Observemos a semente de laranja e vejamos se
será cabível afirmarmos que temos nas mãos uma frondosa laranjeira carregada de
laranjas? Sem dúvida a diminuta semente tem em si todo potencial da futura árvore,
todavia confundi-los é uma retórica poética e filosofal acerca da identidade entre
os caracteres iniciais e rudimentares de uma laranjeira que dormitam na semente.
Analisemos: Na questão 540 os espíritos asseveram: "É assim que tudo serve, tudo se
encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele
mesmo começou pelo átomo". Mas, por isso concluo, não temos o direito de
tomar que o átomo seja o arcanjo.
Um longo processo
caracteriza o atingimento da condição de espírito por parte do princípio
original emanado de Deus. Este princípio transita pelos reinos inferiores,
onde agrega valores que o predisporão ao domínio da real inteligência que
elabora e decide e do sentimento que se solidariza, através das conquistas
intelectuais e morais; exclusivamente inerente ao reino da
humanidade, único animado por um espírito na acepção correta de "princípio
inteligente do Universo" (questão 23).
Na questão 597, os
espíritos deixam claro que algo, inapropriadamente tomado por alma,
anima os animais, mas afirmam também que imensa diferença tem esta da que
anima os homens. Logo não podemos concluir que um espírito na plenitude de
sua capacidade anima o reino irracional. Tanto que a questão 600
menciona que a alma dos animais é imediatamente utilizada (vinculada
a outro corpo) após o desencarne, pois não é um espírito
errante.
Analisando as questões 607
e 607-a, verificaremos que antes de atingir a condição de espírito na
escala da evolução, e animar um corpo humano, o princípio original
que emanou de Deus cumpre sua primeira fase de evolução experimentando
oportunidades antecedentes ao período que chamamos de Humanidade.
Reforçam os espíritos: “É, de certa maneira, um trabalho
preparatório, como da germinação, em seguida ao qual o princípio
inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito
(grifo meu). É então que começa para ele o período de
humanidade”.
É inegável que os animais
compartilham com o homem o estágio da inteligência, em virtude do instinto
de que eles são dotados ser uma "inteligência
rudimentar” (questão
75-a), decerto incomparável à do homem, cabendo relembrar o item 19 , do
Capítulo VI, de A Gênese: "O espírito não chega a receber a iluminação
divina que lhe dá, juntamente com o livre-arbítrio e a consciência, a
noção dos seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente
fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a
obra de sua individualidade. É somente a partir do dia em que o
Senhor imprime em sua fronte seu cunho augusto, que o Espírito toma lugar
entre as humanidades (grifos meus)”. Depreende-se daí que nos reinos
inferiores (mineral, vegetal e animal) encontraremos a anima-los algo sem
"individualidade", característica básica ao espírito, sem a qual nenhum
progresso responsável é possível. Poderemos até entender que nesses reinos
vigora a existência de uma "massa fluídica", que se depura a partir
das vivências no rumo da evolução inexorável.
(a matéria é de responsabilidade do
autor).
Cláudio Amaral
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PARA
MEDITAR
ANIMAIS
Oh! Os animais!
Sempre tem algo a ensinar
aos hominais.
A águia: poderosa, forte, segura,
bela confiante, destemida,
inteligente, ousada, corajosa,
calma, que sabe como ninguém,
se defender.
Que belo poder!
O gato...
Com a sua independência...
A raposa...
Com a sua inteligência...
O tigre, astuto.
O cavalo, ativo.
Observe, não minto.
No golfinho se percebe a felicidade,
sem maldades.
No cão, um sono tranqüilo.
Eles com estas qualidades,
Adquire-se o autodomínio,
pois o pensamento é poder.
A onça impõe respeito.
Olhar firme, penetrante, imponente.
Não se importa com ninguém que a observa
e nem com o número deste público.
Mostra que não precisa de aprovação.
Ela sabe o que quer
e vive em harmonia.
com a sua essência interior.
O urso, imóvel...
Que bom Repor a energia!
Assim a natureza ensina...
Na montanha...
Observa-se a persistência.
No rio... A ação.
Na sabedoria... A emoção.
No desconhecido a realização.
Gabriella Ferry

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