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Fanfic por Ana-chan
Capítulo 32
Novos Rumos
Kuronue se aproximou da caverna devagar. Após quase três dias de insônia, sua dor de cabeça havia piorado consideravelmente. Precisava dormir, só não sabia como fazê-lo. No subterrâneo, mal conseguia pregar os olhos. Passava o tempo todo pensando em Kurama, imaginando se ele estava bem, atento a qualquer movimento que vinha dos últimos quartos do corredor principal.
Depois de muito relutar, decidiu ir para o lugar onde costumava se encontrar com Kurama. Talvez lá, rodeado pelo cheiro dele, conseguisse dormir um pouco.
Com cuidado, empurrou a camuflagem que cobria a entrada estreita. Logo que passou da estreita entrada, parou surpreso. Kurama estava lá.
O jovem se aproximou apreensivo. Kurama não costumava assumir a forma de raposa a toa... Lá estava ele, deitado num canto, bastante encolhido de modo que as caudas escondiam-lhe as patas e a cabeça completamente... Parecia uma bolinha de pelos. Seria engraçado se não fosse tão preocupante. Kuronue se abaixou e começou a chamá-lo, acariciando-o levemente. A raposa abriu os olhos por um breve instante, o suficiente para assegurar-lhe que estava bem e voltou a dormir.
Kuronue sabia que não vali a pena insistir... Encostou-se na
parede, ajeitando o animal em seu colo da melhor forma possível. Em pouco tempo
estava dormindo também.
Pela primeira vez na vida, Kurama e Kuronue acordaram quase ao mesmo tempo. Estavam no chão, numa posição nada parecida com a inicial. A raposa havia voltado a forma de youko durante a noite. Dormiram abraçados, tão colados um no outro que nem um inseto poderia passar entre eles.
Ambos sabiam que o outro já havia despertado, mas nem se moveram, tampouco disseram alguma coisa. Demorou algum tempo até que Kurama quebrasse o silêncio...
"Nós não vamos, não é?"
"Por que diz isso? Nós tínhamos combinado...", respondeu Kuronue, sem lhe dirigir os olhos.
"Kaizo não vai."
"Não."
"Então..."
"Eu vou com você. Meu irmão vai ficar."
"Não precisamos ir..."
"Precisamos sim."
"Se você sumir daqui comigo, nunca mais vai vê-lo novamente."
"... Eu sei."
"Não quero ser responsável por isso."
"Não é por sua causa que estamos indo embora daqui."
"Talvez seja... Tenho uma coisa pra te contar... Não tenho que ver Najah novamente. Ele disse que eu posso ir..."
Kuronue voltou-se para Kurama sem disfarçar a surpresa...
"Então acabou?"
"Acabou. Só que... Bom, eu tenho que sair do território dele."
"Ele te expulsou?!"
"Não..."
"Então podemos ficar! Quer dizer, podemos ficar aqui mesmo na caverna...", disparou Kuronue sem conter seu entusiasmo.
No entanto, a alegria de Kuronue foi rapidamente esfriada por um lento aceno de cabeça de Kurama.
"Por que não?", continuou, desapontado.
"Eu tenho que sair de vez da vida dele... ou nunca ele nunca vai me esquecer..."
"Você fala como se tivesse pena daquele estúpido."
"Não é pena... Só quero facilitar as coisas pra nós dois. Najah não é tão cruel quanto você pensa. Ele me adotou, me treinou, me deu tudo que tinha e eu o traí... Ninguém nesse mundo iria recriminá-lo se ele me matasse..."
"Você era uma criança..."
"E daí? Que diferença isso faz? Aceitei o amor dele... Nunca teria acontecido se eu não quisesse. Podia até ter dado certo se... se eu não amasse você."
Kuronue voltou a desviar os olhos, mas Kurama deteve o movimento. Ergueu-se um pouco e beijou-o de leve, só pra quebrar a tensão. Imediatamente, o jovem youkai respondeu à caricia, abraçando-o ainda mais apertado.
Haviam voltado à estaca zero. Teriam que fugir de qualquer modo. Só faltava então mudar de assunto...
"Imagino o que Kaizo não deve ter dito quando você contou sobre nós..."
Kuronue forçou a cabeça para o lado. Não esperava que Kurama tocasse nesse assunto.
"Kuronue... Você contou a ele... não contou?", indagou o youko, hesitante.
"Eu... eu disse que queria ir embora com você..."
"Não é disso que eu estou falando."
"Eu não consegui, tá? Ele ia ficar maluco..."
