Se um homem passar uma hora por dia vagando entre as árvores de um bosque por amor à natureza corre o risco de ser visto como um tolo, ou mesmo um vagabundo. Se, porém, esse mesmo homem passar toda sua vida derrubando as árvores daquele bosque para transformá-las em papel ou lenha para fornos de pizza, certamente será louvado como grande empreendedor, homem de visão um exemplo a ser seguido...

Não é de se estranhar que cada vez mais se questione valores como esse, cultivados por gerações como sinônimo de "normalidade", como se a adoção de um comportamento  de massa pré-estabelecido fosse a chave para a felicidade do indivíduo.

Por esse processo de condicionamento, o jovem é induzido a substituir sua curiosidade natural pelo desconhecido, pelo medo do futuro, e deixa morrer seus sonhos em troca de uma realidade socialmente aceitável, mas destituída de qualquer desafio, uma vida de monótonas certezas.

Trecho do Prefácio de Marçal Ceccon, do livro Aventuras em Terra e Mar de André Zinsly.