A Divindade Inerente ao Homem
A relação da família humana com o esquema divino, tal como
existe, põe em íntima harmonia os três reinos superiores do nosso planeta
e os três reinos inferiores da natureza, servindo assim como centro de
distribuição da energia divina. O serviço que a humanidade deve prestar
consiste em produzir a unidade, a harmonia e a beleza da natureza,
amalgamando-as numa unidade funcionante e relacionada com a alma de todas as
formas. No princípio isto é conseguido individualmente, depois se faz de
forma grupal e, finalmente, se expressa por meio de um reino na natureza.
(Psicologia Esotérica II, pág. 278)
Deus Imanente e Deus Transcendente
Qual será a tarefa das igrejas no futuro? Qual será o objetivo
principal da nova e vindoura religião? Será, principalmente, abrir as
pétalas do amor, inaugurando assim uma era de colaboração verdadeira,
compreensão amorosa e amor grupal. Isto é conseguido ensinando aos povos e
aos indivíduos as regras da Correta Aproximação.
A tônica da nova religião deve e tem que ser a correta aproximação a
Deus, transcendente na natureza, e imanente no homem. (Educação na Nova
Era, pág. 69-71)
Quando a correta educação (a verdadeira ciência de adaptação), a
verdadeira religião, o cultivo do sentido da divindade e o correto
desenvolvimento científico (a correta apreciação da forma, ou das formas,
por meio das quais se revela a vida subjetiva da divindade) possam ser postas
em relação, complementando reciprocamente suas conclusões e esforços,
teremos homens e mulheres trinados que terão desenvolvido todas as partes de
sua natureza. (Psicologia Esotérica II, pág. 307)
Desejo recordar-lhes a afirmação ocultista de que todo ser vivente ou vida
manifestada, desde o Logos planetário até o mais ínfimo átomo, foi, é ou
será um homem. Isso se refere ao passado, ao presente e ao futuro de toda
vida manifestada. Portanto, a realidade da existência da humanidade e o que
esta representa constitui, provavelmente, o aspecto primeiro e principal do
propósito divino. Detenham-se e reflitam sobre essa afirmação. Esse é,
pois, o primeiro fato que indica claramente o alcance e a magnitude de um ser
humano; e, até que nos sejam revelados consecutivamente outros dois fatos,
não será possível avaliar corretamente os aspectos mais amplos do
propósito de Sanat Kumara. Tudo que é subumano avança paulatinamente em
direção a uma experiência humana definida; também pode estar atravessando
a fase do esforço humano e sua conseqüente experiência, ou então já saiu
dessa fase de limitação e – através da iniciação – está levando a
natureza humana a um estado de divindade (empregando uma expressão tão
inadequada). (Telepatia e o Veículo Etérico, pág. 102-102)
Antes de tudo, deve-se reconhecer a Realidade de Deus. Essa Realidade capital
pode ser denominada como o homem quiser, de acordo com sua inclinação
mental ou emocional e sua tradição racial e hereditária, pois não há
nome que possa defini-la nem condicioná-la... Consciente ou
inconscientemente, todos os homens reconhecem o Deus Transcendente e o Deus
Imanente. Sentem Deus como o Criador e o Inspirador de tudo o que existe.
Os credos orientais têm posto sempre em relevo o Deus
Imanente, radicado no mais profundo do coração humano “mais
próximo que as mãos e os pés”, o Eu, o Uno, o Atma, mais pequeno que o
pequeno e, não obstante, oniabarcante. Os ocidentais têm apresentado o
Deus Transcendente, fora de Seu universo, como observador.
