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Fanfic por Ana-chan


Capítlo 34

O Reino de Laizen

 

 

Amanhecia no aconchegante quartinho onde Kurama e Kuronue estavam hospedados há quase sete dias. Havia esfriado mais um pouco e a cidade estava coberta por uma fina camada de neve, o que parecia lhe adicionar um charme especial.

O youko abriu os olhos devagar. Não se incomodaria de voltar a dormir, mas uma carícia suave em seus cabelos o incentivou a desistir dessa idéia. Assim que a visão se fez nítida novamente, pode distinguir o rosto de Kuronue, fitando-o com um sorriso acolhedor. Os dois se olharam por algum tempo antes que o youkai alado tomasse a iniciativa de um abraço apertado.

Ainda estava com saudades...

Kuronue aproximou seu rosto deixando que uma lágrima caísse sobre o cabelo prateado. Desde que Kurama havia ficado doente não fazia outra coisa a não ser cuidar dele o tempo todo, mesmo depois que ele se dera sinais de melhora. Sua dedicação sem medida era de amolecer qualquer coração.

"Chorando de novo?", murmurou Kurama.

"Desculpe. É que todo dia de manhã, quando eu vejo você dormir, eu lembro de quando cheguei a pensar que nunca mais ia ver a cor dos seus olhos novamente."

"Não pense mais nisso. Eu já estou bom..."

"Eu sei... É que cada vez eu tenho mais certeza de que não poderia viver sem você."

"Baka, eu estou aqui, não estou?"

"Está... e eu te amo mais do que tudo."

"Também te amo."

A expressão vigorosa do rosto de Kurama encorajou Kuronue a beijá-lo. Há sete dias não se beijavam de verdade e ambos ansiavam por poderem se tocar novamente, embora Kuronue não estivesse inclinado a ceder tão rápido.

"Não.", afirmou, apartando o beijo.

"Não por que? Eu quero você..."

"Você tem que descansar."

"Estou farto de descansar. Se eu não estivesse bem, não teria vontade!"

"Shin mandou você ficar quieto aí dez dias. Não passaram nem sete!"

"Eu melhoraria mais rápido se você fizesse mais o que EU quero, e menos o que Shin quer!", desabafou Kurama, cruzando os braços.

Kuronue suspirou, ignorando o ar emburrado de Kurama. Deitou-se ao lado dele, esticou as asas e o puxou sem cerimônia até que o youko pudesse recostar a cabeça em seu braço. No entanto, em se tratando se Kurama, nunca era demais reforçar...

"Isso, quietinho. Como irmãos."

"Hn."

"Daqui a pouco vou pegar alguma coisa pra você comer. Agora descruze os braços, tá? Seja um bom youko que assim você fica bom mais depressa."

"Solta o cabelo, vai..."

Eles se entreolharam...

"Tá, tá bom... Mas sem gracinhas..."

Kuronue puxou a tirinha de couro que prendia o indefectível rabo-de-cavalo, espalhando seus longos cabelos negros pelos travesseiros.

Por um momento, os jovens permaneceram calados e quietos. Porém, Kurama, bem devagar, foi se virando até ficar de bruços sobre ele.

"Deixa eu te dar só um beijinho, vai... Se você continuar se fazendo de difícil vou acabar doente de novo!"

"Alguém já te disse que você é o youkai mais teimoso já nascido no Makai?"

"Eu estou sentindo tanto a sua falta...", sussurrou, roçando seu rosto levemente sobre o peito do outro.

"Kurama...", murmurou Kuronue, esmorecendo ante a insinuante insistência do youko.

"Só uns beijinhos..."

Kuronue calou-se, aceitando um beijo que não só lhe tirou o fôlego como o convenceu plenamente de que Kurama já havia recuperado a disposição habitual.

O youko, então, se pôs de joelhos, uma perna de cada lado do corpo de Kuronue, ciente de que havia vencido sua resistência. Indeciso, ele puxava ora as roupas de Kuronue, oras as próprias, de modo atabalhoado, quase violento. Sentia o desejo lhe consumir de modo desesperado, como se, somente naquele momento, seu corpo tivesse dado conta que continuava vivo. Mais do que nunca, precisava tê-lo junto de si...

E por mais que Kuronue tentasse segurar o ritmo, era evidente onde o furor daquelas carícias os iria levar. Kurama empurrou os quadris entre as pernas de seu amante, demonstrando suas intenções, ao mesmo tempo em que os lábios deslizavam pela curva de seu pescoço e os dedos se enroscavam nas mechas negras, puxando-as levemente.

Sem pensar mais em nada, Kuronue deixou que um gemido lhe escapasse pelos lábios semi-abertos...

