EROS LABYRINTH
Ryu K.
Um pouco de história inicialmente...
“Ignorado por Homero, Eros aparece pela primeira vez na Teogonia de Hesíodo, que o descreve como o mais belo dos
imortais, capaz de subjugar corações e triunfar sobre o bom senso. Deus grego
do amor e do desejo, Eros encerrava, na mitologia primitiva, significado mais
amplo e profundo. Ao fazê-lo filho do Caos, vazio original do universo, a
tradição mais antiga apresentava-o como força ordenadora e unificadora. Assim
ele aparece na versão de Hesíodo e em Empédocles, pensador pré-socrático. Seu
poder unia os elementos para fazê-los passar do caos ao cosmos, ou seja, ao
mundo organizado. Em tradições posteriores era filho de Afrodite e de Zeus,
Hermes ou Ares, segundo as diferentes versões. Platão descreveu-o como filho de
Poro (Expediente) e Pínia (Pobreza), daí que a
essência do amor fosse "sentir falta de", busca constante, em
perpétua insatisfação. Seu irmão Ânteros, também
filho de Afrodite, era o deus do amor mútuo e, às vezes, oponente e moderador
de Eros. Artistas de várias épocas representaram com freqüência o episódio da
relação de Eros com Psiqué, que simboliza a alma e
constitui uma metáfora sobre a espiritualidade humana. Em Roma, Eros foi
identificado como Cupido. Inicialmente representavam-no como um belo jovem, às
vezes alado, que feria os corações dos humanos com setas. Aos poucos, os
artistas foram reduzindo sua idade até que, no Período Helenístico, a imagem de
Eros é a representação de um menino, modelo que foi mantido no Renascimento.”
* * *
“Love is always patient
and kind. It is never jealous. Love is never boastful or conceited. It is never
rude or selfish. It does not take offense and is not resentful. Love takes no
pleasure in other people’s sins, but delights in the truth. It is always ready
to excuse, to trust, to hope, and to endure whatever
comes…”
A Walk to Remember –
Nicholas Sparks.
* * *
O jovem explorador
caminhava pela caverna com sua lanterna
Pedro, o rapaz
explorador, tinha vinte e três anos completos e seu rosto e corpo esbanjava
juventude e virilidade. Como explorador profissional, ele tinha músculos
definidos, muito bem torneados, cabelos negros e curtos, divididos ao meio e completamente lisos, seus olhos eram azuis como o
oceano, sua boca muito bem marcada com lábios naturalmente vermelhos, barba
levemente por fazer e um rosto simetricamente perfeito.
Sim, sua beleza era
invejada por muitos. Mas mesmo com tanta beleza, Pedro não tinha ninguém. Ele
se isolava em suas explorações, em busca de tesouros ou conhecimento antigo.
As pessoas que se
aproximavam dele, homens ou mulheres, viam apenas o seu belo rosto e corpo e,
como ele, eram dotados de uma beleza ímpar, mas,
quando tentavam dialogar sobre qualquer coisa, eram vazios. Nunca em sua vida
alguém tinha se aproximado de si por sentir algo especial, por querer algo bom,
as garotas e garotos que o procuravam queriam apenas exibir o seu ‘troféu’ aos
amigos e amigas.
Pessoas vazias.
Mundo vazio. A sociedade em si esquecia de alguns princípios mais sólidos.
“O amor é fogo, que
arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente.” Fala Pedro para si enquanto
caminhava.
O túnel se estendia
por mais alguns metros e então, acabava.
“Droga! Não pode
acabar aqui. Teoricamente deveria ter uma outra passagem.” Pedro começou a
procurar por pistas ao seu redor que indicassem a existência de uma outra
passagem ou até mesmo de escritas.
Quando passa a sua
mão em uma das paredes, ele vê algo escrito nela em uma escrita antiga, mas que
ele conhece.
‘Ajoelhais para adentrar ao Labirinto de Eros. Que os
tolos e fúteis deixem este lugar, ou percam a vida em sua imensidão de desafios.’
“A escrita é grega.
Labirinto de Eros? Eu nunca ouvi falar desse lugar. Ajoelhar-me para entrar?”
