CARAMBOLA
AVS / 15









Ramcala

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Glossário























amanhã de manhã
é sábado
ô locutor
não parar não é esquecer
vai cotando
amigos, supramigos
conterrâneos
quase todos...
amanhã de manhã
é sábado
ô locutor
amanhã de manhã
é badalo
é sim
	e porque amanhã
	é SÁBADO
	a BLU é uma parada!
Meirinho, Martinho, Elke, Bell, mais cem
que morram todos
ô locutor
estes mais
		sem
			tem
				se ausentas
dia-a-dia, dia-pós-dia, dia-menos-dia, mais...
amanhã de manhã vais ramca-la
é sôfrego, pois sei ssssss - há morte
"menos que esse pesadelo não podes crer... "
por enquanto dorme...
			ssssss...
				chove...
depois...
	depois-de-amanhã
				foi-ce cabado











Hora Certa

estes dois olhos vidrados em tua riqueza sem moedas estão semi-abertos
ridentes se vistos por um lado e mais endurecidos por outro nesta face oleosa
e sem um níquel dentro estes lábios gélidos com carinho por ti muito ainda calam
	— é o tempo de amar
ecoam os estalos do chamegar da tua língua nestas orelhas por hora adornantes
e quase todo o dorso arrepia-se do teu nostálgico bafo de nariz neste pescoço
meio rígido do frio persistente neste peito que por tua falta resigna-se sem abraços
	 — é o tempo de tocar
ficam cruzadas nas juntas dos dedos estas mãos húmidas e nervosas de esperas
sem esperanças os nervos todos de aço agora se levitam como máquina emperrada
e só crescem unhas e cabelos-pêlos como seres autóctones deste corpo impedido
	— é o tempo a passar
dentro da aquarela de inúmeras cores viscerais o fel biliar e as fezes se coram laca
e o pulmão sempre a extrair de cores invisíveis as cores aqui se auto-enche de gáses
aninhando cérberos vermes espinhentos vertebrando a médula por um lugar a sair
	— é o tempo a sorrir
e segue alimentando aquela fornalha a hora do refluir quando menos se espera susto
da boca cheia do mais belo arroto devasso do esfincter nesta solitária indescrição
aqueles testículos uterinos nunca mais reproduzirão um só pingo nessa portaria
	— é o tempo a secar
solta essa vida vaga como se andasse sem sentido quando dela se esfera o limbo
no momento estanque vai e evita o baque do arranque que entorpe muito tudo limpo
e aos poucos... aos poucos... antecipa-se o instante de ir
	— foi-se o tempo

                               eu - sábio que
                                 vivo silente: mancho:
                                  habito como hábito
                               no hálito
                             orbito como árbitro
                           no óbito
                         eu - sabiá que
                           vive do canto: arrepio:
                            habito como árbitro
                         no hálito
                       orbito como hábito
                     no óbito
                   saibam - que eu
                     vivo de sopresa: mudo:
                      habito como árbitro
                   no óbito
                orbito como hábito
            no hálito
          subam - eu que
            vivo morto: mato:
             orbito como árbitro
          no hálito
       habito como hábito
    no óbito