Depois, Deus foi considerado como um homem perfeito, o divino homem-Deus, que
caminhou sobre a Terra, na Pessoa do Cristo. Hoje, a ênfase se põe sobre o
Deus Imanente em todo ser humano e em toda forma criada. Na atualidade, a
igreja teria que expor uma síntese destas duas idéias, que foram resumidas
por Shri Krishna, no Bhagavad Gita: “Havendo interpenetrado todo o universo
com um fragmento de Mim mesmo, Eu permaneço”. Deus mais grandioso que todo
o criado e, não obstante, Deus presente na parte: Deus Transcendente
resguarda o plano de nosso mundo e constitui o Propósito que condiciona
todas as vidas, desde o minúsculo átomo, passando por todos os reinos da
natureza, até chegar ao homem. (O Reaparecimento do Cristo, pág. 125-6)
Conhecemos Deus como a Causa Eterna e a fonte de tudo que é, nós próprios
incluídos. Reconhecemos o Todo. Tornamo-nos um com Deus, tornamo-nos um com
a nossa própria alma imortal e, quando este acontecimento tremendo tem
lugar, descobrimos que a consciência da alma individual é a consciência do
todo e que a separação, a divisão e os conceitos do meu e do teu, de Deus
e do filho de Deus, dissolveram-se no conhecimento e na realização da
unidade. O dualismo deu lugar à unidade. Este é o caminho da União. A
personalidade foi ultrapassada por um processo ordenado de desdobramento da
alma, e produziu-se uma unificação consciente entre o eu pessoal ou
inferior e o Eu superior ou Divino. Esta dualidade deve primeiramente ser
realizada e depois ultrapassada antes que o Eu Real se torne na consciência
do homem, o Eu Supremo... Este Eu Real é Deus – Deus triunfante, Deus
criador, Deus o Salvador do homem. É, segundo as palavras de São Paulo,
“Cristo em nós, esperança de glória”. Isto não é já uma teoria mas
um fato na nossa consciência. (Do Intelecto à Intuição, pág. 48)
A vida e a consciência daquela totalidade a que chamamos Deus...fluem
através de todas as partes da manifestação divina, o mundo natural. Os
reinos da natureza evoluíram um a um e, ao assim fazerem, expressaram algum
aspecto de Sua vida à medida que ela informa e anima Sua criação. Um a um,
eles firmemente progrediram da consciência inerte e do ritmo lento e pesado
do reino mineral, e revelaram seqüencialmente mais e mais da divina natureza
oculta, até chegarmos ao homem cuja consciência é de uma ordem muito mais
elevada e cuja divina expressão é aquela da Divindade autoconsciente e
autodeterminada. Das formas automáticas de consciência, a vida de Deus
conduziu as formas de vida através da consciência sensível, até a
consciência instintiva do animal; depois ela prosseguiu até o reino humano,
onde a consciência de si mesmo domina, até os membros mais elevados daquele
reino começarem a mostrar uma disposição para a divindade. Os tênues,
fracos sinais de um reino ainda mais elevado podem agora ser vistos, no qual
a consciência própria dará lugar à consciência grupal e o homem saberá
que ele é identificado com o Todo, e não simplesmente um indivíduo
auto-suficiente. Então a vida do corpo todo de Deus poderá fluir
conscientemente para e através dele, e a vida de Deus se torna sua vida e
ele ressuscita para a vida eterna.
Portanto, a tendência dos assuntos humanos atualmente em direção à
síntese, à cooperação e à amalgamação, é um sinal do avançado
estágio que a humanidade alcançou. É uma poderosa promessa e indica que a
ressurreição para a vida, da qual todos os Filhos de Deus, em todos os
tempos, deram testemunho, é agora uma possibilidade geral. A humanidade de
hoje, como um todo, olha para a vida porque seus valores são reais, sua
integridade está sendo firmemente assegurada, e as indicações mundiais
(tal como manifestadas através das nações e grupos) são orientadas para a
síntese e a cooperação. (De Belém ao Calvário, pág. 256)
A nova era, não só reconhecerá a verdade das revelações passadas,
atestando sua validade e progressiva revelação da divindade, como também a
tudo isso se somará a revelação definitiva da Presença de Deus no
coração humano, do Cristo nascido no homem e de cada ser humano que se
manifeste, verdadeiramente, como filho de Deus.
Se considerarmos o desenvolvimento da consciência, vemos que nele aparece o
mesmo Plano divino. Conquanto a raça estivesse, em sua infância, dominada
pelo instinto, à medida que o tempo foi passando o intelecto começou a
manifestar-se. Do intelecto, corretamente empregado e compreendido, algo mais
sutil e ainda mais revelador está evoluindo e podemos traçar, no
inteligente homem moderno, o crescimento progressivo desta nova força, que
se chama intuição. Essa, por sua vez, traz iluminação e, assim, o homem
passa de uma glória a outra. (Idem, pág. 56-57)
A alma continua sendo uma quantidade desconhecida. Ela não tem um lugar
verdadeiro nas teorias dos investigadores acadêmicos e científicos. Ela
não está provada e é considerada mesmo pelos acadêmicos mais arejados
como uma hipótese provável, mas ainda aguardando demonstração. Ela não
é aceita como um fato pela consciência da raça. Somente dois grupos de
pessoas aceitam-na como um fato: um é a pessoa ingênua, infantil, de
inclinação religiosa. O outro é o grupo pequeno, mas, de firme
crescimento, dos Conhecedores de Deus e da realidade, que sabem que a alma é
um fato em sua própria experiência, mas não são capazes de provar sua
existência satisfatoriamente ao homem que somente admite aquilo que a mente
concreta pode aprender, analisar, criticar e testar.