Pedro ajoelha-se em
frente à escrita e começa a tatear o solo. Uma leve vertigem toma conta de seu
corpo e, em um momento, tudo escurece, no instante seguinte, ele está à frente
de um grande portão. Do lugar em que se encontra, ele pode ver que realmente
trata-se de um labirinto e ao final dele, um grande templo grego se encontrava.
Tochas espalhavam-se por toda a extensão do labirinto, deixando-o com uma
aparência muito sombria.
“Mas... o que é
isso? O que está acontecendo? Onde diabos eu estou?” Pedro estava realmente
confuso. Como fora parar naquele lugar e o que estava acontecendo. Perguntas e
mais perguntas se passavam por sua mente e ele hesitando um pouco, foi até a
porta do labirinto.
Na parte superior do
grande portal, um nome se fazia gravado em grandes letras gregas.
LABIRINTO DE EROS
Na lateral esquerda,
uma placa com alguns dizeres, também em grego, se encontrava.
‘Adentrais ao Labirinto apenas
aqueles decididos a ultrapassar seus desafios. Fraquejes e fique preso
eternamente no seu maior desejo ou maior pesadelo. Que Eros esteja convosco em
vossa jornada.’
Pedro fecha seus
olhos e pensa por um momento.
“Não tenho como sair
daqui pelo modo que entrei. Acho que o único caminho para sair é atravessar o
labirinto e chegar ao templo. Que tipo de desafios um labirinto velho como esse
pode oferecer?”
Pedro chega
novamente seu equipamento, saca uma faca que ficava presa em seu tornozelo e
pega a lanterna que estava presa em sua cintura.
Ao ficar com seu
corpo todo dentro do labirinto, Pedro assusta-se ao ouvir um grande estrondo e
a luz às suas costas desaparecer. Quando ele aponta a lanterna para suas
costas, o portal por onde havia passado estava fechado. Ele volta, tentando
manter a calma e toca a parede. A parede era feita da mais pura rocha.
“Impossível! Como
algo com essa espessura e feito desse material se fecharia tão rápido?”
Um frio percorre a
espinha de Pedro, mas ele começa a caminhar. Sua mão tocando a parede direita
do labirinto e seus olhos atentos ao menos sinal de movimento.
A cada curva do
labirinto, ele fazia uma marca no solo com sua faca, indicando de que direção
tinha vindo e para qual direção tinha ido. Ele estava ficando cansado. Os
poucos suprimentos que tinha não durariam por mais de um dia de caminhada. Após
quase duas horas de caminhada, ele sente algo enroscar-se em seu braço e, antes
que conseguisse se soltar, ele percebe que está preso.
Uma espécie de planta
o estava prendendo pelo pulso e quando fez menção de mover a faca da outra mão
para cortá-la, algo o atingiu por trás como um chicote, arrancando um grito de
dor do jovem.
Com o impacto, Pedro
é lançado para frente e não cai graças ao apoio que seu braço preso fez em seu
corpo.
“Ora, ora, ora, mas
para que tanta pressa?” fala uma voz às suas costas. A voz tinha um tom
malicioso e Pedro tinha certeza que sentia um cheio estranho no labirinto
depois que a voz se manifestou. “Você realmente acha que eu deixaria um prêmio
tão valioso assim escapar de mim?” Uma gargalhada sarcástica ecoou pelo lugar e
um arrepio percorreu a espinha de Pedro.
“Quem é você? O que
quer de mim?” pergunta Pedro com a voz suave e bem lentamente.
“Eu? Eu sou um dos
carrascos do Labirinto de Eros. Eu sou a união de toda a raiva e frustração
daqueles que ficaram eternamente confinados a este labirinto. E você, vai se
unir a nós.”
Quando a voz para,
Pedro sente algo quente e melado tocar firme seu braço e olha para trás,
preparando a faca para atacar. Nada o havia preparado para o que viu.
Um ser de quase dois
metros de altura, olhos esbugalhados, dentes podres, um corpo quase disforme e
que estava totalmente banhado
Pedro ficou
boquiaberto e deixou a faca cair de suas mãos. Aproveitando-se do momento, a
criatura o jogou contra a parede, de costas para o mesmo e onde seu braço tocou
a parede, uma algema de pedra surgiu e o prendeu.
“Agora é a hora de
você sofrer um pouco, antes de sua alma unir-se à
nós.”
