Lendo sua interessante crônica "A Chance", só posso chegar à conclusão que os leitores, ouvintes e expectadores de notícias devem sempre conferir a informação que recebem da mídia, mesmo quando provenientes de pessoas famosas como o senhor.
Faço parte da comunidade esperantista internacional que segundo informação
da página da ONU na internet é formada por 2.000.000 ( distribuídas em todo
o planeta ). Essa comunidade produziu em pouco mais de um século cerca de
50.000 títulos, 6 prêmios Nobel, dezenas de Congressos Mundiais, e produz
atualmente revistas internacionais, dezenas de milhares de páginas, jornais
eletrônicos e centenas de listas de discussão na internet (se quiser
conferir basta pesquisar Esperanto). Então dizer: "Para quem não
sabe, o esperanto foi a tentativa de criação de uma língua universal, que
unisse todas as existentes" é cometer alguns erros:
1. Esperanto não foi uma tentativa. Esperanto é um fato. É uma língua que
existe e que é usada diariamente.
2. Esperanto não vai unir as línguas existentes. Esperanto foi criado para
ser a segunda língua de cada cidadão e portanto mantêm a diversidade lingüística
que é um patrimônio cultural de toda a humanidade.
" Trabalhei em uma editora que usava o truque do Esperanto."
O Esperanto é simples: a pessoa aprende e passa a se corresponder com outras
pessoas de outros países. Em bate-papos na internet é comum conversarmos com
chineses, norte-americanos, russos, alemães, hindus, etc... Não existem
truques, gastos milionários com aprendizado, longos e intermináveis
cursinhos, longas e caras viagens de intercâmbio internacional.
"As escolas aceitavam, embora ninguém pudesse imaginar qual seria a
utilidade de tal língua."
A Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura, que é a maior autoridade mundial em Educação (acho que ela conhece
um pouco sobre as escolas a que o Sr. se refere) reconhece e recomenda o
Esperanto desde 1954. No dia 21 de fevereiro, pp., a UEA - Universala
Esperanto Asocio participou com a Unesco do "Dia Internacional da Língua
Materna".
"O mundo dos negócios voltava-se, definitivamente, para o inglês."
O mundo dos negócios depende dos Estados Unidos. Há previsões que em 30
anos a China superará a economia dos Estados Unidos. E também podem
acontecer acidentes de percurso como em qualquer outro dos milhares de impérios
já transferidos definitivamente para a história. Enquanto isso não
ocorre, vamos lidando com os " probleminhas" diários:
- "Rede Poliglota - Aumento global no número de internautas coloca em
risco a hegemonia do inglês na internet"
Isto É - Dinheiro: http://www.terra.com.br/istoedinheiro/
e na busca deve-se digitar "Rede Poliglota". Nessa notícia é possível
ver frases como: " O Sr. Patrick Mahoney, analista do Yankee Group, chega
a dizer “Foi uma atitude arrogante das companhias acreditar no inglês como
língua universal da internet". ou "Uma pesquisa da Computer
Economics revela que em 2005, 57% dos internautas serão de países onde a língua
oficial não é o inglês e que as empresas americanas, de olho nesse imenso
mercado, estão traduzindo seus portais para outros idiomas para facilitar
a comunicação".
- Uma língua universal para negócios - Gazeta Mercantil de Junho de 2003. Empresário fala sobre sua principal dificuldade no comércio com os russos: idioma.
- ' Babel Européia' contratará 166 intérpretes para cada idioma - O Estado de São Paulo - 21/11/2002.
- Sistemas de comunicação internacional
http://gxangalo.com/brazilo/modules/news/article.php?storyid=57
Na minha opinião pessoal, a mídia em geral deveria se esforçar para ouvir a outra versão, ouvir a outra opinião antes de publicar uma matéria. Isso infelizmente nunca ocorre com o Esperanto. Devemos pensar que isso ocorra com qualquer outro assunto?
Marcos Pimenta
Redator de EsperantoBrasil.com
gxangalobr@yahoo.com.br