O ignorante e o sábio se encontram num terreno comum, como sempre acontece
com os extremos. Entre ambos se encontram aqueles que não são, nem
totalmente ignorantes, nem intuitivamente sábios. São as massas das pessoas
educadas que têm conhecimento, mas, não entendimento e que ainda estão por
aprender a diferença entre aquilo que pode ser captado pela mente racional,
aquilo que pode ser visto pelo olho da mente e aquilo que somente a mente
superior ou abstrata pode formular e conhecer. Isto finalmente se funde com a
intuição, que é a “faculdade do conhecimento” do místico e
inteligente que – relegando a natureza emocional e sentimental para o seu
lugar próprio – usa a mente como um ponto focal e olha através daquela
lente para o mundo da alma.
Um dos principais meios pelos quais o homem chega a uma compreensão daquela
grande totalidade à qual chamamos de Macrocosmo – Deus, funcionando
através de um sistema solar – é pela compreensão de si próprio, e a
injunção délfica “Homem, conhece-te a ti mesmo” foi uma proclamação
inspirada, destinada a dar ao homem a pista para o mistério da divindade.
Através da Lei da Analogia, ou das correspondências, os processos cósmicos
e a natureza dos princípios cósmicos são indicados nas funções,
estrutura e características de um ser humano. São indicadas mas não
explicadas ou elaboradas. Servem simplesmente como sinais na estrada,
dirigindo o homem pelo caminho onde posteriores marcos podem ser encontrados
e indicações mais definidas anotadas. A compreensão da triplicidade do
espírito, alma e corpo permanece, todavia, além do alcance do homem, mas
uma idéia quanto às suas relações e sua função geral coordenadas pode
ser indicada por uma apreciação do homem a partir do seu aspecto físico e
seu funcionamento objetivo. (Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 25-26)
Os três aspectos da divindade, a energia central, ou espírito; a força
coordenadora, ou alma, e aquela que estas duas usam e unificam são, na
realidade, um princípio vital se manifestando na diversidade. Estes são os
Três em Um, o Um em Três, Deus na natureza e a própria natureza em Deus...
Estes três aspectos são vistos no homem, a unidade divina de vida... É
oportuno recordar que elas se referem a diferenciações da vida una, e que
quanto mais se pode familiarizar com estas triplicidades, tanto mais será
possível estar em relação com um círculo mais largo de homens. (Idem,
pág. 27-28)
A realidade do Deus imanente absorverá temporariamente a atenção dos
verdadeiros instrutores espirituais e a realidade da imanência divina, que
será sentida com toda perfeição através do Cristo e outros Representantes
divinos, relegará, momentaneamente, a segundo plano o ensinamento do Deus
Transcendente. Foi posta indevida ênfase sobre esta verdade primordial,
excluindo a verdade mais próxima e prática do Deus em cada homem, em cada
forma e em cada reino da natureza; produziu muito dano a carência de ênfase
sobre Deus Imanente. Mais adiante, quando for aceita a verdade do Cristo que
mora em cada homem e que se revela de forma perfeita por intermédio do
Cristo histórico e Seus grandes Irmãos no transcurso das épocas, será
revelado e acentuado o ensinamento do Deus Transcendente, que é o segredo
misterioso que Shamballa guarda. Então a humanidade reconhecerá as duas
metades de um Todo perfeito.
A verdade simples do Deus Imanente é a chave para a
Hierarquia e Sua aparição na Terra em forma física e a conseqüente
materialização do reino de Deus entre os homens. Esta é a chave para o
processo evolutivo e a eterna esperança de todas as formas em todos os
reinos da natureza. Esta é a verdade central, a verdade convincente e a
verdade reveladora que estará subjacente em toda informação sobre a
Hierarquia e será divulgada pela futura geração de discípulos. Se esta
verdade é real e possível de ser demonstrada, então será provada a
realidade da Hierarquia, e será estabelecida a autenticidade da eterna
existência do reino de Deus na Terra. (A Exteriorização da Hierarquia,
pág. 488)
O Processo de Involução e Evolução
Ao considerarmos os processos de apropriação devem estudar-se as
frases seguintes, porque lançam luz, sob diferentes ângulos, sobre as
diversas etapas:
1 – A etapa de concretização e de materialização. A alma toma para si o
que necessita e deseja para construir forma.