Ainda atônito com o
que tinha visto, Pedro despertou do transe com o chicote novamente castigando
as suas costas. Um grito de dor novamente ecoou pelo lugar.
Enquanto tentava se
recuperar, ele sente mãos percorrendo seu corpo e se assusta novamente. Quando
ele olha para baixo, vê algumas pessoas, três ou quatro, tocando seu corpo e
começando a rasgar a sua roupa.
As pessoas que
tocavam seu corpo eram quase translúcidas, mas ao mesmo tempo, sólidas, mas
frias. Eram dois homens e duas mulheres, ao que parece,
muito bonitos, mas em seus olhos, ele via apenas o vazio. Eles não tinham vida.
O toque gelado o
fazia tremer, enquanto o chicote arrancava sangue de suas costas. Os
‘espíritos’ já haviam se livrado de toda sua roupa e agora, começavam a lamber
suas pernas e virilha, segurando suas coxas em uma posição vulnerável.
Pedro sentia dor,
nojo, raiva e frustração pelo que estava acontecendo consigo.
Não conseguia soltar-se da planta ou da algema de pedra que o segurava, por
mais força que fizesse.
Um dos rapazes
começou a lamber seu membro e seu saco, procurando estimulá-lo com sua língua
gelada, enquanto o outro lambia sua virilha. Uma das mulheres mordiscava seu
mamilo e passava sua língua fria pelo seu tórax muito bem definido, enquanto a
outra, brincava com seu pescoço e orelha.
E novamente outra
chicotada arrancando mais um grito de dor.
“Vou arrancar muitos
gritos de você, até me sentir satisfeito, depois, vou te comer como uma puta qualquer, até você ser
totalmente meu.” Falou o monstro com seu hálito quente e fétido no ouvido de
Pedro.
“Por que faz isso
comigo? Me deixa em paz! Nem sei como vim parar
aqui...” um gemido escapa da boca de Pedro quando um dos espíritos enfia um
dedo em seu anus e o outro coloca seu membro em sua boca.
“Você está gostando?
Relaxe... aproveita a dor... o prazer... em breve, você viverá conosco para
sempre... o dia inteiro sentirá dor e prazer...” fala o monstro se afastando
novamente e dando uma nova chicotada.
Um gemido abafado de
dor é ouvido, pois um dos espíritos puxa Pedro e começa a beijar-lhe a boca. O
jovem tenta focar seu pensamento, pois de alguma maneira ele sabe que se
aceitar, se deixar seu corpo e mente se envolverem, ele estará perdido.
Ele fecha seus olhos
enquanto sente os espíritos abusarem de seu corpo. O jovem prende um gemido
quando sente um deles penetrá-lo, enquanto uma das mulheres encaixa seu corpo
em seu membro, fazendo movimentos sedutores, tentando quebrar qualquer tipo de
concentração que ele pudesse ter.
Mas o jovem não
desiste. Ele foca a sua mente em apenas um pensamento: o amor.
Ele pensa tanto
nisso que os espíritos aos poucos vão perdendo a forma, tornam-se etéreos. O
monstro, assustado com o que acontecia, corre para tentar tocar Pedro, mas
antes que conseguisse, começa a desaparecer também.
E o jovem permanece
parado, pelo que parecia uma eternidade. Ele abre lentamente os olhos e vê que
continua nu. Seu membro, ereto. Suas roupas, meros trapos cobrindo seu corpo. E
nada mais se encontrava ao seu redor.
Nada prendia seu
braço. Nenhum espírito ou monstro estava ao seu redor, mas a dor, essa sim
permanecia. A dor em suas costas, da qual seu sangue manchava o solo, a dor em
seus pulsos, que haviam sido presos e estavam
machucados, a dor em seu membro, usado à força. A dor em seu
anus, violado sem piedade. Mas a principal dor que consumia seu corpo,
era a dor em sua consciência. Ele fora abusado, violado, não queria aquilo, mas
seu membro, mostrava o contrário.
E ele se assustava
com isso.
Pedro sentia um frio
percorrendo seu corpo e então, ele vai ao chão. Como uma criança, ele chora
abraçando as próprias pernas.
Em sua mente, ele
tentava entender o que estava acontecendo e o que tinha acontecido com ele. Ele
queria se controlar, mas não conseguia. Pesadas lágrimas escorriam por seu
rosto, seu corpo tremia, ele soluçava.