O levantar brusco de Kurama interrompeu as explicações. Kuronue apoiou a testa no antebraço e respirou fundo. Depois olhou na direção de seu amante. O youko havia parado próximo a abertura camuflada da caverna. Estava de costas para ele.
Kuronue se aproximou devagar, enquanto pensava no que dizer. Abraçou-o por trás, mas não obteve qualquer reação.
"Kurama... Me desculpe. É que Kaizo faz as coisas tão difíceis pra mim..."
"Não é ele, Kuronue... Eu é que faço as coisas difíceis pra você."
"Não diga isso... Eu sou um idiota mesmo. Podia ter contado e não contei. Tive medo dele não aceitar... sei lá. Kaizo é tão cabeça-dura... Mas eu quero ir embora daqui com você. Ele sabe que eu vou..."
"Você vai sentir falta dele..."
"Vou sim mas vou me acostumar... O que eu não suportaria era sentir falta de você..."
Kurama virou-se de frente e deixou-se abraçar. Queria muito ter a mesma confiança de Kuronue, mas algo lhe dizia que o futuro não seria tão fácil...
Kuronue o apertou com mais força, querendo arrancar-lhe alguma reação. Não demorou tanto assim pra conseguir...
"Ai!... Para, Kuronue... Tá me esmagando."
"Oh... tadinho dele... Tá tão sério... Deve ser de pensar que vai ter que passar o resto da vida olhando pra minha cara."
"Folgado..."
"Ah! Tá rindo... eu vi."
"Mas, Kuronue..."
"Sem essa de mas... Dessa vez quem dá as ordens aqui sou eu. Já tenho tudo planejado..."
"Ah é?", indagou Kurama com uma indisfarçável ponta de ironia.
"Isso mesmo que você ouviu. Vai sentando o seu lindo
traseirinho aí que a gente tem muito o que conversar..."
Kurama olhava para os lados, para cima... Até para o chão ele olharia, se abaixar a cabeça não fosse algo muito contrário a sua personalidade. Tudo o que não podia fazer era encarar a cena que se desenrolava à alguns metros de onde estava...
Parado, a beira da trilha, à sombra de uma árvore alta, o youko lutava para não permitir que seus olhos escorregassem para o local onde Kuronue e Kaizo estavam se despedindo. Não sabia o que seria pior, agüentar o olhar acusador de Kaizo ou constatar a tristeza de Kuronue. Sim, porque a despeito de todo o esforço com que seu parceiro se empenhara a não demonstrar-lhe o menor sinal de tristeza, sabia como ele deveria estar se sentindo por dentro...
Kurama sacudiu a cabeça tentando não se sentir culpado... No entanto, quanto mais procurava não pensar na separação dos irmãos, pior se sentia. Engoliu seco, tentando calcular mentalmente quanto tempo havia se passado desde de que aquela despedida havia começado. Já fazia um bom tempo que estava ali, sem saber direito o que fazer.
Tentou mudar de posição, encostar na árvore talvez, mas achou melhor ficar parado. Não queria parecer impaciente. Sem querer, acabou batendo com os olhos nos irmãos... Estavam abraçados... Kurama desviou os olhos rapidamente. E se Kuronue não conseguisse ir embora?
Com isso em mente, Kurama pôs-se a se mentalizar para a noticia que lhe parecia cada vez mais inevitável... Kuronue não conseguiria deixar seu irmão para trás... Não poderia culpá-lo, poderia? Se havia sido justamente a personalidade fiel e amorosa de Kuronue o que lhe havia conquistado...
Kurama suspirou. Aquela espera não parecia ter fim. Se tivessem que ficar, ficariam... Podia viver na caverna ou perto do lago, torcendo sinceramente para que Najah jamais mudasse de idéia a seu respeito... Sem falar em Hekel... Seria um desprazer viver tão próximo a ele, principalmente considerando a inexplicável facilidade que tinham de se encontrar...
Porém, com fuga ou sem fuga, Hekel teria seu troco...
Kurama olhou novamente para os irmãos... Ainda estavam juntos, conversando. Já convencido de que não iriam a parte alguma, Kurama se perguntava o motivo de tanta demora... Melhor pensar em outra coisa, por exemplo, a pequena surpresa que estava preparando para Hekel. Seria divertido, algo para animá-lo em caso de ter que ficar...
"Ei! Vai ficar aí parado?"
Surpreso, Kurama olhou para o lado e deu de cara com Kuronue, com sacola de viagem atravessada em seu ombro, sorrindo animadamente para ele...
"Que cara é essa? Tá achando que eu desisti?"
