A VERDADEIRA HISTÓRIA DE UMA CINDERELA
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Há 20 anos estou nessa luta. Eu e Alex completamos 23 anos de casados. Temos dois filhos lindos, – Bárbara Raquel 21 anos e Alexander Junior 17. as vezes eu me acho uma Cinderela. Tive muita sorte tenho até um castelo! Não guardo magoa de nada em de ninguém. Acredito que tinha que passar pelas ruas para ter a garra que tenho hoje. Tudo o que a gente tem para cumprir nessa vida. Vai cumprir. Tive certeza disso quando fui assinar os papeis da posse do castelo. Como formalidade o escrivão leu o histórico do imóvel – pertenceu primeiramente a família Reis... Por acaso esse é meu sobrenome. Talvez esse castelo seja a minha herança que eu vim resgatar. MARIA EULINA HILSENBECK
O Executivo e a mendiga Alexander Maximilian Hilsenbeck. 78 anos, executivo aposentado, marido de Maria Eulina. Antes de conhecer Eulina eu tive duas mulheres com quem morei por um tempo, mas sem casar. Um colega meio vidente disse que eu teria uma terceira chance. Na época, não entendi o que ele quis dizer. E numa festa de fim de ano da empresa, em 1975, a Vânia trouxe a Eulina. Ela era jovem, bonitinha, muito alegre. Estranho. Por tudo que havia passado. Conversamos pouco, ela disse que tinha vontade de ser artista. O que mais me impressionou é que ela dizia coisas que uma pessoa da idade dela normalmente não diz. Falava de planos futuros, de ter filhos. Parecia querer viver até onde era possível. Eu não pretendia mais me casar nem ter filhos estava preocupado com a minha idade. Não sabia se ia viver para ver meus filhos grandes. |
Eulina me convenceu.Eu a avisei que ela seria uma mulher nova quando eu fosse um velho. Algumas pessoas estranharam nosso casamento, mas eu não sou um individuo apegado as convenções. Ai saber de seus dias nas ruas minha reação foi de protegê-la de fazer as suas vontades. E viajava comprava coisas hospedava-se em hotéis cinco estrelas. Mas nunca se deslumbrou. O primeiro dinheiro que lhe dei ela mandou para a mãe. Engraçado é que ela tinha mania de crediário. Achava que comprar fiado era sinônimo de prestigio. Logo que fomos morar juntos ela comprou um relógio no Mappin e uma passagem de avião para o Maranhão. Tudo a prestação. Avisou todo mundo lá que ia chegar. Foi de vestido novo. Com um chapelão.Queria mostrar que tinha se dado bem. Quando nos casamos achei que seria muito importante ela ter uma atividade de que gostasse. Eulina escolheu se dedicar a obra social. No começo fui contra. Ela tinha só idéia de ajudar, mas não sabia bem como. O erro é que ela dava as coisas. Tinha mania de pagar aluguel para gente de cortiço. Hoje em vez de dar o peixe, ela ensina a pescar. Só acho que ela se dedica em demasia. Todo dia e noto nela um desgaste porque muita gente promete e não cumpre. Eu nunca a convenci a levar uma vida mais tranqüila, ao mesmo tempo, fico feliz em saber que ela faz o que gosta.Minha mulher é uma lutadora. Tem uma iniciativa fora do comum.Termina uma coisa e já está começando outra. Não explica. Não tenta. Faz. É o que admiro nela. Eulina em uma vontade verdadeira de ajudar os outros. Há 15 anos eu confesso que desacreditava da sua vocação. Quando ela ia fazer algum discurso, lembro que eu e Rita, sua secretária na época. Ficávamos preocupados de ela falar besteira. Mas era como se um santo baixasse e ela dizia coisa com coisa. Hoje não me preocupo mais, ela sabe o que faz. Desde que nos conhecemos ela queria o Castelinho. A idéia me parecia maluca, mas as primeiras cartas para o Ministério da fazenda foram e que fiz. Não acredito em destino nem em coincidências. Se você nasceu inteligente, sadia, simpática. E saber usar isso a seu favor, seu destino é um. Se nasce idiota. É outro. ALEXANDER MAXIMILIAN HILSENBECK |