“Preciso sair
daqui... e rápido...” fala Pedro para si, buscando nessas palavras a força
necessária para conseguir se mover. Ele se levanta e busca apoio nas paredes do
labirinto.
Ele corre, tentando não cambalear tanto pelas quadras do
labirinto. Seu corpo pedia por descanso, mas ele não queria parar. Estava
cansado, mas estava com medo.
Sua boca estava
seca. Seus mantimentos e equipamentos haviam ficado para trás. Estava nu, sozinho
e com medo. Ele se perguntava o que poderia fazer em tais condições.
Não conseguia pensar
em nada.
Na pressa, em sua
corrida pela própria salvação, ele tropeça em uma pedra e seu corpo vai ao
chão. Mais dores, novos machucados profundos e arranhões por todo o seu corpo.
Ele chora, tanto pela dor como pelo desespero.
Seu corpo jogado ao
chão, estirado lateralmente, seu braço cobrindo seu rosto e as lágrimas que não
paravam de cair. Ele soluçava e tremia de medo. Não queria morrer.
Foi então que sentiu
uma mão terna e morna tocar seu rosto e limpar suas lágrimas. Ele olha
assustado, ao seu lado, um rapaz muito belo o olhava sorrindo. Ele tinha olhos
verdes, um cabelo loiro e longo, até o meio das costas. Seu rosto era delicado
e sua pele perfeita. Seu corpo era esguio, mas ele não conseguiu notar nada que
pudesse ser indicado como uma falha. Ele era perfeito. Pedro pensou ter visto
um anjo.
“Acalme-se, eu não
vou machucá-lo.” Fala o rapaz sorrindo novamente. “Deixe-me cuidar de seus
ferimentos. Deixe-me ajudá-lo.” Fala ele estendendo uma de suas mãos.
“E por que eu
deveria?” Fala Pedro encolhendo seu corpo contra o muro de pedras. “Não foi
muito bom encontrar alguém aqui da última vez.”
“Por favor,
acalme-se. Eu quero apenas ajudá-lo. Deixe-me tirá-lo desse inferno e cuidar de
você... eu conheço a saída do Labirinto.” Fala ele se erguendo e estendendo
novamente a mão.
“Você... você sabe
como sair?” Pergunta Pedro gaguejando levemente.
“Sim, eu conheço a
saída. Assim que você entrou no Labirinto, eu soube e resolvi ajudá-lo. Me perdoe por não chegar antes daquele monstro.” Fala o
jovem ajudando Pedro a se levantar.
“E quem é você?”
Pergunta Pedro ainda receoso.
“Pode me chamar de
Hermes. Eu sou uma das pessoas que conseguiu vencer o Labirinto de Eros e
agora, cuida para que outros não caiam na mesma
tentação.”
Pedro rende-se à
ajuda de Hermes e o mesmo o conduz ao que parece ser um espaço fora do
Labirinto. Lá, uma bela fonte deixava água cristalina correr como um pequeno
rio, algumas árvores frutíferas estavam espalhadas e uma pequena horta ficava
ao lado de uma bela casa.
Quando Pedro adentra
à casa, tudo que vê é uma cozinha e um enorme quarto,
com uma cama de casal que faria inveja a qualquer rei ou rainha.
“Este é o meu lar. O
lugar onde fico para ajudar as pessoas.” Fala Hermes sentando Pedro em uma
cadeira e pegando algo em um dos armários.
“É lindo... eu
poderia ficar aqui para sempre...” fala Pedro hipnotizado pela beleza do local.
“É natural sentirem
isso.” Fala Hermes sorrindo e retirando uma caixa com uma pequena cruz vermelha
na tampa. “Deixe-me limpar seus ferimentos e depois, você tomará um banho na
fonte, para que os mesmos sejam curados.”
De maneira lenta e
delicada, Hermes limpa os ferimentos de Pedro. Um a um
os ferimentos são limpos e, em casos mais extremos, um analgésico era aplicado.
Pedro sentia-se no
céu. A mão de Hermes sobre seu corpo era algo delicado, mas ao mesmo tempo,
firme. Quando percebeu, estava excitado novamente e ruborizou no mesmo instante,
não querendo que seu anfitrião o visse neste estado.
