Cor de fundo:  

A Verdade Sobre os Dízimos

Por: José Aparecido Carvalho


O que é DÍZIMO? Imediatamente, você poderá pensar: Dez por cento dos meus rendimentos para os cofres da igreja.

Mas será que o Senhor Deus ainda exige que pratiquemos alguma ordenança da Lei do Antigo Testamento (da qual foi instituído o DÍZIMO), mesmo depois que o seu filho amado Jesus, se entregou em sacrifício vivo (EF 5.2); E pela aspersão do seu sangue na cruz nos remiu dos nossos pecados (APOC.1.5)?. Vamos meditar na palavra, e conhecer a verdade que envolve esse "MITO" chamado DÍZIMO, que está sendo levado de maneira desvirtuada aos fiéis, por muitos pregadores.


DÍZIMO: A DÉCIMA PARTE


DÍZIMA: Contribuição ou imposto equivalente a décima parte dos rendimentos.

OBS: Pesquisa realizada nos dicionários da língua portuguesa AURÉLIO e MASTER.

Como podemos observar, DÍZIMO é a décima parte de qualquer coisa. DÍZIMA sim seria a contribuição ou imposto equivalente a décima parte dos nossos rendimentos. Mas, muitos pregadores pedem o DÌZIMO. Ainda que na Lei de Moisés, a qual foi pôr Cristo abolida (Luc 16.16), o DÌZIMO nunca foi dinheiro para os cofres das igrejas, mas alimento destinado a suprir as necessidades dos levitas que não tinham parte nem herança na terra prometida. Vejamos:

DEUT 14.24-27 - "E quando o lugar que escolher o Senhor teu Deus para fazer habitar o seu nome, for tão longe que não os possa levar, vende-os e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus e compre tudo o que a tua alma desejar, e come ali perante o Senhor teu Deus, e alegre tu e tua casa. Porem, não desampararás ao levita que está dentro das tuas portas e não tem parte e nem herança contigo".

Você deve prestar muita atenção neste texto quando o Senhor diz que você deve atar o dinheiro na tua mão, (não é na mão de nenhuma outra pessoa), e ir ao lugar que escolher o Senhor, e comprar o que a tua alma desejar, para ali fazer habitar o nome do Senhor Deus.

Então alguém poderá citar Malaquias 3.10 e vai lhe mostrar que deve levar o DÍZIMO para a casa do tesouro, mas também neste versículo a palavra está dizendo: "Para que haja MANTIMENTO na minha casa". E o que é MANTIMENTO?

MANTIMENTO: Aquilo que mantém, sustento, comida, dispêndio, gênero alimentício, etc. Enfim, DÌZIMO nunca foi dinheiro destinado para salário de dirigentes de igreja, viagens, carros, etc, mas a finalidade única dos Dízimos sempre foi a caridade.

Ainda que os dirigentes das igrejas revertessem toda a renda dos DÍZIMOS e OFERTAS em obras sociais, ainda não estava de acordo com a palavra do Senhor, pois alem do DÌZIMO ter sido abolido (HEB 7.5-12), a caridade é entre você e Deus (MAT 6.1-4). (Ver estudo pg 7 "A supremacia do Amor".


OS DÍZIMOS ANTES DA LEI


O DÍZIMO DE ABRAÃO

GEN 14.18-20 - Abraão deu todos os DÍZIMOS dos despojos da guerra ao Rei Melquisedeque, sacerdote do Deus altíssimo, e foi por ele abençoado.

O DÍZIMO DE JACÓ

GEN 28.20-22 - Jacó fez um voto ao Senhor, prometendo-lhe dar os DÍZIMOS de tudo quanto ganhasse, se em sua jornada fosse por ele protegido e abençoado.