2 – A etapa da encarnação, desta vez realizada cegamente.
3 – O período durante o qual a satisfação dos desejos representa o
objetivo principal. Estes abarcam toda gama desde o desejo físico e sua
satisfação, até um desejo geral e indefinido, de libertação.
4 – Os processos em detalhe, de apropriação de
a – um corpo ou corpos,
b – um, ou vários invólucros,
c – um, ou mais veículos,
d – uma, ou várias formas.
5 – A imersão nas trevas. Este foi o resultado do desejo. As trevas da
ignorância foram escolhidas e o homem começou, através do desejo, a abrir
o seu caminho das trevas para a luz, da ignorância para o conhecimento, do
irreal para o Real. Tal é o trabalho simbólico da Maçonaria. Elucida-nos
sobre o Caminho da Renúncia.
6 – O Caminho de saída para obter bens.
7 – O egoísmo, a característica principal do eu, relativamente ao
não-eu, e com ele identificado.
8 – O amor pela posse, a prostituição do amor espiritual.
9 – O desejo de adquirir a ilusão da necessidade material.
10 – O período chamado, na Bíblia, de “vida licenciosa” do Filho
Pródigo.
11 – A aplicação e o uso da energia para fins pessoais e egoístas.
12 – A vida da personalidade, com tudo o que ela implica – ambição,
propósito egoísta, etc.
13 – Apego ao que se vê e conhece, e às formas familiares, externas e
objetivas.
14 – A etapa em que se constroem pensamentos-forma, inicialmente sem se dar
conta, depois com deliberado egoísmo.
15 – O período em que se é absorvido pelas coisas do reino da terra.
16 – O mundo, a carne e o diabo.
No que respeita à expressão da alma, governada pelo desapego, as frases e
termos seguintes darão uma idéia do progresso e intenção:
1 – A etapa de espiritualização e de desmaterialização. A alma atua,
tendo ante si, o propósito de libertar-se e não de acrescentar experiência
no plano físico.
2 – A renúncia à vida da forma.
3 – O período em que se chega à saciedade; os desejos foram de tal forma
dominantes e tão freqüentemente satisfeitos que já não atraem.
4 – O processo, detalhado, da libertação de
a – um ou mais corpos,
b – um ou vários invólucros,
c – um ou vários veículos,
d – uma ou mais formas.
5 – A Emergência na luz, uma maneira simbólica de exprimir o contrário
da imersão nas trevas.
6 – O Caminho de Retorno, motivado pelo desejo de não tomar nada para o eu
separado. O começo da consciência e do trabalho grupais.
7 – O altruísmo, a maior característica da Alma ou Ego.
8 – A libertação do desejo de posse, a libertação do instinto de
aquisição e, por conseguinte, o estado de nada desejar.
9 – O estabelecimento do sentido da realidade como princípio regente da
vida.
10 – O retorno do Filho Pródigo à casa do Pai.
11 – A aplicação e uso da energia para os propósitos do grupo e em
cooperação com o Plano para o todo.
12 – A vida da alma com tudo o que esta frase implica.
13 – O Amor de Deus em contraste com o amor próprio.
14 – O apego ao invisível, ao verdadeiro, ao subjetivo e ao Real, o que
só se torna possível quando tiver havido desapego do visível, falso,
objetivo e irreal.
15 – A libertação total do controle da mente inferior.
16 – O período em que o centro de interesse é o reino de Deus e o da
alma.
17 – A Realidade. O sem forma. Deus. (Psicologia Esotérica II, pág.
