>>>> Gessinger, Licks & Maltz
1-Ninguém =
Ninguém
2-¿Até
Quando Você Vai Ficar?
3-Pampa No
Walkman
4-Túnel Do Tempo
5-Chuva
De Containers
6-Pose (Anos 90)
7-No Inverno
Fica Tarde + Cedo
8-Canibal Vegetariano
Devora Planta Carnívora
9-Parabólica
10-A Conquista
Do Espelho
11-Problemas...Sempre
Existiram
12-A Conquista
Do Espaço
Há tantos quadros
na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(Ninguém = ninguém)
Me espanta que tanta gente sinta
(Se é que sente) a mesma indiferença
Há tantos quadros
na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há palavras que nunca são ditas
Há muitas vozes repetindo a mesma frase:
(Ninguém = ninguém)
Me espanta que tanta gente minta
(Descaradamente) a mesma mentira
Todos iguais
Todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Há pouca água e
muita sede
Uma represa, um apartheid
(A vida seca, os olhos úmidos)
Entre duas pessoas
Entre quatro paredes
Tudo fica claro
Ninguém fica indiferente
(Ninguém = ninguém)
Me assusta que justamente agora
Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora
Todos iguais
Todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
O que me encanta
é que tanta gente
Sinta (se é que sente)
Ou
Minta (desesperadamente)
Da mesma forma
Todos iguais
Todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais
Todos iguais
Tão desiguais...
Tão desiguais...
Tuas palavras
Como um espelho
(Cristais de visão)
Me refletem
Se quebram
Cortam a respiração
Tuas palavras
Duras palavras
Como uma prisão
Me deixam de fora
Fora de circulação
Tuas palavras...duras palavras
Um espelho...uma explosão
Tuas palavras...duras palavras
Um prisioneiro...uma prisão
Sou dado a sonhos
Como um dado em tuas mãos
Entregue a vícios e crenças
Às vezes rolo pelo chão
Me achas lento
Quando atravesso a escuridão
Por um momento me sinto
Como um dardo em tuas mãos
Tuas palavras...duras palavras
Das alturas ao chão
Tuas palavras...duras palavras
Um espelho...uma prisão
¿Até quando você vai ficar
fazendo o que quer comigo?
¿Até quando você vai ficar sem saber o que quer de mim?
¿Até quando você vai ficar...
...sem saber o que quer fazer?
...sem saber o que quer??????
...sem saber o que??????????
...sem saber???????????????
...????????????????????????
Se em uma fração nos parecessemos...
Se em algum som fosse comum...
Se a comunhão nos abrigasse
Da mesma noite, mesma chuva...
Se me coubesses feito luva
Se eu procurasse a tua mão...
Eu ficaria aqui pra sempre
Sempre seria diferente
Cada dia à dia amanhecer
Se uma razão nos parecesse
A natureza inevitável
Qual fronteiras separando
Estes estados nada estáveis
Quando eu procurasse a tua mão
Encontraria nossa gente
E ficaria ali pra sempre
Sempre seria diferente
Cada cara à cara reconhecer
Se meu passado fosse outro...
Se fosse outro o presente...
