A ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO POSSIBILIDADE DE LIBERTAÇÃO
A essência da pedagogia freireana é o compromisso com a defesa da vida, da justiça social, da libertação de todas as maneiras de opressão e da condenação de todas as formas de exclusão. Uma das finalidades da educação é humanizar a história. E, portanto negar a educação é obstruir o desenvolvimento do processo de humanização.
Paulo Freire foi e continua a ser um dos educadores brasileiros que mais se destacou no cenário nacional e internacional. É um nome freqüentemente citado por educadores de renome internacional. Sendo um revolucionário teórico na metodologia da alfabetização de adultos, ele desvelou a ação de educar como um processo de reconhecimento do indivíduo e, principalmente, como uma perspectiva de libertação. Para ele, a alfabetização é um processo de vida, de cidadania e necessária para a conscientização.
A pedagogia de Paulo Freire foi fundamentada e influenciada por idéias progressistas, pelo cristianismo e por fortes traços nacionalistas, dentro de uma visão de mundo mais igualitário, mais justo e humano, defendendo a igualdade de oportunidades, em que o sujeito é o ator de sua própria história.
A metodologia de Freire baseia-se no diálogo, e este é primordial nas relações de todas as coisas no mundo. O homem interage com o meio social mediado pelo diálogo. A educação é a dialogicidade entre educador e educando, sendo um ato comunitário, permanente e libertador. A pedagogia freireana acredita na pessoa humana e na sua capacidade de educar-se como sujeito da história, educar para transformar a realidade. Dentro dessa perspectiva, a alfabetização é, ao mesmo tempo, uma manifestação política, portanto não é neutra, de conhecimento, que culmina no ato criador. Pois o ato de ler é mais do que fixar ou memorizar conceitos e regras é mais do que decodificar as palavras, sendo necessário o conhecimento profundo do que realmente significa ler, ou seja, na compreensão do que se lê. E nesse processo o diálogo é um componente indispensável. Segundo Freire (1997), a educação é um ato comunitário, de troca de experiências, de vivências, valorizando as relações interpessoais na comunidade escolar e estas devem ser mantidas de forma profunda e interessante onde o ser humano seja a base para novas perspectivas educacionais.
Atualizado em 30/10/205