68-70)
A Evolução da Consciência
O divino é o Todo, informado e animado pela vida e pela vontade de
Deus; e na extrema auto-rendição, com todo o poder de Sua purificada
natureza e divina compreensão e Sabedoria, o Cristo fundiu em Si Mesmo a
consciência coletiva, a conscientização humana e a Totalidade divina. (De
Belém ao Calvário, pág. 148)
O objetivo da nova ordem social, das novas linhas políticas e da nova
religião consiste em promover o desenvolvimento da consciência humana,
instituir e atrair a atenção dos homens para mais altos valores, e pôr um
fim ao reino do materialismo. Esta é a meta de todos os verdadeiros
conhecedores e dos homens espiritualmente orientados em todas as épocas:
instituir o Reino de Deus, o controle da alma, cuja natureza é amor, e levar
a cabo o trabalho iniciado por Cristo – a era de paz na terra e de boa
vontade entre os homens. (Psicologia Esotérica II, pág. 475)
A vida no coração do sistema solar está produzindo uma progressão
evolutiva das energias daquele universo que não é possível ao homem
finito, por enquanto, visualizar. Semelhantemente, o centro de energia a que
denominamos de aspecto espiritual no homem está produzindo (através da
utilização da matéria, ou substância) a evolução daquilo a que
denominamos alma, e que é a mais alta das manifestações da forma – o
reino humano. O homem é o mais elevado produto da existência nos três
mundos. As formas de todos os reinos da natureza – humano, animal, vegetal
e mineral – contribuem para aquela manifestação. A energia do terceiro
aspecto da divindade tende à revelação da alma ou o segundo aspecto, o
qual, por sua vez, revela o aspecto mais elevado. Deve-se sempre lembrar que
a Doutrina Secreta de H.P.Blavatsky expressa isto com precisão nas palavras
“A vida nós consideramos como a única forma de existência, manifestada
naquilo que é chamado Matéria; ou o que, incorretamente separando-as, nós
chamamos de espírito, alma e matéria no homem. A matéria é o veículo
para a manifestação da alma neste plano de existência e a alma é o
veículo num plano superior para a manifestação do espírito e estes três
são uma trindade sintetizada pela vida, que penetra por eles todos”.
Através do uso da matéria a alma desabrocha e encontra o seu clímax na
alma do homem, e este tratado ocupar-se-á com esse desabrochar daquela alma
e sua descoberta pelo homem. (Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 22-23)
É útil recordar que somente num certo estágio do desenvolvimento humano se
torna possível a expressão da vida e da consciência do Cristo interno. O
fato da evolução, com suas necessárias distinções e diferenças, é
incontestável. Os homens não são todos iguais. Variam, em sua
apresentação da divindade. Alguns continuam realmente subumanos, até
agora. Outros, são simplesmente humanos, e ainda outros estão começando a
ostentar qualidades e características sobre-humanas. Deverá chegar um
tempo, no progresso de cada ser humano, em que o desenvolvimento da tríplice
natureza humana – física, emocional e mental – alcance um ponto de
possível síntese. A entrada, com poder da qualidade da mente, e da
capacidade de pensar torna isto possível. (De Belém ao Calvário, pág.
145)
Chegará para a humanidade, num tempo ainda muito distante, um período de
compreensão, que constituirá um ponto de tensão e de crise. Tal
compreensão resumirá, com uma consciência condicionadora efetiva, tudo o
que a qualidade sensitiva deu ao gênero humano durante as épocas. É a
consumação da atividade da consciência crística, à qual se refere a
frase dita por Cristo: “Verá o afã da sua alma e será satisfeito”.
Durante a crise provocada por essa revelação, em seu ponto mais elevado de
tensão, a humanidade exclamará em uníssono: “Eis que todas as coisas
sejam novas”. Esta é a apoteose da visão e o prelúdio do desenvolvimento
de certos poderes e capacidades na consciência geral e maciça da humanidade
(que será conseguida lentamente desse ponto no tempo), da qual a raça é
hoje totalmente inconsciente. A revelação constituirá, no futuro imediato,
o primeiro passo para o ponto distante mencionado e seu significado não
será evidente para a atual geração, nem para a seguinte. Não obstante,
será apreciada gradualmente na medida que a nova religião mundial, com sua
ênfase posta sobre a invocação de energias e a evocação da “vida mais
abundante”, for desenvolvendo e produzindo seu efeito inevitável. (Os
Raios e as Iniciações, pág. 73)
A Mente: Elo entre Deus e o Homem
“Estamos entrando lentamente no mundo da realidade espiritual,
pois existe um caminho que leva, a partir de cada conjunto de fatos, para uma
realidade espiritual no universo, e o trabalho essencial da força mental é
de chegar, até certo ponto, a percorrer este caminho”. (B.Bosanquet: The
Value and Destiny of the Individual)
O mundo atual, mais do que nunca, se inclina para o espiritual.