Em ambos os casos, não há registro na palavra do Senhor que tenha havido ordenanças ou determinação para que se dessem os DÍZIMOS. Foi um ato voluntário e espontâneo, ou por voto. Como forma de agradecimento e honra ao Senhor Deus, pelas bênçãos recebidas e pelas vitórias conquistadas. Portanto, hoje não se pode tomar como exemplo os DÍZIMOS de Abraão e Jacó, como fundamento para implanta-lo como regra geral de doutrina na igreja.


OS DÍZIMOS PELA LEI


NUM 18.21, 24, 26 - O pagamento dos DÍZIMOS teve ordenança, fazendo parte do contexto da Lei do Antigo Testamento, e tinha caracter de caridade, pois a sua principal finalidade era suprir as necessidades dos Levitas que não tinham parte nem herança na terra prometida, dos órfãos e viúvas.

DEUT 14.29 - "Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viuva que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos que fizeres".

Em suma, o Dízimo foi criado por Deus, com a finalidade exclusiva de fazer caridade aos necessitados.


OS DÍZIMOS NO EVANGELHO DE CRISTO


No Evangelho de Cristo "Ele" nos ensina fazer caridade, nos ensina a orar, nos ensina a jejuar (MAT 6.1-18), e uma infinidade de outros ensinamentos, porém nas duas únicas vezes que "Ele" referiu-se aos DÍZIMOS, foi com censura. Vejamos:

MAT 23.23 - "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da Lei, o Juízo, a misericórdia e a fé; deveis porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas". Então alguém poderá dizer que Jesus ordenou que dizimasse, porque "Ele" disse que "Deveis fazer estas coisas". Jesus reconheceu a Lei de Moisés e disse desta forma, porque era um judeu, nascido de mulher, nascido sob a Lei (GAL 4.4), com a missão de cumprir a Lei:

MAT 5.17, 18 - "Não cuideis que vim abolir a Lei e os profetas, mas vim para cumpri-la , e, nem um jota ou til se omitirá da Lei, sem que tudo seja cumprido".

E realmente cumpriu a Lei. Ex: Foi circuncidado aos oito dias, foi apresentado na sinagoga (LUC 2. 21-24), assumiu o seu sacerdócio aos trinta anos (LUC 3.23, NUM 4.43, 47), curou o leproso e depois mandou-o apresentar ao Sacerdote a oferta que Moisés determinou (MAT 8.4, LEV 14.1...), e cumpriu outras formalidades cerimoniais da Lei. Porém, quando Cristo rendeu o seu espírito a Deus (MAT 27.50,51), o véu do templo rasgou-se de alto a baixo, então passamos a viver, pela graça do Senhor Jesus, encerrando-se ali todas as ordenanças da lei de Moisés, ficando abolido o Antigo e introduzido o Novo Testamento, o Evangelho da salvação do Senhor Jesus Cristo.

O que precisamos entender, é que Cristo não veio a ensinar os Judeus a viverem bem a Velha Aliança, "Ele" disse: "Um novo mandamento vos dou" João 13.34. "Não aniquilo a graça de Deus, porque se a justiça provem da lei, segue-se que Cristo morreu em vão"(GAL 2.21).

Em Mateus 5.20 disse Jesus: "Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus". Observem que o Senhor Jesus Cristo mandou justamente os escribas e fariseus (os quais o Senhor sempre os tratava por hipócritas, falsos) que cumprissem a Lei de Moisés, Lei que ordena o pagamento dos DÍZIMOS. Nós porém, para herdarmos o reino dos céus, não podemos de forma alguma cumprir o ritual da Lei Mosaica como faziam os escribas e fariseus, mas precisamos exceder essa Lei, a qual foi por Cristo abolida.

A Segunda vez que o Senhor Jesus referiu-se aos DÍZIMOS, foi na Parábola do Fariseu e do Publicano (LUC 18.9-14) e outra vez censurou os dizimistas. Comparou um homem religioso, que jejuava duas vezes por semana e dizia ser dizimista fiel, porém, exaltava a si mesmo e humilhava um pecador que suplicava a misericórdia do Senhor. Hoje não é diferente, muitos ainda exaltam-se dizendo: "Eu sou dizimista fiel". Mas nesta parábola o Senhor Jesus Cristo deixou bem claro que no Evangelho não há galardão para os dizimistas, ao contrário, Jesus os censurou.


