Cordado - Anfíbio
Introdução Bufo bufo Reprodução e filhotes Utilidade e relação com o homem Curiosidade Parentesco
Nome vulgar: Sapo comum |
Reino Animália |
Filo Chordata |
Classe Anphibia |
Família Bufonidae |
Gênero Bufo |
Espécie Bufo bufo |
Sapo comum (Bufo bufo)
Fonte: http://gutt.sg.free.fr/Images/bufo%20bufo.JPG
Os anfíbios se originaram provavelmente de certos peixes pulmonados, há aproximadamente 350 milhões de anos. Espalharam-se nos ambientes terrestres e chegaram a possuir representantes gigantescos, com até quatro metros de comprimento. Com o surgimento dos répteis, animais mais adaptados para a vida em terra firme, muitos anfíbios foram se extinguindo e, atualmente, a grande maioria é representada por animais de porte relativamente pequeno e que vivem geralmente restritos a ambientes úmidos.
Fonte: http://www.kchz.cz/vystava2000/a/img/418.jpg
O sapo comum é um animal feio. Isto é evidente um pouco que se tem nas regras estéticas de beleza. Mas deixando a parte a discussão da concepção da beleza, que não está livre de ter só um valor relativo, bom é fazer constar que, se é necessário reconhecer sem reservas deste sapo, é certo dizer que há espécies mais feias.
O sapo comum tem o corpo grosso, as patas curtas e robustas e a pele coberta de verrugas que secretam um liquido de propriedades tóxicas. Apesar deste animal ter costumes terrestres, corre e salta com lentitude e não é um bom nadador, porém se reproduz na água.
Os sapos passam o dia ocultos em esconderijos subterrâneos, debaixo de pedras ou de troncos caídos e nas correntes de água existente em hortas e jardins. Durante um bom tempo quando anoitece, ele sai para caçar seu alimento: minhocas, larvas e insetos adultos. Para atacar suas presas demonstra grande habilidade. É freqüente que esses animais permanecem imóveis, despreocupados, com relação à tudo que ocorre ao seu redor. No entanto, esta é só uma indiferença aparente, porque o sapo está em alerta. É suficiente que um inseto passe por perto, para que o sapo perceba imediatamente sua presença. Não é necessário que ele o veja, basta ouvir seus frágeis passos. Ao instante, o animal se volta para dar frente a sua futura presa. Se o individuo está fora do seu alcance imediato, só deixa-lo andar até que fique fora de sua vista. Então, o sapo avança com passos largos, compassados e cautelosos, como um gato que vai saltar sobre um pardal. Ao chegar o momento decisivo, sua emoção deve ser grande, como ele demonstra por um tremor dos dedos de suas patas posteriores. Só falta o ataque, lançado e brusco, levando a cabo com tal seriedade, que apenas pode-se perceber que a vítima foi capturada com a língua, que com um rápido movimento de envolver o inseto, fazendo desaparecer na boca. O sapo, então, se afirma sobre os seus quartos traseiros, abaixa seus olhos, antes do salto, e fica paralisado por um tempo, enquanto ingere o inseto. Com freqüência, a captura é mais simples. Isto sucede quando a presa se detém ao passar junto ao astuto animal, que por sua imobilidade não inspira talvez desconfiança, porque parece uma pedra ou qualquer outro objeto inerte. O anfíbio se limita neste caso ao lançar a língua sobre a presa, sem mover sequer a caber, se é que é possível, logo, permanece como se nada tivesse ocorrido, em quietude de enfige, esperando passo de novos incautos.
Os sapos gostam muito de minhocas. É curioso ver o esforço que fazem para engolir algumas que por ser de grande tamanho podem impor resistência. Pode-se ver às vezes que o sapo tira a minhoca, como se tirasse de uma corda que está presa ao solo.
Fonte: http://www.rieo.net/amph/exfrog/bufo/bufo/bufobufo2.jpg
Depois de passar o inverno, inerte em seus respectivos esconderijos, os sapos voltam à vida, reunindo-se em lugares úmidos para a reprodução. Os machos se entregam a uma disputada luta para a conquista das fêmeas, até que se forma o casal, e se mantém unidos de 6 à 7 dias, ao final dos quais se efetua a posta dos ovos. Esta consiste em vários milhões de ovos pequenos e medindo cerca de dois milímetros de diâmetro, que formam dobras ressaltadas por sua cor negra, aparecem incluídos em uma espécie de cordão gelatinoso, que emaranha nas plantas submersas na água e alcançam um grande comprimento.
Aos quinze dias, aproximadamente, nascem as larvas, que permanecem englobadas nas sustâncias gelatinosas dos cordões, já desfeitos. Passados uns dias, ficam livres e se aderem à folhas e talos de plantas aquáticas. Os girinos podem alcançar 2,5 cm de comprimento e tardam em converter-se em adultos por uns três meses, se não há causas que acelerem ou retardem o período normal de desenvolvimento. Os sapinhos recém formados abandonam a água e começam a buscar seus alimentos, que consiste em pequenos insetos. Nesta idade devem morrer milhares, por serem fáceis presas de outros animais e porque nem sempre encontram alimento adequado e condições de umidade precisas. Há gerações que deixam de existir totalmente pr haver nascido em tanques d’água, nos quais é impossível o acesso à terra firme.