O espírito religioso da humanidade se acha, hoje, mais decididamente
enfocado na Realidade, do que jamais esteve. As religiões ortodoxas mundiais
estão sendo, rapidamente, relegadas a um segundo plano, pela mente dos
homens, enquanto nos estamos, indubitavelmente, aproximando da Realidade
espiritual central. As teologias que hoje se ensinam nas organizações
eclesiásticas (tanto no Oriente como no Ocidente) estão cristalizadas e
são de pouca utilidade. Sacerdotes e eclesiásticos, instrutores ortodoxos e
fundamentalistas (fanáticos ainda que sinceros) tentam perpetuar o antiquado
que, se bem bastasse, no passado, para satisfazer ao que buscava, hoje não
preenche mais seu objetivo. Homens religiosos sinceros, mas, não iluminados,
deploram a rebeldia da juventude contra as atitudes doutrinais. Ao mesmo
tempo, conjuntamente a todos os que buscam, exigem uma nova revelação.
Buscam algo novo e cativante para atrair, novamente, as multidões para Deus.
Temem ter que renunciar a alguma coisa e buscar novas interpretações de
antigas verdades, porém não conseguem conscientizar que há que obter uma
nova perspectiva da Verdade (como está no Cristo); sentem a aproximação de
novas e iminentes revelações espirituais, porém têm medo de enfrentar
seus efeitos revolucionários. Formulam-se indagações e estão envolvidos
em profundas e perturbadoras dúvidas. Como se poderá observar, as respostas
provêm de duas fontes (e continuarão provindo): das massas pensantes, cuja
crescente percepção intelectual é a causa da rebelião contra a religião
ortodoxa, e dessa influente fonte de verdade e de luz que, infalivelmente,
trouxe a revelação, no transcurso das épocas. (O Reaparecimento do Cristo,
pág. 119-120)
O problema que hoje se põe para a família humana, no domínio da ciência e
da religião, resulta do fato que o seguidor de uma e de outra escola
descobre se encontrar no limiar dum mundo metafísico. Um ciclo de
desenvolvimento chegou ao fim. O homem, tanto como entidade sensível e
pensante, parece haver chegado agora a uma apreciável medida da compreensão
do instrumento com o qual tem de trabalhar. Interroga-se: Que uso deve fazer
dele? Aonde o conduzirá esta mente que ele está lentamente aprendendo a
controlar? Que reserva o futuro ao homem? Algo que sentimos, de uma beleza e
de uma certeza maior do que tivemos até o presente. Talvez cheguemos
universalmente a esse conhecimento que o místico teve individualmente. Os
nossos ouvidos estão surdos pelo barulho de nossa civilização moderna e,
contudo, por vezes percebemos sons mais tênues que testemunham a existência
de um mundo imaterial. Os nossos olhos estão cegos pela névoa e fumarada do
ambiente imediato, contudo, vêem lampejos de visão clara, que revelam um
estado de ser mais sutil e que rompem a névoa, deixando entrar “a glória
que nunca houve sobre a terra ou sobre o mar”. (Do Intelecto à Intuição,
pág. 10-11)
As diversas modificações da mente una produzem as diversas formas que, para
existirem, dependem dos muitos impulsos destas mentes. Com estas palavras, o
conceito integral é trazido do reino do particular para o reino dos
universais. Somos postos face a face com os impulsos cósmicos e solares e a
pequenez e pouca importância de nossos problemas individuais se tona
aparente. Toda forma em manifestação é o resultado do pensamento de Deus;
todo veículo objetivo através do qual os impulsos de vida do universo fluem
é mantido em manifestação objetiva através do contínuo fluxo de
correntes de pensamento emanando de um estupendo pensador cósmico. Seus
misteriosos caminhos, Seu plano secreto oculto, o grande propósito para o
qual Ele está trabalhando neste sistema solar, ainda não está evidente
para o homem. Contudo, à medida que a capacidade do homem em pensar em
termos mais amplos, que seu poder de visualizar o passado como um todo e de
unificar qual conhecimento ele tem da vida de Deus à proporção que esta se
demonstra através dos reinos da natureza, e à medida que sua compreensão
da natureza da consciência aumente, a vontade de Deus (baseada da atividade
amorosa) tornar-se-á aparente.
A chave para o por quê e o como, jaz na compreensão, pelo homem, de suas
próprias atividades mentais. Uma apreciação do grande pensamento-forma de
Deus, de um sistema solar e de sua sustentação, crescerá à medida que o
homem vá compreendendo suas próprias formas de pensamento e o modo como
constrói e cria seu próprio ambiente e colore sua própria vida. Ele
constrói seus próprios mundos pelo poder de seus processos mentais e pelas
modificações do fragmento do princípio pensante universal de que se
apropriou para seu próprio uso.
