movimento quase brusco e o segurou pelos ombros, olhando-o direto nos olhos.

"Jamais chegue perto dele, está me entendendo. Najah é um problema que eu tenho que resolver sozinho. Você tem que me prometer que não vai se meter nisso, ou..."

"Ou?...", insistiu Kuronue, apreensivo.

"Ou... o que aconteceu aqui terá que morrer aqui."

Kuronue se desvencilhou das mãos de Kurama e se levantou. Caminhou até a entrada da caverna sentindo como se tivesse acabado de levar uma paulada. Parou, apoiando-se na parede de roxa. Sua mente simplesmente se recusava a processar o que acabar de ouvir. Parecia terrível demais para ser verdade que tudo terminasse daquela forma... A negação ressoava em seu pensamento enquanto os olhos enchiam-se de lágrimas.

Foi quando sentiu o youko se aproximar até parar a sua frente.

"Kuronue, olhe pra mim."

Embora sua vontade fosse a de permanecer olhando pra baixo, o som da voz de Kurama operou como uma música hipnótica para seus músculos, fazendo com que levantasse a cabeça imediatamente. Ao encará-lo, perdeu-se de vez no dourado daqueles olhos. Queria abraçá-lo novamente e prometer o que ele quisesse, por mais absurdo que fosse.

Kurama, tocou seu rosto, deixando que uma de suas mãos percorresse uma mecha de seu cabelo, agora solto, até a ponta. Depois pegou a mão direita de Kuronue. Levou-a até seus lábios e beijou-lhe as costas, num breve encostar de lábios. Encostou-a espalmada sobre seu peito, segurando-a contra si, enquanto a outra mão permanecia encaixada sobre a lateral do rosto de Kuronue, acariciando-o levemente com o polegar.

"Amo você, Kuronue... Não posso te expor ao perigo. Najah é muito mais forte do que você imagina, talvez, até mesmo do que eu imagine... Eu vou resolver isso, mas não pode ser do jeito que você está pensando. Não vou arriscar você."

"E de que jeito vai ser?"

"Eu vou pensar em alguma coisa."

Kuronue apoiou a cabeça contra a mão do youko e depois o abraçou.

"Acho que eu também quero ficar mais um pouco."
 

Já anoitecia quando a dupla regressou ao subterrâneo. Haviam passado quase dois dias fora, e embora fosse previsível que seriam interrogados de algum modo, procuraram não pensar no assunto. Inventariam alguma desculpa e a chuva ou até mesmo o incidente com o youko sem cauda serviriam para justificar a demora.

Ao se aproximarem depararam-se com um pequeno grupo de youkais. Os jovens entraram assim que os avistaram.

"Vamos nadar?", propôs Kurama, parando-subitamente.

"Que? Mas agora? Está frio!"

"Eu esquento você depois."

"Está tarde, Kurama. Daqui a pouco vai ser noite fechada e ... Ei!!"

Kuronue não teve tempo de defender seu rabo de cavalo da mão ágil que soltou a cordinha que o prendia firmemente. Em instantes a cabeleira desabava sobre seu rosto, tapando-lhe a visão.

"Seu...", disse entredentes antes de perceber que Kurama há muito já havia corrido dali.

Foi atrás dele. O youko não tinha pego grande dianteira, correndo apenas alguns metros a sua frente como numa brincadeira de gato e rato. Kuronue não precisou se esforçar muito para alcançá-lo e derrubá-lo no chão.

Por precaução Kurama fez com que a vegetação a sua volta crescesse um pouco mais...
 

Kurama espiou através da vegetação que os rodeava em busca de algum sinal de perigo. Era noite e a floresta tão silenciosa que qualquer som seria facilmente notado ainda que não fosse tomado cuidado algum.

"Somos malucos.", disse Kuronue num suspiro, enquanto puxava seu parceiro novamente pra junto de si.

"Completamente.", concordou  Kurama, voltado a se aninhar ao lado de Kuronue.

"Vamos ficar essa noite aqui."

"Eu tenho que voltar. Estamos perto demais..."