A ABOLIÇÃO DOS DÍZIMOS


HEB 7.5 - "E os que dentre os filhos de Levi receberam o sacerdócio tem ordem, segundo a Lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão".

Neste versículo, a palavra afirma que os sacerdotes Levitas recebiam os DÍZIMOS por ordem da Lei de Moisés.

HEB 7.11 - "De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio Levítico, (porque sob ele o povo recebeu a Lei), que necessidade se havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque (referindo-se a Jesus Cristo) e não fosse chamado segundo a ordem de Arão"? (referindo-se a Moisés, o qual introduziu a Lei ao povo).

HEB 7.12 - "Porque mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança na lei".

Meditando no texto acima, especificamente nestes versículos, onde a palavra do Senhor diz: "Que os sacerdotes Levíticos recebiam os dízimos segundo a lei" (HEB 7.5), "Porque através deles (sacerdotes Levíticos) o povo recebeu a lei" (HEB 7.11) e mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também, mudança na lei (HEB 7.12), a palavra não deixa qualquer sombra de dúvida, que não só os DÍZIMOS, mas toda a lei de Moisés foi por Cristo abolida. Mudou o Sacerdócio, mudou também a lei.

No Evangelho de Cristo não existe ordenança para os DÍZIMOS, ou para cumprir qualquer outro rito da Lei, Jesus mandou amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, isto é, com caridade, e não estipulou percentual ou limite. Em MAT 10.42 o Senhor mandou dar pelo menos um copo de água fria; para o mancebo rico "Ele" mandou vender tudo e dar aos pobres" (MAT 19.21); e quando Zaqueu lhe disse que daria ate a metade de seus bens aos pobres, "Ele" não disse que haveria necessidade de fazer isso ou não (LUC 19.8-9). Disse apenas: "Zaqueu, hoje veio salvação a esta casa".

Muitos dizem: "Mas o Dízimo é bíblico (NUM 18.21 - 26). Certamente. Assim como é bíblico a circuncisão (GEN 17.23 - 27), o sacrifício de animais em holocausto ( LEV Cap 1 e 6.8 - 13), a santificação do Sábado (LEV 23.3), o apedrejar adúlteros (LEV 20.10 e DEUT 22.22), etc... tudo por ordem da Lei de Deus que Moisés introduziu ao povo. Então porque muitos querem apenas o Dízimo? O que precisamos entender é que também é bíblico uma grande divisão no tempo chamada Antigo e Novo Testamento; e, para efeito de doutrina para salvação, o que devemos obedecer, é o Evangelho do Senhor Jesus Cristo (I COR 15.1, 2), e não algumas ordenanças da Lei do Antigo Testamento. Porém, hoje qualquer esforço para voltar a Lei de Moisés, que Cristo desfez na cruz, é anular o sacrifício do cordeiro de Deus e reconstruir o muro por ele derrubado (EF 2.13-15).

APOC 5.9 - "...Porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de todas as tribos, e línguas, e povos, e nações".

Portanto irmãos, o preço que alguém deveria pagar pela nossa salvação, Cristo já o fez, dando o seu sangue inocente na Cruz. O Senhor ainda alerta: "Fostes comprados por bom preço, não vos façais servos de homens" (I COR 7.23).

O homem aceitando ou não, o DÍZIMO, como toda a Lei cerimonial do Antigo Testamento, foi por Cristo abolida: (ROM 10.4, EF.2.15, II COR 3.14, HEB 7.12,18, 19).

GAL 5.14 - Porque toda a Lei se cumpre numa só palavra, nesta: "Amaras ao teu próximo com a ti mesmo".


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