Foi então que a porta bateu. Uma, duas, três vezes, até que não pudesse mais ser ignorada.

"Mas que merda...", desabafou Kurama entredentes...

"Não precisa se levantar, deve ser o Shin...", informou Kuronue, sem disfarçar seu desapontamento.

Kurama respirou fundo e voltou para a posição original. Não queria ter pensamentos furiosos em relação à Shin, afinal, ele praticamente o havia curado com seus remédios e ervas, mas a verdade é que extremamente aborrecido... talvez até mais do que isso.

Rapidamente, Kuronue vestiu as calças. Não pode evitar de pensar em como a havia tirado... incrível como Kurama era capaz de fazê-lo perder totalmente a noção das coisas... Ele abriu a porta e saiu, embaraçado demais para permitir que o visitante entrasse.

Encostado na parede do corredor, Shin arregalou aos olhos ao ver a figura que saía do quarto...

"Olá Shin...", cumprimentou Kuronue, sem graça...

"... Ah... Desculpe. Interrompi alguma coisa?", perguntou o youkai mais sem graça ainda, com o olhar pregado sobre os cabelos negros que alcançavam os quadris de Kuronue.

"Er... Estávamos... dormindo."

"Sim. Kurama acordou bem disposto esta manhã, imagino..."

"Muito."

"É... bom, eu trouxe uma coisa... Será que você poderia entregar a ele pra mim?"

"Claro, entrego sim.", respondeu firme ao receber o pacote das mãos de Shin.

"Será que eu poderia..."

"Olha... ele ainda não acordou direito e eu..."

"Tudo bem, eu compreendo."

"Shin... Se lembra daquilo que eu pedi?"

"Lembro, mas não sei se posso fazer isso. Você tem que entender que há interesses mais elevados envolvidos nisso... "

"Por favor, Shin. Deixe ele fora disso... Eu não acredito que ele se interesse por te ajudar mas... Não é justo..."

"Vou pensar a respeito, Kuronue... Bem, vou indo então. Qualquer coisa que ele... que vocês precisarem, estarei em casa."

"Obrigado, Shin. Por tudo."

"Ora... Não fiz mais do que minha obrigação... "

Shin virou-se ao se convencer que não seria convidado para entrar... Por que estava se enganando afinal? - pensou, ao descer as escadas. Kurama não ficaria de qualquer jeito...

O jovem youkai suspirou assim que bateu a porta do quarto... Que situação.

"Era Shin?", perguntou Kurama, cruzando os braços atrás da cabeça.

"Era sim..."

"E ele foi embora? Por que não entrou?"

"Ele estava com pressa, eu acho. Deixou isso pra você."

Kurama abriu o embrulho pensativo... Kuronue estava tão estranho... Dentro do pacote, encontrou frutas variadas e um pequeno livro sobre plantas medicinais... No entanto, ao mesmo tempo em que examinava o presente, sua atenção mantinha-se fixa na atitude apática de seu parceiro.

"Não vai me contar por que está com essa cara?"

"Dá pra largar isso aí?"

"Isso o que?"

"Essas coisa que o Shin mandou. Vai ver está tudo contaminado dessa doença maluca de youkos..."

"Credo Kuronue! Tudo bem que ele atrapalhou a gente um pouco mas também não é pra ficar assim... Se não fosse ele talvez eu nem estivesse mais aqui..."

"Eu sei...  me desculpe... É que... É que ele gosta de você."

Kurama permaneceu estático por um instante antes de começar a rir como se tivesse acabado de ouvir o maior absurdo de sua vida.

"Não ria... Eu sei do que estou falando."

"Que idéia..."

"Eu também achei que era loucura minha no começo... Só que um dia eu dormi do seu lado e quando acordei dei de cara com ele mexendo no seu cabelo, dizendo coisas melosas... Ele gosta de você sim... Por isso eu trouxe você de volta pra cá."

A novidade roubou o sorriso do rosto de Kurama. Não se lembrava bem do que lhe acontecera nos últimos dias antes de ter acordado na véspera... Lembrava de Shin, é claro... Do encontro na taverna, de ter ido até sua casa e até mesmo da imagem de seu rosto em lembranças vagas, quase como se fosse um sonho. Mas nada que o levasse a pensar numa coisa dessas...

"Eu não queria te perguntar isso agora, mas...", continuou Kuronue, visivelmente ansioso, "... Você estava na casa dele..."

"Ah não... Não me pergunte o que eu estava fazendo lá, por que eu não vou agüentar...", irritou-se o youko.

"E o que você quer que eu pense?", insistiu Kuronue, levantando a voz.

"Qualquer coisa, menos o que está pensando.", retrucou Kurama, levantando-se da cama.