Se o futuro nos trouxesse
O que faltava antigamente
Eu cantaria as canções
Que se fazia de repente
Sacro sino compunha
Minha sina, tua unha
Carne, sangue & pus
Sinto muito blues
Sinto muito blues
Sinto muito blues
Eu já fui cego
Já vi de tudo
Já disse tudo e fiquei mudo
Já fui tão pouco e fui demais
Eu estive longe
Longas tardes à procura
A loucura esteve perto
Eu estive longe dela
Longe da cidade
Cidades por toda parte
Sempre estive por perto
Por pouco Porto Alegre
Por certo estive louco
De satisfação
Ouvindo pampa no walkman
Ouvindo pampa no walkman
Ouvindo pampa no walkman
Eu ficaria ali pra sempre
Sempre seria diferente
Cada dia a dia renascer
Te vejo infinita
Invejo quem grita
O fim do silêncio: canção que não acabou
Interna luz em fuga
Lanterna sangra e suga
Pra ouvir melhor, melhor apagar a luz
Deve ser o que chamam canto do cisne
44 minutos do segundo tempo
Pra frente é que se anda
Para a praça, ver a banda passar
Se você for, eu vou
Se você vier, eu estou no mesmo lugar
Pra frente é que se anda
Na rua a banda continua a tocar
Sem você, eu fico longe
Com você, tudo volta ao lugar
Há vida na terra
H á chances de erro
N ão há nada que possa nos proteger
Acontece a qualquer hora
Acontece a qualquer um
Não há nada de errado com a gente
Deve ser o que chamam TELHADO DE
VIDRO
Chuva de granizo, vitrines & vitrais
Atire a 1ª pedra quem nunca atirou
Espere pelo sangue que o bumerangue despertou
Atire a 2ª pedra, a 3ª, o milhar
Na idade das pedras que não criam limo
Os Flintstones continuam a rolar
Deve ser o que chamam TÚNEL DO TEMPO
Ano 2000 era futuro há pouco tempo atrás
Há uma luz no fim do túnel
E não é um trem na contramão
(Eterna luz de fuga)
Há um tempo certo para tudo
Para tudo uma razão (ou não)
Há uma luz no fim do túnel
Uma chama que nos chama, nos atrai
(Lanterna sangra e suga)
É a luz do fim do túnel do tempo
Fogo fátuo, falta de ar
Falta pão
(O pão nosso de cada dia)
Sobra pão
(O pão que o diabo amassou)
Triste vocação
A nossa elite burra
Se empanturra de biscoito fino
Somos todos passageiros clandestinos
Dos destinos da nação
Triste destino
Engolir sem mastigar
Chuva de containers
Entertainers no ar
Noir
Falta pão
(O pão nosso de cada dia)
Sobra pão
(O pão que o diabo amassou)
Triste vocação a nossa
(Elite burra)
Se empanturra de biscoito fino
Triste sina
América Latina
Não escaparemos do vexame
Não caberemos todos em Miami
Ame-o ou deixe-o
Ouviram Do Ipiranga As Margens Plácidas
Os Trovôes Da Chuva Ácida
A Acidez Oceânica De Uma Laranja Mecânica
Falta pão
(O pão nosso de cada dia)
Sobra pão
(O pão que o diabo amassou)
Falta circo
(No mundo que nos cerca)
Sobra circo
(É só pular a cerca)
Sobra circo...falta pão
Falta circo...sobra pão
Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto
Vamos todo mundo...tudo que se possa imaginar
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo...ninguém pode faltar
Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
Se não for possível, a gente tenta
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa
Vamos esquecer o dia da semana
Tem que ser agora: anos 90
Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Se for impossível, se não for importante
Mesmo assim a gente tenta
Não é pose
Não é positivismo
Quanto pior, pior
Não é pose
¡No pasarán!
Não passaremos por isso
'Tô fora voodoo, ranço, baixo astral
Não vou perder meu tempo brincando de ser mau
Não vou viver pra sempre nem morrer a toda hora
Como rasgos pré-fabricados num novo-velho blue jeans
Morte anunciada, direitos autorais
Pela TV a cabo uma baleia acaba de nascer
Nascer pode ser uma passagem violenta
O futuro se impõe, o passado não se agüenta
Meninos de engenho, santa ingenuidade
Santíssima trindade: sexo, drogas & rock'n'roll
É pura pose
...pois é...
Pós-qualquer coisa
...o pior não é isso...
É pura pose
...é dose...
...e o pior não é isso...
Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Vamos esquecer o dia da semana
7-No Inverno Fica Tarde + Cedo
Escuridão
Noite liquefeita
Tudo toma a forma
Do corpo que se deita
Na escuridão
Escuridão
Nenhum olhar aceita
Tudo se transforma
Numa cama desfeita
Na escuridão
Escuridão
Hora da colheita
Pra quem semeou vento
Numa cama desfeita
Na escuridão
Um corpo que se deita
Um corpo em tempestade
Agora já é tarde
Solidão
Hora da colheita
Pra quem semeou vento
Num corpo que se deita
Na solidão
De uma cama desfeita
Um corpo em tempestade
Agora já é tarde
(No inverno fica tarde + cedo)
Só depois de perder você descobre
que era um jogo
Um jogo que não acaba nunca, nunca acaba empatado
Se foi um jogo, você ganhou: eu perdi a direção
Se foi um sonho, se foi o céu, eu não sei
Eu que não sei perder, perdi o sono na escuridão
Só depois de perder você descobre
que era um jogo
Um jogo que não acaba nunca, nunca acaba empatado
Se foi um jogo, você ganhou: eu perdi a direção
Se foi um sonho, se foi o céu, eu não sei
Eu que não sei perder, perdi o medo da escuridão
8-Canibal Vegetariano Devora Planta Carnívora
Eu tive um pesadelo
Tive medo de não acordar
Do alto de uma torre
Eu vi a terra
Em transe profundo
Todo mundo era poeta
T odo mundo era atleta
Todo mundo era tudo
"DO IT YOURSELF", diziam
"O CÉU É O LIMITE", acredite
É um pesadelo
Não consigo acordar
Eu tive um pesadelo
Tive medo de não acordar
Eram várias variáveis
Um vírus voraz no computador
Sem rumo:
Na contramão do fim da stória
Em resumo:
O sonho é OVER
(OVERNIGHT)
É um pesadelo
Não consigo acordar
O SUPRASUMO DA CONTRADIÇÃO
Clichês inéditos
Dèja vu nunca visto
Esquerda light
Diet indigestão
Jagunço hi-tech
Perua low profile
Cabelo vermelho Ferrari
Jóia rara para a multidão
Eu tive um pesadelo
Tive medo de não acordar
Tudo andava tão caído...
Eu andava por aí
Sem rumo:
Sem rima nem refrão
Em resumo:
Não tive culpa nem perdão
Eu tive um pesadelo
Tive medo quando acordei
Tudo faz sentido
Agora que tudo acabou
O céu andava meio caído
Antes mesmo de desabar
Turistas vorazes
(Voyeur)
Levavam pra casa
Desertos e oásis num vídeo K7
Anjos em queda livre
O céu abaixo do nível do mar
Foi só um pesadelo
Um peso pesado caído na lona
¡O castelo de areia desmorona!
(Paz na terra em transe profundo)
Foi só um pesadelo
Paz
Na terra
Em transe
Profundo
(CONTRA A TRADIÇÃO: A CONTRADIÇÃO)
Overdose homeopática
Ode ao que se fode
Humildade
(Com "H" maiúsculo e dourado)
Enfant terrible veterano
Calendário eterno
Fuso anti-horário
Luz difusa
Confusa explicação
Tara relax
Safe sex
Disneylândia dândi
(A grande guerra)
Pantanal new age
Bacanal cristão
Fanatismo indeciso
Fanática indecisão
Em resumo:
ET COETERA e tal...
Ela pára
E fica ali parada
Olha-se para nada
(Paraná)
Fica parecida
(Paraguaia)
P ára-raios em dia de sol
Só para mim
Prenda minha parabólica
Princesinha parabólica
O pecado mora ao lado
O paraíso...paira no ar
...pecados no paraíso...
Se a TV estiver fora do ar
Quando passarem
Os melhores momentos da sua vida
Pela janela alguém estará
De olho em você
(Paranóica)
Prenda minha parabólica
Princesinha parabólica
Paralelas que se cruzam
Em Belém do Pará
Longe, longe, longe (aqui do lado)
(Paradoxo: nada nos separa)
Eu paro
E fico aqui parado
Olho-me para longe
A distância não separabólica
Eu roubei esses versos
Como quem rouba pão
Com a mão urgente
Com urgência no coração
Eu contei stórias
Inventei vitórias
Como quem tem preguiça
Como quem faz justiça
Com as próprias mãos
Eu roubei quase tudo que eu tenho
Só pra chamar tua atenção
E, quando cheguei em casa
Vi que lá morava um ladrão
Eu perdi quase tudo que eu tinha
A paz
Apaciência
A urgência que me levava pela mão
Uma noite interminável
Numa cela escura
¡¡¡Sentido!!!
