Poema para o Brasil
Poema dedicado ao Brasil, enviado ao clube
republicano do estado da Paraíba, quando de sua criação, e que, não tendo sido
publicado em nenhuma antologia póstuma, não figura nas edições de suas obras
completas.
O poema é marcado por uma versificação bastante irregular
Amo vossa pátria de sempre
puro céu Paraíso azulado por ondas ao léu Onde ardente como um feérico farol Cobre o chão da América de raios o sol Sois a primavera e eu o inverno sou Sois dia fresco e claro e no poente estou E gosto de ver a desmanchar-se a aurora Sim! Sinto força e alegria que em mim aflora A vos ver. Cresceis. A Europa, o velho mundo Na história viveu o rápido segundo De sua vida. Sereis a Europa então. O momento é crítico. Ah! Tomai a mão Do grande Futuro que vos aguarda. E assim sob árvores douradas num Brasil sem fim Passarão o Progresso, a Força e a Luz: A aurora de estio em vossa tez reluz. |
J’aime votre patrie au ciel
toujours pur, Paradis qui se berce entre les flots d’azur, Où le soleil brûlant, comme un phare féerique, Couvre de ses rayons le sol de l’Amérique. Vous êtes le printemps et moi, je suis l’hiver; Je suis le soir tombant, vous le jour frais et clair, Et j’aime à regarder l’aurore s’épanouir. Oui! je sens de la force et de la joie me venir À vous voir. Vous croissez. L’Europe, le vieux monde, Dans l’histoire a vécu la rapide seconde De sa vie. Vous serez l’Europe, après-demain. Le moment est critique. Eh! bien, prenez la main De l’Avenir puissant qui vous attend. Alors, Dans ce vaste Brésil aux arbres semés d’or, Passeront le Progrès, la Force et la Clarté: On voit sur votre front une aurore d’été. |