
Revisão dos
manuais APQP e FMEA
As novas atualizações dos manuais
FMEA – Análise de Modo e Efeitos de Falha Potencial – 4ª edição e APQP –
Planejamento da Qualidade do Produto e Plano de Controle – 2ª edição, da AIAG,
foram lançadas em julho em suas edições originais e chegam ao mercado em
português por volta de setembro ou outubro. O grande diferencial em ambas as
versões é o foco no cliente em todas as fases de desenvolvimento do produto,
para minimizar o risco de alterações e, principalmente, atender as expectativas
do mesmo. As publicações foram traduzidas para o português pelo IQA (Instituto
da Qualidade Automotiva).
Destinado às áreas da qualidade e engenharia das montadoras e indústrias de
autopeças, o manual APQP busca nessa atualização se alinhar de forma definitiva
às exigências da ISO TS 16949. Nas versões anteriores do manual APQP, o foco se
concentrava nos processos, e com isso a comunicação com o cliente era escassa,
portanto, havia sempre o risco de não atender às expectativas. Já nessa nova
versão, a comunicação entre o fornecedor e cliente precisa ser planejada e
evidenciada. O cliente deve acompanhar todo o processo de desenvolvimento do
produto, desde o planejamento até a concepção. Desse modo, o manual mostra que a
necessidade de contato constante com o cliente reduz as possibilidades de
alterações nos projetos.
Além disso, o manual traz algumas referências para o atendimento de requisitos e
necessidades específicas de cada cliente. A nova versão mostra que é preciso que
a equipe faça um levantamento das necessidades de cada cliente quanto ao
produto. É preciso conhecer claramente esses requisitos. Outra mudança é quanto
à definição do escopo do desenvolvimento, ou seja, uma descrição do que a equipe
deverá realizar. Dessa maneira, o manual enfatiza os objetivos, metas e
abrangência do desenvolvimento de produtos, visando à redução do número de
alterações identificadas durante os processos. Na nova versão, outro destaque é
quanto às mudanças no texto, que está mais objetivo e conciso.
Já o manual FMEA possui mais conteúdo, além de esclarecer dúvidas freqüentes
para a elaboração dos FMEAs nas organizações. Uma grande alteração é o
alinhamento dos pontos em comum entre os dois principais tipos de FMEA – o DFMEA
(projeto) e o PFMEA (processo). Outra mudança, é que a publicação também
enfatiza que o FMEA é parte do APQP e não deve ser considerado como um evento
único e individual.
O FMEA é uma ferramenta fundamental para as empresas, pois busca identificar
falhas em produtos e processos para que possam ser corrigidas e isso está ligado
ao objetivo do APQP. Agora, com essa nova revisão, fica clara essa interação e
também a importância do FMEA para que se consiga identificar essas falhas.
Outro ponto forte é a eficácia do FMEA, mas que dependerá da atuação de
diferentes departamentos da empresa, portanto a atuação de equipe
multidisciplinar se faz necessária. Como o FMEA é uma técnica preventiva, ela
gira em torno de conhecimento e experiência. Diante disso, o manual enfatiza que
pessoas de diferentes áreas na empresa podem contribuir trazendo diferentes
experiências, gerando mais qualidade para o processo.
O manual também disponibiliza um modelo do formulário FMEA, mas a empresa não
necessita seguir o padrão. As formas com que se descobrem às falhas podem ser
definidas pela própria empresa. O manual reforça que não existe um modelo
específico de FMEA, portanto, está sujeito ao trabalho de cada equipe.

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