"Deixe o cabelo crescer."

"Que??"

"Gosto do seu cabelo. Queria que fosse maior."

"Por que está falando nisso agora?"

"O que tem de mais? Deixe crescer pra mim."

"Hn... Vou pensar."

Momentos mais tarde, o youko se levantou devagar, deixando que a vegetação regredisse ao tamanho original. Se vestiu sob o olhar de Kuronue que continuava deitado, imóvel.

"Tenho que ir agora. Nos vemos amanhã."

"Vou estar te esperando lá perto do lago, assim que amanhecer."

"Estarei lá."

Antes que Kurama tomasse o seu rumo, se despediram com um beijo. Uma má idéia, pois quase o fez desistir novamente... Era como se o sonho tivesse chegado ao fim.

Hora de encarar a realidade.
 

Depois de se certificar que Kuronue não podia mais ouvi-lo, Kurama deu meia volta a pegou o caminho oposto ao do subterrâneo. Não podia voltar daquele jeito ou teria problemas... Por outro lado também desejava poupar Kuronue do conhecimento dos novos rituais que teria que passar a praticar. Sempre atento, se aproximou do lago. Não seria nada fácil, mas não havia escapatória, afinal, não era o único a ter bom olfato por ali.

Tirou a roupa a contragosto. Já sentia frio suficiente estando vestido, ainda mais com o corpo recentido pela perda do aconchego de Kuronue. Experimentou a água com a ponta de um pé. Estava tão gelada que até os pelos das orelhas ficaram arrepiados. Por um momento quase desistiu mas acabou entrando de uma vez.

Momentos depois o youko saia da água na forma de raposa. Essa foi o único de driblar o frio e diminuir os acessos de tremedeira. Há muito tempo não se transformava em raposa. No passado, quando voltou a forma de youko, Kuronue o tinha convencido a não mudar mais aspecto. Tinha medo que não conseguisse se transformar de volta. Desde então foram raras as vezes em que voltou a ser raposa. Apenas em situação de perigo, quando precisava correr mais rápido. Talvez por isso tenha custado tanto a acreditar quando viu que uma nova cauda figurava entre as duas que já possuía. Sabia perfeitamente o que isso significava... Estava mais poderoso. Najah lhe explicara que um youko com quatro caudas já teria poder o suficiente para ser considerado importante entre a raça. O objetivo de Kurama era conquistar no mínimo seis, embora soubesse que não era assim tão fácil. Daí sua surpresa ao constatar a nova aquisição. Estava indo rápido...

Voltou para a forma de youko.

"Droga...", sussurrou entre dentes ao sentir o corpo tremer pela ação do vento gelado - Quantas caudas seriam necessárias para que nunca mais sentisse frio?

Voltou para onde a floresta era mais densa e se encolheu o mais que pode. Bem que gostaria de virar raposa novamente só pra dar mais uma espiada na cauda nova, mas achou melhor ficar do jeito que estava. Precisava se concentrar se quisesse se esquentar um pouco mais. E pensar que passaria por essa experiência desagradável constantemente dali pra frente. Era o único meio de o olfato apurado de Najah não detectasse o cheiro de Kuronue em seu corpo.

Ainda demorou um bom tempo para que Kurama estivesse seco o suficiente para se vestir e voltar pra casa.
 

O quarto de Najah estava vazio. Kurama não conseguiu evitar de sorrir ao constatar a ausência de seu pai adotivo. Ao menos assim teria mais um tempo para pensar em como se comportaria na sua presença. Voltou para seu próprio quarto aliviado. Refletindo bem, precisava mesmo de uma boa estratégia. Agora que tinha Kuronue, seria um sacrifício indisfarçável estar com Najah. Que bom que teria aquela noite pra descansar...

Ele bocejou só de pensar em seu colchão e cobertor. Ainda incomodado pelo frio, entrou no quarto escuro. Havia uma sombra enorme sobre sua cama, uma visão assustadora que o fez parar onde estava, incapaz de dar mais um passo sequer.

"Posso saber por onde andou?"

 

 


Continua...

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