Hermes, ao perceber
o embaraço de seu hóspede apenas sorri. “Não se preocupe, é natural acontecer
isso quando tocam em nosso corpo. Principalmente quando a pessoa que toca se
preocupa conosco.” Fala Hermes ruborizando levemente.
“E você se importa
comigo?” Pergunta Pedro erguendo-se da cadeira e segurando o braço de Hermes.
“...
... ... Sim... eu me preocupo com você. Quando te vi caído no chão,
senti algo diferente dentro de mim...foi... especial...” fala o jovem ficando
ainda mais ruborizado.
“Eu... eu... pensei
ter visto um anjo... pensei que tinha morrido e que um anjo tinha vindo me
buscar.” Fala Pedro soltando o braço de Hermes.
Ao ouvir as palavras
de Pedro, Hermes o abraça com força. Ambos ficam abraçados por um longo
período, até que Hermes rompe o contato e o puxa em direção à fonte, do lado de
fora da casa.
Os pés de Pedro
tocam a fonte e ele sente um arrepio subir pelo seu corpo. A água estava fria.
“No começo é um
pouco estranho, mas depois você se acostuma.” Fala Hermes subindo em uma pedra
e mergulhando no meio da fonte. Quando o mesmo emerge, jogando seus cabelos
para trás, Pedro pensou que aquela era a visão do Paraíso.
Ele junta suas
forças e entra na água, sentindo seus ferimentos começarem a arder levemente.
Ele treme um pouco com o frio da água, mas então, começa a nadar em direção à Hermes.
Quando eles se
encontram, no meio do lago, Hermes se entrelaça no pescoço de Pedro e começa a
beijá-lo com sofreguidão. Água da fonte misturando-se com a saliva de ambos, as
mãos passeando pelos corpos um do outro, os membros eretos...
Eles lentamente se
deslocam para uma das margens do lago e continuam a se beijar e trocar
carícias. Com a água pouco acima do joelho de ambos, Hermes desce beijando o
corpo de Pedro, dando leves mordidas e provocando
arrepios.
Quando chega em um dos mamilos do jovem, ele começa a passar levemente o
dedo por um deles, enquanto sua língua trabalhava no outro, arrancando gemidos
roucos do mesmo. Pedro, enquanto isso, passeava com
sua mão pelas costas do jovem, vendo em suas costas uma enorme foice tatuada.
“Bela tatuagem...”
fala ele rouco.
“É... poucos a
viram... eu só a mostro para pessoas que realmente gosto...” fala Hermes, agora
de joelhos, encarando o membro de Pedro e passeando com sua língua pelo mesmo.
Sem aviso, ele coloca o membro em sua boca e começa a sugá-lo com vontade, com
movimentos de vai-e-vem que estavam deixando Pedro louco. A língua de Hermes se
enroscava no membro duro de Pedro, enquanto suas mãos massageavam suas coxas.
Hermes aumentava o
ritmo e quando Pedro estava quase atingindo o clímax, ele para, segurando nas
mãos de Pedro e se apoiando nele para erguer-se.
O rosto de Pedro
mostrava o quão frustrado estava, seu corpo pedia para
atingir o ápice, desde que espantara os monstros. E agora, Hermes estava
provocando mais ainda o mesmo.
“Calma...” sussurra
Hermes no ouvido de Pedro, provocando arrepios. “Vamos aproveitar mais um
pouco.” Ao dizer isso, o jovem empurra Pedro em direção à margem do lago e o
faz deitar no solo, subindo por cima dele esfregando seu corpo no dele.
Hermes se acomoda
sobre Pedro e encaixa o membro dele em sua entrada, deslizando levemente sobre
o mesmo. Pedro sente como era quente o interior dele e quase atinge o clímax apenas
com isso.
Depois de se
acomodar com o membro de Pedro dentro de si, Hermes começa a se movimentar
lentamente, cada vez que erguia e baixava seu corpo, arrancava um gemido
abafado de Pedro. Aos poucos, os movimentos começaram a aumentar de ritmo e Pedro
já não agüentava mais, estava quase atingindo o clímax, quando Hermes para de
movimentar-se, travando o corpo de Pedro embaixo do seu.
“Continua... por
favor...” Fala Pedro, quase suplicando.