O Logos Solar, Deus, seja isto lembrado, é a soma total de todos os estados
de consciência ou percepção. O homem – a humanidade como um todo, ou uma
unidade individual – é parte deste total. As diversas mentes, desde a
mente do átomo (reconhecida pela ciência) até a mente do próprio Deus,
através de todos os graus de pensadores e estágios de percepção, são
responsáveis por todas as formas encontradas em nosso sistema. À medida que
trabalhamos do infinitamente pequeno para o infinitamente grande, do
microcosmo para o macrocosmo, torna-se aparente uma gradual expansão do
estado de consciência e um contínuo aumento de condição da percepção.
Nesta escala de desenvolvimento três tipos principais de formas, como
resultado da mente, são encontrados:
1 – A forma do átomo, o verdadeiro microcosmo.
2 – A forma do homem, o macrocosmo para todos os reinos subumanos.
3 – A forma de Deus, um sistema solar, o macrocosmo para o homem e todos os
estágios supra-humanos.
Todas estas formas, juntamente com todas as formas intermediárias, dependem
de alguma vida, dotada de capacidade de pensar e, através do impulso do
pensamento, da capacidade de modificar e influenciar a substância sensorial,
e de elaborar formas com elas. (A Luz da Alma, pág. 256-257)
Este é o fim da meditação – conduzir os homens à Luz que está neles e
os torna capazes, nesta luz, de ver a Luz. Este trabalho de revelação
baseia-se em certas teorias definidas quanto à constituição e natureza do
ser humano. A evolução e a perfeição da faculdade mental no homem, com a
sua acuidade e a sua capacidade de concentração, fornecem hoje ao Ocidente
a ocasião de pôr estas teorias à prova. Este é o momento mais apropriado
para um experimento inteligente. “A nova síntese da mente e da alma”,
diz Keyserlin, “deve originar-se do mental, no ponto mais elevado da
intelectualidade, se alguma coisa de decisivo está para acontecer”. (Do
Intelecto à Intuição, pág. 34)
Hoje, na medida que acontece a integração da família humana e o nível
mental de contato é mais poderoso, temos uma forte reação humana para as
escolas de pensamento e uma débil reação para os métodos da religião
ortodoxa, o que se deve a que é tendência da consciência humana...
separar-se do emocional e ir para os níveis mentais de consciência e isto
irá aumentando no que concerne à massa da humanidade.
Neste momento há um número suficiente de indivíduos que, havendo
conseguido uma aproximação religiosa e mental da verdade, fator definido na
sua consciência em pequena escala, e havendo estabelecido suficiente contato
com a alma como para começar a estabelecer contato com as idéias mundiais
(nos níveis intuitivos da consciência), podem empregar uma nova técnica.
Juntos e como grupo podem estabelecer os ideais e desenvolver as técnicas e
métodos... que... possam levar estas idéias e ideais à consciência das
massas, para que as escolas de pensamento e as religiões mundiais se fundam
numa só, e assim surgir a nova civilização, que será o produto da fusão
mental e emocional das técnicas da era pisceana, produzindo assim a oportuna
manifestação, no plano físico, do plano de Deus para o futuro imediato. (A
Exteriorização da Hierarquia, pág. 30-31)
A narração de como as idéias vieram e fizeram impacto na consciência
humana, assim mudando o curso dos assuntos humanos, constitui o relato da
história; mas, de forma curiosa, as idéias são o elemento imprevisível do
futuro. Algum indivíduo, de destacada personalidade, sai das fileiras da
raça, reflete e elabora grandiosa e dinâmica idéia, baseada na verdade.
