Ao Diretor de Redação, VEJA SÃO PAULO
Prezado Senhor Diretor
Sou leitor da Revista Veja e a crônica de Walcyr Carrasco é uma das
leituras mais prazerosas dessa revista.
Mas infelizmente na última edição de sua crônica "A Chance" o
senhor
Walcyr foi tremendamente injusto com o Esperanto e com os
esperantistas. Ele fala equivocadamente "o Esperanto foi a tentativa
de criação de uma língua universal". O Esperanto nunca teve intenção
de ser universal mas sim internacional e isso nem Hitler, cujo
poderoso exército metralhava todos os esperantistas que cruzavam seu
caminho, segundo matéria publicada no jornal "The Guardian" em
12/07/2003, conseguiu evitar.
O Esperanto hoje está espalhado pelo mundo e é difícil calcular o
número de esperantistas, mas é possível fazer uma estimativa: a
edição de nº 195 da revista "Speak Up" cita que 0,1 % da população
da
Terra fala o Esperanto, algo em torno de 6 milhões de pessoas; já a
revista "Isto é", nº 1714, na matéria "Ciu vi scias paroli en
ci tiu
lingvo?", afirma que esse número é de 10 milhões. Acho que o momento
em que se ignorava o Esperanto já passou e acredito que dias de
glórias estão por vir, como observa outra matéria, dessa vez na
revista "Newsweek" de 11/08/2003. Gostaria de, respeitosamente,
sugerir ao Sr. Walcyr Carrasco que leia essa matéria e veja a forma
espetacular em que o ainda não milionário George Soros conseguiu
escapar da Hungria cumunista usando o Esperanto.
V. Sa. pode ver o Esperanto funcionando na prática no sítio
gxangalo.com/babilejo, onde pessoas de diversos países trocam idéias
ou ainda ouvir um noticiário na rádio China Internacional,
cri.com.cn.
Atenciosamente,
Aroldo Santana