O estrangeiro
Informações retiradas do trabalho Modernismo
Movimentos Primitivistas
O estrangeiro é um romance desigual e provocante. Tem uma sensível
influência de Memória sentimentais se João Miramar, de Oswald de
Andrade. Nota-se este fato na composição fragmentária, nas palavras em
liberdade, no simutaneísmo, no estilo telegráfico, na interseção cinematográfica
de notícias de jornais, textos históricos, etc. Contudo, a herança do
passado persiste ainda no romancista e O estrangeiro não possui
aquela desestrutura intencional de que marca Memórias.
Tampouco a paródia se faz presente na narrativa, dominada pela
figura central de Ivã, jovem anarquista que emigra da Rússia pré-revolucionária
e vem tentar vida nova no Brasil. Acompanha uma família de imigrantes
italianos à zona rural, vai para cidade de São Paulo e monta uma pequena
indústria que logo prospera. Mas está sempre pensando no sentido de sua
vida. Por não encontrar a chave de seu destino, por se sentir desenraizado,
estrangeiro em todas as terras, suicida-se no final do relato. Ao lado
da história de Ivã, Plínio Salgado tenta construir um painel maior da
vida em São Paulo na década de 20, suas etnias, suas classes, suas perspectivas
e ações, o que em parte consegue.