Formula-a, em ternos que podem ser compreendidos por seus semelhantes,
chegando, eventualmente, a viver de acordo com ela. Surgem, então, novas
tendências, incentivos e impulsos e, assim, se escreve a história. Pode-se
dizer, com toda propriedade, que sem idéias não haveria história. Na
enunciação de uma idéia cósmica e na capacidade de fazer dessa idéia um
ideal de força dinâmica, o Cristo não foi superado por ninguém. Através
de Sua vida deu-nos uma idéia que, com o tempo, se tornou o ideal do
serviço, razão por que muitos governantes e pensadores do mundo dedicam sua
atenção ao bem-estar de homens e nações. Que a técnica empregada e os
métodos aplicados para a concretização do ideal pressentido e sonhado
sejam, com freqüência, indesejáveis e errôneos e produzam resultados
cruéis e separatistas, de modo algum altera o fato de que, por trás de
todos esses experimentos idealistas da raça, subsiste este grande ideal,
divinamente inspirado e sintetizado para nós pelo Cristo, com Sua vida e Seu
ensinamento. (De Belém ao Calvário, pág. 95-96)
Que existe de mal em nossa apresentação das realidades espirituais e da
Verdade eterna? Poder-se-iam dar muitas respostas. A mais importante é: a
apresentação da Verdade divina – tal como foi dada pelas igrejas, no
Ocidente, e pelos instrutores, no Oriente – não se manteve à altura do
desenvolvimento intelectual do espírito humano. Apresentam-se, ainda, ao que
busca, as mesmas palavras ou idéias que de forma alguma o satisfazem,
mentalmente, nem respondem às suas necessidades práticas, neste mundo cheio
de dificuldades. Pede-se-lhe que creia e que não duvide, porém não se lhe
pede que compreenda; diz-se-lhe não ser possível que compreenda,
entretanto, pede-se-lhe que aceite as interpretações e as afirmações de
outras mentes, que pretendem possuir e compreender a Verdade. Não crê que
as metas e interpretações alheias sejam melhores que a própria. As mesmas
velhas fórmulas, teologias e interpretações são consideradas adequadas
para enfrentar as necessidades e investigações atuais do homem moderno,
porém não o são, na realidade.
A igreja de hoje é a tumba do Cristo e a lápide da teologia foi arrastada
até a porta do sepulcro... Esta minoria pensante (quando for maioria, e,
aliás, hoje vai aumentando rapidamente) determinará o... verdadeiro
ensinamento do Cristo. (O Reaparecimento do Cristo, pág. 121-122)
O Aspecto Vontade da Divindade
O segredo da vontade consiste em reconhecer a natureza divina do
homem. Só isto pode evocar a verdadeira expressão da vontade. Na verdade
deve ser evocada pela alma, quando a alma domina a mente humana e controla a
personalidade. O segredo da vontade está também estreitamente ligado ao
reconhecimento da inconquistável natureza da bondade, e à inevitabilidade
do triunfo final do bem...
Entretanto, há mais um fator, um algo mais... Veio por meio do esforço
inconsciente por expressar e compreender a qualidade da Vontade espiritual; a
manifestação desta energia divina fez com que o primeiro aspecto divino de
vontade ou poder é o que é, traço característico da força de Shamballa;
esta qualidade é tão diferente, peculiar e distinta da divindade, que nem o
Próprio Cristo pôde expressá-la com facilidade e compreensão. Daí o
episódio de Getsemani. Não me torna fácil expressar seu significado em
palavras. Passaram-se dois mil anos do episódio de Getsemani, e desde que
Cristo estabeleceu o primeiro contato com as forças de Shamballa. Por este
meio e para o bem da humanidade, estabeleceu uma relação que, depois de
vinte séculos, é somente uma frágil e débil linha vinculadora de
energia.
...Esta força de Shamballa está disponível para ser usada corretamente,
mas o poder de expressá-la está na compreensão (até onde for possível
neste ponto médio da evolução humana) e seu uso grupal. É uma força de
síntese unificadora, mas pode ser utilizada como uma força arregimentadora
e padronizante. Permitam-me repetir as duas palavras-chave para o uso da
energia de Shamballa: Uso Grupal e Compreensão...
O amor é o tema do ensinamento cristão, assim como a vontade divinamente
expressada constituirá o tema da futura religião mundial, sendo o impulso
que subjaz em grande parte do bom trabalho realizado nos campos da
filantropia e do bem-estar humano, mas, na realidade, o amor nunca foi
expressado, exceto pelo Cristo...
Portanto, a energia de Shamballa é aquilo que está relacionado com a
vivência (por meio da consciência e da forma) da humanidade... Concerne ao
estabelecimento de corretas relações humanas, e constitui essa condição
de ser que, oportunamente, nega o poder da morte... Esta vontade, despertada
pela invocação, deve ser enfocada na luz da alma e dedicada a servir os
propósitos da luz e estabelecer corretas relações humanas, que devem ser
aplicadas (com amor) para destruir tudo que obstaculiza o livre fluxo da vida
humana e está produzindo a morte (espiritual e real) da humanidade. Esta
Vontade deve ser invocada e evocada. (Astrologia Esotérica,
pág. 430-433)