Hermes continuou
parado por mais um tempo e, depois, voltou a movimentar-se, rapidamente. Todas
as vezes que Pedro estava quase chegando ao clímax, Hermes parava de se
movimentar. O sorriso dele agora era sádico e não angelical. Ele próprio
atingira o clímax pelo menos três vezes, apenas com o membro de Pedro entrando
e saindo de si, mas não deixava o mesmo se aliviar.
Pedro não agüentava
mais, a tensão em seu corpo acumulado por tanto tempo lhe provocava dores em
todo o seu órgão genital. Ele já havia perdido a noção de tempo e, depois que
Hermes atingiu o clímax pela quarta vez, jorrando novamente sua semente sobre o
corpo de Pedro, o mesmo debruçou sobre ele.
“Você quer se
aliviar?” Pergunta o jovem de maneira sensual no ouvido de Pedro, ofegante.
“Quero.” Fala Pedro
com a expressão em seu rosto mostrando o quanto estava sofrendo.
“Então diga que
vamos ficar juntos pra sempre. Diga que você é só meu e de mais ninguém. Diga
que você me ama e nunca mais vai olhar para ninguém...”
Ao ouvir essas
palavras, foi como despertar de um transe para Pedro.
“O amor é sempre paciente e gentil. O amor nunca tem
ciúmes. O amor é livre do orgulho e da arrogância. Nunca é rude ou egoísta. Não
se ofende ou sente ódio. O amor não sente prazer no pecado dos outros, mas se
deleita com a verdade. Está sempre pronto para perdoar, para confiar, para ter
esperança e vencer qualquer desafio...”
“Jamais poderia
prometer algo que nem mesmo sei se posso cumprir.” Fala Pedro recuperando o
controle do seu corpo. Com um movimento, ele retira seu membro de dentro de Hermes
e levanta-se. “O seu erro foi pedir por isso agora... guardião.” Pedro começa a
caminhar lentamente, deixando o guardião chorando e gritando, ordenando que ele
voltasse.
Assim que deixa a
área onde estava, ele volta para o Labirinto. Com as energias renovadas e os
ferimentos curados, ele volta a caminhar a esmo, buscando encontrar uma saída.
Pedro já estava
cansado, com sono e com muita fome. Seu estômago roncava e ele nem se lembrava
de quando tinha sido sua última refeição. Ele cai com um joelho no chão e apóia
a mão na parede. Ele pisca o olho e vê uma claridade.
Ele tenta fixar a
sua visão e vê que realmente, estava diante da porta do Labirinto. Ele corre, com todas as suas forças ele corre. Ele tenta de
maneira desesperada chegar até o portão do Labirinto. Pedro ouve um barulho às
suas costas e quando olha para trás, os dois guardiões corriam em sua direção.
Suas formas distorcidas e fantasmagóricas flutuavam rapidamente até onde ele
estava.
O desespero cresce
no coração do jovem e ele corre o máximo que pode. Não queria jamais ficar
frente a frente com aqueles monstros. Queria apenas descansar, comer algo,
tomar um bom banho e dormir.
Quando ele começa a
atravessar o portão e vê a sua frente o templo antigo, ele sente algo agarrar
seu pé esquerdo e o puxar. Novamente seu corpo vai ao chão e ele se machuca nas
pedras.
“Você é meu! Não vai
escapar!” Grita o primeiro guardião.
“Você ficará conosco
eternamente!” Grita o segundo guardião.
“Não! Eu estou fora!
Vocês não podem mais me prender aí dentro!” Grita Pedro desesperado, chutando o
primeiro guardião com toda sua força.
Aos poucos, o corpo
de Pedro é arrastado novamente para dentro do Labirinto de Eros. O primeiro
guardião puxava o corpo de Pedro de um lado para o outro, machucando toda parte
frontal de seu corpo, principalmente seu membro. Lágrimas de desespero caíam
pelo rosto do jovem e ele tentava de todas as maneiras se agarrar
a algo para que tivesse apoio e lutasse.
“Você está morto
humano! Renda-se e una-se a nós!” Fala gargalhando o primeiro guardião.
“Nunca!” grita Pedro
se agarrando na lateral do portal chutando o primeiro guardião, atingindo o
rosto do mesmo e fazendo com que o soltasse. O segundo guardião o segura pela
cintura quando ele tentava levantar, mas com uma cotovelada, Pedro consegue
desvencilhar-se deles e joga seu corpo para fora do Labirinto, gemendo de dor e
sangrando.
