Platelminto
Introdução Schistossoma mansoni Reprodução Ciclo de vida Importância Parentes próximos Curiosidade
Nome vulgar: esquistossomo |
Reino Animália |
Filo Platyhelminthes |
Classe trematoda |
Subclasse endoparasitas |
Família esquistossomídeos |
Gênero Schistossoma |
Espécie Schistossoma mansoni |
Quanto à origem evolutiva dos platelmintos, alguns cientistas acreditam que platelmintos possam ter se originado a partir da evolução das formas larvais dos celenterados, as larvas planulóides. Embora os celenterados adultos tenham simetria radial, a larva plânula é achatada e tem simetria bilateral. Esta hipótese é bastante interessante, uma vez que poderia correlacionar evolutivamente os platelmintos com os celenterados.
Um endoparasita, como o Schistossoma mansoni, não necessita de estruturas visuais, desde que vive sempre mergulhado na escuridão do interior do corpo do hospedeiro; muitas outras estruturas, presentes nos animais de vida livre, podem faltar nos animais parasitas como conseqüência da adaptação deste ao hospedeiro.
O Schistossoma mansoni vive em veias do intestino e da bexiga do homem, são endoparasitas e dióicos.
Esta espécie têm o corpo geralmente revestido por uma cutícula resistente, secretada pela epiderme. Os animais adultos não apresentam cílios, estes aparecem apenas na fase larval.
A boca está localizada na região anterior do corpo, abrindo-se em uma faringe que, por sua vez, abre-se no intestino ramificado. Na região anterior, existem duas ventosas (estruturas especializadas na fixação do verme ao hospedeiro).
A nutrição do Schistossoma mansoni é à base de restos de células, secreções intestinais e outros materiais que descamam do revestimento intestinal durante sua ação parasitária.
O macho tem o corpo curto medindo cerca de 1 cm, este possui um canal que abriga a fêmea, o canal ginecóforo.
A fêmea é mais longa e esguia, medindo cerca de 1,5 cm de comprimento.
Os esquistossomos reproduzem-se por reprodução cruzada. Após a fecundação, as fêmeas depositam seus ovos nos capilares do intestino. Os ovos possuem um espinho, que propicia o rompimento da parede do capilar e do intestino, e eles caem, então, no intestino, misturando-se com as fezes.
Ovo do verme do
Schistosoma Mansoni, ovóide alongado,
cor amarelo-amarronzado, casca transparente e
contendo um miracídio
(Fonte: Thienpont et alli, 1986)
A pessoa infectada, defecando em local inadequado, elimina esses ovos com as fezes. Se ales atingirem a água doce, desenvolve-se em larvas ciliadas, denominados miracídios, que nadam livremente à procura de um hospedeiro intermediário, que pode ser o caramujo Biomphalaria ou o Planorbis. O miracídio tem mais de 24 horas para penetrar o caramujo.
Uma vez no caramujo, os miracídios passam pelo estagio de esporocistos, rédias e cercárias. As cercárias, dotadas de cauda bifurcada, duas ventosas e gânglios que auxiliam a penetração na pele, abandonam o caramujo e nadam ativamente até dois dias. Se uma pessoa estiver nadando andando nessas lagoas infestadas, as cercárias penetrarão através da pele, provocando irritação ou coceira. Por isso, as lagoas infestadas por esses organismos são denominadas “lagoas de coceira” . penetrando o corpo do homem, as cercárias atingem a circulação do sangue, transforma-se em metacercárias e, ao chegarem às veias do intestino, transforma-se em vermes adultos, que copulam reiniciando o ciclo.
Cercária corada pelo carmim
(Fonte: Chaia, 1975)
Ciclo de vida do Schitossoma mansoni
Caramujo hospedeiro e esquistossomo
na fase larvária
(Fonte: Dacach, 1979)
Os platelmintos parasitas são de extrema importância patológica, uma vez que infestam vários hospedeiros, onde completam seu ciclo reprodutivo. O hospedeiro no qual ocorre a reprodução assexuada é denominado intermediário; aquele no qual ocorre a reprodução sexuada é denominado definitivo.
Em muitos casos, estes ciclos incluem o homem como hospedeiro, como por exemplo a espécie que estamos estudando, o Schistossoma mansoni, causador da esquistossomose.
O Schistossoma haematobium se aloja nos vasos sanguíneos e na bexiga. Ele é mais comum na África e no Oriente Médio. O Schistossoma japonicum se aloja no intestino e é encontrado no Extremo Oriente. Essas duas espécies se diferenciam do Schistossoma mansoni, pois este se aloja no fígado e é encontrado nas Américas, porem ambos causam a esquistossomose.
Os vermes adultos podem viver até 30 anos, e cada fêmea produz, diariamente, cerca de 300 ovos. Esse alto potencial reprodutivo explica o grande numero de pessoas afetadas pela esquistossomose em todo mundo. No Brasil mais de 10 milhões de pessoas são portadoras do verme Schistossoma mansoni.