Meus Poemas

 

 


Soneto da Fidelidade

(Vinícius de Moraes)

 

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

 

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

 

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

 

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 

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Nem tudo é fácil
 


(Cecília Meirelles )


É difícil fazer alguém feliz,
assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo,
assim como é fácil não dizer nada.
É difícil ser fiel,
assim como é fácil se aventurar.
É difícil valorizar um amor,
assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje,
assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom,
assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz,
assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir,
assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém,
assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão?
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir?
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira
escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas?
Mas quem disse que é fácil ouvir você?!
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se?
Mas quem disse que é fácil ser feliz?!
Nem tudo é fácil na vida...
Mas, com certeza, nada é impossível...
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos,
Mas também tornemos todos estes desejos,
REALIDADE!

 

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Retrato

(Cecília Meirelles )

 

Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.

 

Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.

 

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

a minha face?

 

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Afinidade

( Mª Helena de Magalhães Dourado)

 

Unem-se os corações.

Encontram-se os sentimentos,

casam os pensamentos,

convivem as emoções.

São elos entrelaçados

perfeitamente encaixados,

que caminham lado a lado

 nem arestas, nem imperfeições.

A confiança se faz,

dividem-se os segredos,

sem restrições e sem medos

são afins, quase iguais.

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Anoitecer

(Maria Helena de Magalhães Dourado)

 

O céu se veste

do vermelho alaranjado

de um fulgurante

sol poente.

No horizonte, a imensa esfera de luz

extasia, encanta

paralisa os olhos.

E o crepúsculo

envolve o campo,

o coqueiral,

a terra,

revivendo sonhos,

despertando ansiedades.

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Silêncio

Maria Helena de Magalhães Dourado

 

Silêncio, pois o céu

já desceu suas cortinas.

Silêncio, pois os pássaros

já buscaram a paz dos seus ninhos.

Silêncio, pois as pétalas

se fecharam fazendo dormir as flores.

Silêncio, porque eu preciso

mergulhar em pensamentos,

viver a realidade desejada,

sonhar e ser feliz

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Poema do Beco

(Manuel Bandeira)

 

Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?

- O que eu vejo é o beco.

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Motivo

(Cecília Meireles)

 

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

 

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

 

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

 

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.

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Sonhei que...

(Maria do Carmo Santos da Silva)

 

Sofri teu sofrer,

sorri teu sorriso,

vivi tua vida.

Enfim me entreguei.

Mas!

Teu sofrer,

teu sorriso,

tua vida;

na minha vida

foi quimera.

Acordei.......

Continuo a tua espera...

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Filosofia

(Ascenso Ferreira)

 

Hora de comer - comer!

Hora de dormir - dormir!

Hora de vadiar - vadiar!

Hora de trabalhar? 

- Pernas pro ar que ninguém é de ferro!

 

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