"Tava, quer dizer não... Bem... Nós estamos mesmo indo?
"Mas é claro! Desculpe a demora, tá? Eu tinha que consolar o Kaizo um pouco..."
Kurama olhou por sobre o ombro do amigo e viu que Kaizo ainda os encarava de onde estava.
"Você está bem? Ainda dá pra desi..."
"Estou bem, youko! Estou com você..."
Rapidamente, Kurama pôs a sacola nas costas. Estava bastante pesado, mas dava pra levar... Assim que ergueu o corpo, sentiu algo macio envolver sua mão... Olhou de rabo de olho. Era a mão de Kuronue que segurava a sua. Ele ainda tentou disfarçar mas a mão o segurou com firmeza, recusando a deixá-lo escapar.
"Mas... Kaizo está lá... está vendo."
Porém, Kuronue ofereceu-lhe um sorriso encorajador e deu um passo a frente, puxando Kurama pela mão.
"Vamos embora."
"Kurama, o que estamos fazendo aqui?"
"Fale baixo... Eu tenho um caso a resolver nesse castelo antes da gente sumir daqui."
"Ai, tava demorando... Que lugar é esse afinal?"
"Uma fortaleza. É um lugar bacana... uma pena que esteja tão abandonado. Já ouviu falar do Hame-kala?"
"Aquele bando de malucos?"
"Eles vivem aqui. O chefe deles é amigo de Najah. Um imbecil. Mexeu comigo, eu não gostei. Agora é a minha vez de brincar um pouquinho..."
"Que?!?"
"Fale baixo... Se pegam a gente vai ser um problemão. Depois eu te explico essa estória toda, juro. Agora sobe aí."
"Mas..."
"Por favor... Eu te compenso depois...", insistiu Kurama, sussurrando docemente no ouvido de seu parceiro.
"Tá bom, tá bom...", resmungou Kuronue enquanto subia em árvore de tronco largo, encostado ao muro alto e coberto de musgos.
"Sobe mais.", pediu Kurama ao notar que Kuronue já estava se acomodando em um galho.
"Não posso. Vai você."
"Só mais um pouco, Kuronue. Aqui você não vai ver nada."
"Esqueceu que eu tenho medo de altura?"
"Não esqueci não. Mas você precisa se livrar disso, onde já se viu? Um youkai alado com medo de altura?"
"Pare de rir."
"Sobe Kuronue. Estou aqui em baixo, qualquer coisa eu te seguro... Olha a minha mão aqui..."
"Tire a mão daí!! Tá... já estou subindo..."
"É fácil! É só você não olhar pra baixo."
Kuronue respirou fundo e prosseguiu. As coisas malucas que não fazia por Kurama...
Depois de sentar num dos galhos mais altos, sempre cuidadoso para não olhar para baixo, Kuronue suspirou aliviado. Até que não foi tão difícil, pensou, feliz com sua façanha.
"Olha a frente!"
Kuronue fechou os olhos e se segurou com mais força. Kurama acabara de passar por ele, ágil como um macaco.
"Já volto, amor.", despediu-se, estalando um beijo no rosto contraído de Kuronue.
O youkai abriu os olhos devagar e imediatamente se arrependeu.
Kurama estava caminhando sobre o galho, ligeiro como se aquele tronquinho da
espessura de um braço fosse uma passarela feita especialmente para ele. Olhou
para cima. O céu parecia tão próximo... Ao mesmo tempo em que sua mente se
esforçava para lembrá-lo de que não deveria olhar para baixo, seus olhos
foram descendo, descendo...
Kurama saiu de trás de cortina surrada aliviado. Por pouco não fora pego. Mas até que lhe correra tudo bem. Mais uma semente e sua tarefa estaria concluída.
Com cuidado, posicionou uma pequena semente esverdeada bem em cima da mesa de centro. Definitivamente, um ótimo lugar. Mal podia esperar o momento de faze-las desabrochar... Só teria que esperar um pouco mais, já que nem ele estava preparado para suportar os efeitos de sua travessura.
Assim, ele saiu de fininho, fazendo o mesmo caminho ao inverso. Sorte não ter se deparado com o detestável do Hekel...
Após cruzar o pátio, Kurama se escondeu ao lado de uma pilha de madeiras velhas. Se concentrou, detectando a presença de cada uma das sementes que havia espalhado cuidadosamente pelo castelo. Tratava-se de uma flor, completamente inofensiva, mas que exarava um cheiro insuportável ao desabrochar. Pior, além de insuportável, o cheiro era capaz de atrair a pior espécie de moscas do Makai, as vermelhas, muitas vezes do tamanho de uma mão.