"Onde vai?"

"Lá fora mijar, não posso?"

Kuronue esperou sentado na cama até que Kurama voltasse do banheiro, localizado no fim do corredor. Estava se culpando por não ter ido com ele... E se ele se sentisse mal ou coisa assim? Ao vê-lo bater a porta, respirou aliviado mas nada disse.

Um momento interminável de silêncio se seguiu.

"Desculpe... Acho que estou com..."

"Ciúmes.", concluiu Kurama.

"É...", confirmou Kuronue, sem jeito... "É que ele te tratou tão bem... Me senti mal por ser tão inútil..."

Kurama se sentou ao lado dele.

"Não diga bobagens... Não posso mandar no coração dos outros, mas tenho certeza que no meu só há lugar pra você."

Kuronue sorriu. No entanto, essa não era a única novidade desagradável que esperava Kurama.

"Tem mais uma coisa que eu preciso te contar..."

"Hn... O que?"

"Estamos duros."

O youko piscou, um tanto alarmado...

"Er... Olha... Não sei quanto a você, mas eu ainda não estou não. Se bem que você pode me ajudar a resolver esse problema rapidinho...", sugeriu, deixando que sua mão descesse pelas costas nuas de Kuronue.

"Pelos Deuses Kurama!!!! Não é disso que eu estou falando!! Quero dizer que estamos sem nada pra vender ou trocar. Lisos, quebrados, entende??"

"Ah... Podemos resolver isso também... Mas... Já que tocou no assunto, será que não dava pra terminarmos o que começamos há pouco?"

Kuronue fechou os olhos, sentindo a mão do youko descer ainda mais...

"Você é mesmo impossível..."
 

Naquele mesmo dia, os youkais deixaram a ex-cidade dos youkos para trás. Kuronue ainda não havia se conformado com a insistência de Kurama em se despedir de Shin mas acabou deixando pra lá. Tudo o que desejava era deixar aquele lugar maldito pra trás. Depois, não podia dizer que Shin havia agido mal no final das contas. Além de não ter feito nenhuma cena açucarada de despedida, desistira de vez da idéia de convencer Kurama a ficar e ajudá-lo a salvar youkos moribundos.

Bom talvez ele simplesmente tivesse acreditado quando jurou por todos os Deuses que Kurama era só meio-youko...

Até que os jovens tiveram sorte. Mal haviam posto o pé na estrada e conseguiram uma carona gratuita. Não voluntária, á claro, mas dificilmente o líder daquela imensa caravana daria importância ao fato de estarem viajando como clandestinos em um dos compartimentos de carga. O destino não podia ser melhor, o reino de Laizen. Finalmente toda a grandeza do único reino do Makai estaria ao alcance de suas vistas... e de suas mãos também, já que, evidentemente, não planejavam sair do reino com as sacolas vazias.

Durante o percurso não houve praticamente nada para roubar. Se não fosse pela miraculosa capacidade de Kurama de produzir vegetais, talvez até mesmo fome eles tivessem passado. A verdade é que já estavam um pouco cansados das paragens rotineiras e das cidadelas imundas que quase nada os podia oferecer. Como o último lugar razoavelmente civilizado onde tinham estado havia sido um total desastre, preferiram seguir direto para o destino almejado. Estavam absolutamente convictos que o reino de Laizen valia qualquer sacrifício.

Por sorte, não faltava muito. Em pouco mais de quarenta dias, torres altas puderam ser avistadas ao longe. Isso fez com que Kurama e Kuronue desistissem do compasso lento da caravana e seguissem o resto do caminho com as próprias pernas. Kurama estava quase sem sementes, e apesar do fim do inverno, a vegetação ainda não havia dado sinais de vida naquela região.

Ao se aproximarem, a primeira coisa que os jovens notaram foram ruídos infernais... Era como se, naquelas torres altas, houvesse alguém agonizando terrivelmente... Chegava a ser macabro... Para a decepção de Kurama, as tais torres altas foram as únicas construções imponentes que pode observar ao chegar mais perto. Definitivamente, o reino de Laizen era um lugar muito estranho...

"Alto!", gritou alguém, se aproximando repentinamente.

Rapidamente Kuronue segurou seus pêndulos em posição defensiva, ao contrário do youko que permaneceu impávido, olhando a criatura que lhes falava de alto a baixo como se não fosse mais do que um bicho.

"Quem são vocês? O que querem aqui?"

"Nós somos...", começou Kuronue.

"Não te interessa!...", cortou Kurama, "... E quem você pensa que é pra pular na nossa frente desse jeito. Você podia ter morrido, sabia?"