Ele se assusta ao
ver que ambos os guardiões conseguem deixar o Labirinto e tenta
desesperadamente erguer-se, mas sentindo que os ferimentos recentes foram demais
para ele.
Pronto para
desistir, ele fica estirando no chão, chorando. Ele sente as mãos dos guardiões
tocarem seu corpo e, quando eles começam a erguê-lo, uma voz se faz ouvir e um
clarão deixa o templo.
“Parem! Voltem para
onde deveriam ficar!” fala uma bela voz feminina.
Os dois guardiões
assustam-se com a presença e voltam correndo para dentro do Labirinto. Assim
que passam os portões, a porta fecha-se. Pedro tenta erguer-se com dificuldade
e vê, na porta do templo, uma figura feminina vestida em trajes gregos.
Ela tinha longos
cabelos loiros, olhos azuis, pele muito branca e um
sorriso perfeito. Ela era perfeita. A mulher emanava uma luz própria. Pedro
estava quase começando a crer que realmente tinha morrido e que agora, esse
anjo estava aqui para buscá-lo.
“Erga-se mortal.
Caminhe até mim para receber o que merece.” Ao ouvir a voz da mulher, era como
receber uma ordem irrecusável. Ele se ergue, mesmo sentindo dores, e vai até a
escadaria e ajoelha-se diante da mulher.
“Eu sou Afrodite.
Erga-se, meu filho.” Ao dizer isso, Afrodite beija a testa do rapaz, e com o
beijo, todas as feridas em seu corpo se curam imediatamente.
“Seu... seu...
filho? Não entendo...” fala Pedro olhando encantado para a mulher à sua frente.
“Você entenderá e
aceitará com o tempo. Você já foi Eros, o Deus do amor. Infelizmente, devido às
artimanhas de outros deuses, você encarnou na Terra, sem lembranças de sua vida
conosco. Seu próprio labirinto foi usado como uma arma contra você, mas como já
era esperado, você sobreviveu. Agora, é sua decisão o que será feito das almas
que aqui ficaram presas.” Fala ela sorrindo e mostrando o caminho para que
Pedro adentrasse ao templo.
Ao adentrar ao
templo, ele olha para várias estátuas de mármore espalhadas pelos corredores.
“Todos eles ficaram presos
“Isso é cruel
demais... por que alguém faria isso?” pergunta Pedro virando-se para Afrodite.
“Isso não é
crueldade. Você criou o Labirinto para que as pessoas descobrissem por si só o
que você representa. Nada é dado aos mortais, ou eles não entendem o real valor
de seus dons.” Fala Afrodite tocando no ombro de Pedro. “O amor tem muitas
variações. Você e seus irmãos sabem disso. Agora, através do seu Labirinto,
eles aprenderam.”
E por que devem
sofrer eternamente?” pergunta Pedro tirando a mão de
Afrodite de seu ombro.
“Quem deve continuar
preso ou não, é escolha sua. Você pode libertar seus corpos e conseqüentemente,
suas almas, devolvendo-lhes a vida. Mas, sugiro que estude cada um deles antes
de tomar a sua decisão.”
“E como posso fazer
isso? Não conheço essas pessoas.” Fala Pedro cabisbaixo.
“Erga a sua cabeça. Você
é Eros, é o dono desse Templo e criador desse Labirinto. Se alguém pode fazer
algo aqui, esse alguém é você. Tudo o que precisa fazer, é tocar nas estátuas.
Se desejar libertá-los, quebre-a. Se desejar que eles
continuem sofrendo, mantenha-as aqui.” E ao dizer isso, Afrodite some.
Pedro olha para um
lado e depois olha para o outro. Ele avança em direção ao trono no Templo e
senta-se. Em seu corpo, vestes gregas se formam e uma coroa de louros aparece
em sua cabeça.
Ele olha em direção
ao portão principal e um centro aparece em sua mão. Seu corpo emite um brilho
dourado e ele ergue-se novamente. Seus olhos se pousam sobre um garoto pequeno
e franzino e toca-lhe a face.
Bem-vindos ao EROS LABYRINTH!
The End.
Ryu K.