...senhores...
Censores sem poder de censura
O ruído dos motores
Numa sala de torturas
...senhoras & senhores...
Censores sem talento sensorial
Nunca mais saiu da minha boca
O gosto amargo da palavra traição
Nunca mais saiu da minha boca
Nenhum elogio a nenhuma paixão
Uma noite mal dormida
Um país em maus lençóis
Sem sono
Sem censura
100% de nada não é nada:
É muito pouco
Sem sono
Sem censura
100% de nada não é nada:
É muito pouco
11-Problemas...Sempre Existiram
Não fui eu
Não foi você
Nem foi a máquina de escrever
Que matou a poesia
Não foram os Deuses
Nem foi a morte de Deus
Não foi o jabá da academia
Que matou a poesia
O fim de semana
O fim do planeta
A palavra "sarjeta" no fim do poema
Problemas...sempre existiram
Esteróides anabolizantes
(samplers)
Dicionários de rima
O medo do fim no final das contas
Problemas...sempre existiram
Sempre existirão
A última palavra é a mãe de todo
silêncio
Façamos silêncio para ouvir o último suspiro
Descanse em paz a mãe de todas as batalhas
A última palavra é a mãe de todo silêncio
Descanse em paz, dê o último suspiro
Façamos silêncio para ouvir o último poema
¿Por que você não soa quando
toca?
¿Por que você não sua quando ama?
¡Ninguém derrama sangue
Quando perde guerras de fliperama!
¿Por que você não sua quando toca?
¿Por que você não soa quando ama?
¿Por que você não soa quando toca?
¿Por que você não sua quando ama?
As mentiras da arte são tantas...
...são plantas artificiais
Artifícios que usamos
Para sermos (ou parecermos)
Mais reais
Um pedaço do paraíso
Uma estação no inferno
Uma soma muito maior do que as partes:
As mentiras da arte
(o último poema)
Costas quentes
(sempre em frente)
Frente fria
(sempre em frente)
Sangue quente
(sempre em frente)
Demente sangria
(sempre, sempre)
Passo à passo à eternidade
Um passo em falso: a cara no chão
Um grande passo pr'a humanidade
Um pequeno veneno pra cada um de nós
-Lá do alto deve ser bonito!
-Aqui de cima é muito legal...
-No asfalto meus tênis derretem!
-Aqui em cima nem frio nem calor...
Bola nas costas
(sempre em frente)
Atrás vem gente
(sempre em frente)
Sempre alerta
(sangue frio)
Sempre em frente
(sempre, sempre)
Passo à passo-pégasus
Pegadas pelo espaço a conquistar
Bola de neve morro abaixo
Sempre em frente, pra cima, pr'o alto
-Lá do alto deve ser esquisito...
-Aqui de cima até que é normal.
...minha cabeça pesa quase dois séculos...
-Meu corpo flutua, peso nenhum!
Cara à cara
(a conquista do espelho)
Passo à passo
(a conquista do espaço)
-Lá do alto deve ser bonito!
-Aqui de cima até que é normal...
...minha cabeça presa entre dois mundos...
-Meu corpo flutua: Mundo nenhum!
A MÍDIA...A MEDIOCRACIA
MUITO ZORRO E NENHUM SARGENTO GARCIA
...FRANCAMENTE...
HÁ MUITO JÁ NÃO SOMOS COMO JÁ FOMOS:
TODOS IGUAIS
IGUAIS AOS POUCOS QUE AINDA ANDAM
IGUAIS A TANTOS QUE ANDAM LOUCOS
IGUAIS A LOUCOS QUE AINDA ANDAM
IGUAIS A SANTOS QUE ANDAM LOUCOS
DE SATISFAÇÃO
OUVINDO PAMPA NO WALKMAN (descubro um passado que não me pertence)
OUVINDO PAMPA NO WALKMAN (3rd world music, mito e nonsense)
OUVINDO PAMPA NO WALKMAN (pertenço a um país que não me pertence)
OUVINDO PAMPA NO WALKMAN (não sou gaúcho: sou portoalegrense)
FRANCAMENTE