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Trinta Anos de "Goodbye Yellow Brick Road"
Texto enviado por Francisco Roberto Pinheiro Tomaz
Esta fantástica coletânea de sucessos condensada neste álbum maravilhoso traz ao longo dos anos, o talento mágico de Elton John. Sua genialidade consiste, antes de tudo, em saber decifrar o seu sentimento e mostrar-se ao público pela harmonia e arranjos das notas musicais. Claro, alguns incautos poderiam falar: "mas todos os músicos são assim".
Quem não gosta de Elton John?
Antes que entremos em considerações técnicas a respeito do repertório deste álbum, vejamos uma coisa: desde sua formação inicial o músico se preocupa com o seu público, a razão de seu expressivo sucesso ao longo deste tempo.
Buscar a inspiração para a vida nas melodias não é uma novidade para os amantes da boa música, fazemos isso nos momentos de grande alegria, de profunda tristeza, de formalidade ou quando queremos expressar nosso amor, externar nossa espiritualidade, enfim. Na década de 1970, Elton John se projeta no cenário musical internacional bastante influenciado pelas composições de bandas renomadas nas décadas anteriores, e procura seu lugar ao sol. Quando suas criações chegam às paradas musicais, inovadas por uma melodia um tanto espontânea e romanesca, rapidamente acontece uma identificação com toda uma geração de um tempo marcado de sentimentos e paixões. Tínhamos paixão por quase tudo, de forma que sua projeção como ídolo foi meteórica e explosiva, apaixonados que estávamos pela sua musicalidade surpreendente.
Se levarmos em conta o repertório deste álbum em questão, diga-se de passagem, muito representativo de uma época na sua história pessoal, vamos descobrir um ídolo submerso em seu universo existencial, assim como seus apaixonados fãs. Mas, quem não sofre deste mal denominado paixão?
Goodbye Yellow Brick Road é pura fantasia, algo mágico do qual não se tem a noção de que coisa maluca o serviu como modelo, uma junção de vivência pseudo-imaginária com musicalidade que chegou e convenceu a todos de que o amor existia e que seria possível de realizar apesar de tudo. Num tempo movido por guerras, recessão, conflitos étnicos e muita violação em todos os sentidos, poderia ser diferente? Elton nos responde. E hoje, continua a nos responder, o disco está mais atual do que nunca, diante daquilo que assistimos a todo o momento, em todo lugar.
Talvez por perceber que fazia composições para um bando de rebeldes apaixonados, resolveu ele mesclar a docilidade da faixa título com a tenacidade das outras melodias, chegando aos nossos ouvidos no reboque da guitarra em Saturday nights alright for fighting e na candura de Candle in the Wind, Roy Rogers e Funeral for a friend.
Quando parar?
Decididamente, Elton John arrebatou e ainda arrebata corações. Ou será que mudou o tempo? Ou os sentimentos, os conflitos existenciais, as paixões não correspondidas, os tiques neuróticos e romanescos que o levaram, e com ele toda uma geração, a protagonizar uma ideologia, uma maneira de ser própria defendida pelos que amam a musica pop internacional, mudou?
Por certo que gostaríamos de viver uma realidade diferente, por certo gostaríamos de que toda atmosfera do passado fosse possível, talvez só assim este mago do piano poderia nos brindar com tantos outros álbuns como este, mas na verdade, ele é único. Será sempre.
Ele é proveniente de um contexto vivenciado também pelo artista. Ele é produzido sem as atuais pretensões mercadológicas ou de marketing oportunista. Ele é feito para nos brindar, uma resposta do artista ao seu público alvo. Nesse caso, é impossível um retroceder, um reviver, pois a vida é eterno movimento, assim fez ele. Mais do que movimentar ele vem forte, angariando adeptos, o disco ficará para sempre no coração dos seus fãs de todas as idades.
Penso ser o segredo do seu sucesso uma capacidade incrível de executar esta simbiose com seu público. Uma simbiose mesclada com a sabedoria do que fazer para conquistar os tais corações também fora dos palcos ou das loucuras nas cabines dos estúdios de gravação. Para ele, como fez com Goodbye
Yellow Brick Road o segredo consiste sempre nessa eterna sedução traduzida no carinho por quem o ama. Parece um menino mimado que sempre busca um afeto, um colo, uma admiração. Foi, é e será sempre admirado se proceder deste jeito até o fim. Talvez, a exemplo do álbum balsaquiano, ele ainda tenha mais trinta anos pela frente, juntamente com a pretensão de ser e de permanecer imortal. Tomara que sim!