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A PRISÃO
"Sou o amor que não ousa dizer o nome."
Lord Alfred Douglas é visto
como o homem que arruinou a vida de Oscar Wilde. Eles se conhecerem em 1891 e
logo a beleza e os modos aristocráticos de Lord Alfred o atraíram. A partir daí
são vistos freqüentemente juntos, inclusive durante as viagens de Wilde.
As relações entre Lord Alfred (ou Bosie, como era conhecido)com seu pai não
eram nada amistosas. O marquês e a marquesa de Queensberry eram consideradas
pessoas muito difíceis, terríveis mesmo.
Em 28 de fevereiro de 1895, Wilde recebe um ofensivo cartão do Marquês que
dizia:"A Oscar Wilde, conhecido Sodomita".
Incitado pelo próprio Lord Douglas, apresenta então queixa ao Tribunal, por
injúria e calúnia contra o Marquês. Este é detido e levado a julgamento.
Em virtude da influência social do Marquês, Wilde acha melhor retirar a
queixa. Só que inúmeras provas foram apresentadas durante o julgamento o que
levou a Promotoria a requerer um segundo julgamento, este sim, contra o próprio
Oscar Wilde. Queixa: Crimes de natureza sexual.
A 6 de abril começa o primeiro dos processos contra Wilde, no Tribunal de Old
Bailey. Em 11 de abril Wilde é transferido da Prisão de Bow Street para a de
Holloway, como réu de crime inafiançável. Reinicia-se o julgamente em 26 de
abril. Em 3 de maio, na falta de uma decisão do Júri, é concedida a liberdade
sob fiança a Wilde. Seus amigos preparam-lhe a fuga para a França; ele, porém,
prefere entregar-se à fatalidade. Wilde volta a comparecer ao Tribunal a 7 de
maio. Posto de novo em liberdade, refugia-se na casa de seu irmão William. Em
20 de maio inicia-se a fase de revisão do processo. Cinco dias depois, Wilde é
condenado à pena máxima: 2 anos de prisão com trabalhos forçados. Em 27 de
maio Wilde é conduzido à Prisão de Pentoville, de onde passa, dias depois, à
de Wandsworth. A 13 de novembro é transferido para a prisão de Reading, na
cidade de mesmo nome,onde ficará até o fim da sentença.
Oscar Wilde é solto em 1897 e reencontra-se com Lord Alfred Douglas. Tudo
indica que as relações sexuais entre ambos não foram retomadas. Na realidade,
antes da prisão estas relações não eram assim tão freqüentes.
Quando Oscar Wilde morre, em 30 de novembro de 1900, Lord Alfred parece sofrer
muito.É ele inclusive, que paga o seu funeral.
Depois que Lord Alfred abandona Oscar Wilde, ele renuncia à sua
homossexualidade; converte-se ao catolicismo romano e casa-se. Porém, seu
casamento fracassa o que não impe que haja entre ele e sua ex-mulher uma grande
amizade. Eles chegaram a ter um filho que é internado aos 24 anos em uma clínica
por esquizofrenia. Lord Douglas tenta obter sua custódia, mas esta lhe é
negada em virtude de seu passado com Oscar Wilde. Esta relação o impede também
de conseguir uma pensão do governo fazendo com que termine a sua vida sem
dinheiro.
No fim, Lord Alfred acaba como seu próprio pai, criticando não só a pessoa de
Oscar Wilde, mas também a sua obra.
Entretanto em sua memória, escritas em 1938,Without Apology(Sem Desculpas), ele
faz um balanço de sua vida escrevendo:"O pensamento que só recentemente
me ocorreu é terrível. Será que meu pai realmente me amou todo o tempo, da
mesma forma como certamente o amei antes que se voltasse contra mim, e estaria
ele fazendo o que Oscar diz na sua grande balada, que todos os homens sempre
fazem, matar aquilo que mais amaram? Será que nós três, Wilde, meu pai e eu,
não fizemos mais ou menos isso"