"Isso vai ser uma festa!", pensou Kurama, antecipando sua diversão.
Em pouco tempo, Kurama terminou a sua parte. As sementes não
tardariam a começar a se
desenvolver. Era hora de dar o fora.
Voltou correndo, subindo o muro com o auxílio do chicote. E pensar que Najah havia insistido que ele deveria usar uma espada... O chicote sim, era uma arma de verdade. Cortava como uma espada e ainda servia para muitas outras coisas.
"Kuronue, cheguei. Vamos descer, rápido!"
Mais uma vez, Kurama passou apressado por seu parceiro... Chegou a descer um pouco antes de perceber que não estava sendo seguido.
"Kuronue, que houve? A coisa vai feder, literalmente.
Temos que sair daqui antes que nos
descubram."
"Não posso...", murmurou o youkai, com um gemido abafado.
Ele permanecia como um estátua, agarrado no tronco de olhos fechados. Kurama voltou, até ficar do seu lado.
"Kuronue não brinca comigo... Temos que ir embora, é sério."
Desta vez o lamento de Kuronue não pode ser ouvido, encoberto pelas vozes histéricas que começaram a ecoar pelo pátio do castelo. Num instante, dezenas de youkais começaram a sair correndo com as mãos sobre os narizes e expressões enojadas. Alguns vomitavam pelo caminho enquanto outros tiravam as roupas freneticamente. Parecia até uma caso de possessão coletiva.
"Queimem as malditas plantas! Abram as janelas!", gritava uma voz que se destacava entre as demais.
Hekel... A ansiedade de Kurama aumentou consideravelmente ao notar a presença do youkai loiro em meio ao tumulto. Era a primeira vez que o via exaltado.
"Kuronue, acredite em mim. Temos que descer AGORA!!"
"Não posso..."
"Sr. Hekel, onde vai?", perguntou um youkai baixo, semi-descontrolado.
"Vou caçar o autor dessa brincadeirinha...", anunciou Hekel, já exibindo o costumeiro sorriso cínico.
Kurama engoliu seco. Tinha que pensar em algo.
"Kuronue, olha pra mim!", insistiu com veemência.
O youkai resistiu mas acabou abrindo um olho, com dificuldade. Estava completamente paralisado. Sua pele estava pálida, seu corpo tremia e sua testa estava coberta por um suor gelado e pegajoso.
"Vai sem mim...", murmurou fracamente.
"Kuronue, confie em mim... Segure nas minhas costas. Eu vou descer você."
"Não."
"Eu não vou deixar você cair."
Kuronue fechou os olhos e deixou que um braço escorregasse pelas costas de Kurama.
"Isso, agora o outro braço..."
Kurama se segurou como pode. Assim que o peso de Kuronue se fez sentir em suas costas, começou a descer, devagar, mas com determinação, sem se descuidar de avisar Kuronue antes de fazer um movimento mais brusco. Assim que chegaram ao chão, o youko pegou as duas sacolas e a mão de Kuronue e correu em direção da mata fechada.
Subitamente, Kurama parou.
"Estamos salvos?", perguntou Kuronue ofegante.
"Acho que sim. Olhe pra cima."
"Não estou vendo nada. Que zumbido estranho é esse?"
Kurama usou seu youki para fazer com que as árvores afastassem um pouco a folhagem. Kuronue torceu o nariz ao constatar o céu tomado por um imenso enxame de moscas vermelhas, grandes como pardais, na direção contrária a que estavam correndo.
"É... Acho que agora ele vão ter mais com o que se preocupar...", comentou o youko, sorrindo alegremente.
"Não estou entendendo nada... Pra que isso tudo?"
"Mas você, hein? Acho que tenho que dar um jeito nesses seus medinhos..."
"E eu tenho que dar um jeito nessa sua arrogância. A gente mal começou a viajar e você já arrumou encrenca... Pior, por motivo nenhum!"
"Já te disse que eu tinha que dar uma lição em uma pessoa."
"Ah... você e seus acertos de contas... E não pense que me dei por satisfeito com essa explicação boba! Quero saber direito que estória é essa de Hame-kala e amigo do mestre..."
Kurama riu do nervosismo de seu companheiro... Sabia bem que ele ainda não tinha se recuperado do susto. Talvez fosse tempo de dizer algo para descontrair...
"Ah... Mas não venha me dizer que não foi engraçado..."
"Hn..."
"Hn, o que?"
"Fiquei com tanto medo que nem vi nada..."