É freqüente ver, em pleno dia, centenas de sapinhos recém nascidos que correm e saltam por pastagens e lugares alagados onde passam a fase de girinos. Porém, quando adultos, cada um deles emigram e buscam seu esconderijo. Eles procuram não sair durante o dia, não só para defender-se melhor da voracidade de seus inimigos, se não para livrar-se dos ardores do solo. Em tais circunstancias pode suceder que, com as chuvas de verão faz com os sapinhos saem de seus esconderijos, reunindo-se às vezes em número tão considerável que é impossível andar sem pisoteá-los. Isto é a causa que explica a chuva de sapos ou de rãs, em que poucas pessoas crêem.
Utilidade e relação com o homem
O sapo comum é em extremamente útil, pois consome grande quantidade de larvas, insetos, caracóis e outros invertebrados que causam grandes danos às plantações. Além disso, é incapaz de causar qualquer dano ao homem, pois apesar de possuir glândulas venenosas na pele, carece de órgão de inoculação do veneno e este não pode produzir ao homem males apreciáveis, ao mais algumas irritações nas mucosas, sobretudo nos olhos, se tocar depois de haver manuseado com excesso um sapo.
Parece que os sapos têm o costume de abrigar-se sempre no mesmo lugar ainda que se afaste dele, sabem voltar ao seu abrigo. Uma curiosa experiência sobre este sapo consiste no seguinte: se atar uma fita à uma pata de um sapo, com o objetivo de reconhecê-lo no futuro, e logo se colocá-lo num saco, e deixá-lo a vários dias, da horta ao jardim onde tem sua residência habitual, para levá-lo a um bosque próximo, ao ponto mais distante, até chegar à distância de 700 metros. O sapo quase sempre volta, guiado pelo seu próprio extinto, ainda que se coloque obstáculos que o impeça ou ele reduza o passo por causa de um muro. Raras vezes defrauda as esperanças do investigador.
O sapo verde (Bufo viridis), é menor que o sapo comum e difere do mesmo por ter debaixo das articulações dos dedos das patas umas dobras simples, entretanto as do sapo comum são duplas. Alem disso seu dorso está provido de manchas esverdeadas que ressaltam sobre um fundo de tonalidades bastante variáveis. Esta espécie vive em grande pare da Europa e nas ilhas Baleares, onde falta o sapo comum. Em compensação, não habita na Península Ibérica, mas sim em Marrocos e no resto da África. Seu comprimento varia entre 7 e 9 cm, e é encontrado em ambos os sexos.
Fonte: http://www.zagorama.com/Life-Zagori/meletipanidas/sk03.jpg
O sapo corredor (Bufo calamita) é menor que o anterior e de aspecto diferente por ter abaixo as articulações dos dedos e dos pés dobras, como as do sapo comum. As patas posteriores são mais curtas que nas espécies que precedem, de modo que este sapo pode apenas saltar, porém corre com rapidez, intercalando paradas, como as lagartixas. Sua cor é variável, e tem no dorso apenas uma faixa amarela que se estende desde o focinho até o extremo posterior do corpo. Seus girinos são os mais pequenos que se conhecem na Europa, pois só alcançam 2,5 cm ou pouco mais. Os sapinhos recém formados só tem 1 cm de comprimento.
Fonte: naturephoto.akuter.com
O sapo marinho (Bufo marinus) é uma espécie gigante, que alcança 15 cm de comprimento e às vezes algo mais. Os sapinhos recém formados medem apenas 1 cm de comprimento, de modo que diferem muito dos adultos pela estatura e pela cor, pois enquanto os sapinhos têm dorso pardo amarelado com grandes manchas claras, os adultos apresentam cor pardo obscuro manchado e preto. É próprio das Antilhas e Continente Americano, desde o México à República Argentina.
Fonte: http://allaboutfrogs.org/month/nebuchadnezza4.jpg
O Bufo mauritanica é um anfíbio de 10 cm de comprimento, que tem o dorso com manchas verdes claras ou pardo vivo, bordados de escuro, que se destacam sobre o fundo de cor amarelada, oferecendo um aspecto que pode recordar algo parecido com a pele da pantera. É próprio de Marrocos e Argélia, e por sua coloração é uma das espécies mais vistosas do gênero Bufo.
O sapo cubano (Bufo peltocephalus) é a espécie mais abundantes de todos já mencionados, esse sapo tem o costume de ficar embaixo das pedras, das colinas e das raízes das árvores. Seus costumes são noturnos, e tampouco tem necessidade de invernar, pois é capaz de alimentar-se durante todo o ano. Sua pele possui desenhos recheados e azuis, esta lhe permite resistir a largos caminhos de água.
Referências bibliográficas
Barros, Carlos
Os seres vivos/ Carlos Barros, Wilson Roberto Paulino. - 60. ed. Totalmente reformulado – São Paulo, Ática, 1999.
Vida dos animais, das plantas e da terra.
Zoologia (vertebrados)
- Instituto Gallach de Livraria e edições, S. L., 1960
Barcelona
D. Angel Cabreira, D. Joaquim Maluquer e D. Luís Lazano.
Quinta edição