O youkai jovem de pele acinzentada e cabelos espetados, parou estupefato. Era soldado de fronteira há pouco tempo mas se considerava bem treinado. E aquela conversa não estava no roteiro...

"Er... Sou soldado de Laizen, imperador do leste! Vocês são forasteiros e devem me dizer quem são e o que vieram fazer aqui ou..."

"Ou?", forçou Kurama.

"Ou eu serei obrigado a matá-los!"

Dessa vez nem Kuronue resistiu. Eles começaram a rir ali mesmo, sem se importar com a estúpida ameaça que acabaram de ouvir.

O soldado enrubesceu de raiva. Seus punhos apertaram a lança que segurava com força ao mesmo tempo em que seu corpo se lançou num débil e descoordenado movimento de ataque.

"Ahhhhhh!", gritou o infeliz ao se atirar contra os invasores.

Subitamente, o youkai viu-se de mãos vazias. Sua arma foi-lhe arrancada tão rapidamente que nem pode perceber como. Estava indefeso, semi-paralizado, olhando para aqueles forasteiros que pareciam se divertir as suas custas.

"Com um soldado feito esse não dá nem pra estranhar a pindaíba desse lugar...", comentou Kurama ironicamente.

"Pega leve, youko...", emendou Kuronue, um tanto apiedado com a situação, "... E aí garoto? Que tal ser um bom soldado e dizer pra gente onde fica a cidade?"

"Cidade? Mas vocês já estão nela.", respondeu o youkai resignado.

"Não acredito...", resmungou Kurama dando as costas.

"Pera aí? Nessa cidade só tem essas torres esquisitas aí?", indagou Kuronue, preocupado.

"O nosso rei vive nelas. Do outro lado da colina vivem os soldados... É só."

"Laizen vive aí?", indagou Kurama apontando para as torres, com expressão desgostosa.

"Isso mesmo."

"Tô fora..."

"Calma, Kurama!", pediu Kuronue, tentando disfarçar o próprio descontentamento, "... Me diga uma coisa, soldado. Onde ficam as pessoas normais, mercadores, donos de terra..."

"Bom, de vez em quando vem gente assim por aqui. Mas desde que o nosso rei se recolheu o reino tornou-se exclusivamente militar..."

"Militar... isso!", continuou Kuronue esperançoso, "... Devem haver generais por aqui, comandantes, com tendas, armas, medalhas..."

"Ah... Isso tem!", afirmou o vigia orgulhoso.

"Bom, já é alguma coisa...", consolou-se Kuronue lançando um olhar desanimado para Kurama.

"Já sei! Vocês vieram se alistar!", disparou o soldado com convicção.

"Alistar?... Isso! Isso mesmo, garoto. Dá pra liberar a gente agora?"

"Claro! Por que não disseram que queriam se alistar antes? O comandante responsável vive numa casa alta, perto do moinho."

Os ladrões se entreolharam.

"Será que dá pra dizer se tem vigias lá?", perguntou o youko antes de ser interrompido por uma forte cotovelada de seu parceiro.

"Hum... Acho que só a noite...", prosseguiu o ingênuo youkai.

"Muito obrigado, ga.., quer dizer soldado! Você é um ótimo guarda!", cumprimentou Kuronue arrastando o youko pelos braços.

"Obrigado senhor!"

A dupla alcançou rapidamente a trilha principal, Kurama ainda sendo segurado firmemente por Kuronue, que lutava contra o vontade de explodir em gargalhadas...

"Caramba Kuronue... Precisava me bater desse jeito? O imbecil estava quase me dizendo onde Laizen guarda a roupa debaixo..."

"Você abusa, Kurama... Coitado do garoto..."

"Coitado uma ova! Até uma batata é mais esperta do que aquilo!"

"Ai... Não fala em batata que meu estômago está dando voltas..."

"Azar o seu! Quem mandou não deixar eu trazer as frutas que o Shin deu?... Com aqueles sementes a gente ia ter refeição garantida por um bom tempo..."

"Ah... Eu prefiro passar fome... Diabo de lugar também... O grande reino do Makai e tudo o que eu vejo são torres esquisitas..."

"Pois eu é que não estou achando a menor graça em ficar de barriga vazia... Anda, vai. Vamos nos misturar com os soldados... Se todos forem inteligentes como aquele, não vai falar almoço pra gente nesse lugar."

"Estou indo, estou indo...", resmungou Kuronue, seguindo seu parceiro.

Ao alcançá-lo, passou o braço ao redor de seus ombros. Assim, a dupla caminhou lado a lado pela trilha larga que levava ao grande descampado, onde se enfileiravam as os soldados do reino de Laizen.

Seria uma longa noite...

 

 


Continua...

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