O narrador decide escrever a história de uma nordestina, Macabéa, mulher que mal o conhecia mas que ele, só de olhar, conhecia completamente. Uma história gradual, que nem ele sabia como terminaria, mas que o sufocava, pedindo para ser escrita, como o grito de socorro que ela, por própria conta, não conseguia soltar. O narrador se propõem o uso de palavras simplificadas, para não dar a história uma falsa impressão. Ao mesmo tempo, ele se descreve durante o livro, que é mais um retrato com palavras. Escrever, para ele, é o que lhe restou na vida para ser alguém. Ele se mostra alguém sozinho, sem ilusões, com uma realidade diferente da da nordestina. Tanto que, para escrever sobre ela, quis ele se por no nível dela. Ela era datilógrafa, que recebera educação da tia 9os pais haviam morrido) para não se tornar prostituta - assim, era crente em Deus mesmo sem saber o que ou quem era Deus e achava até se olhar nua uma vergonha; sem "jeito de se ajeitar", tinha um emprego - de datilógrafa! - mas errava muito, não tinha muita cultura, não pensava em si, só pensava mecanicamente em Deus, não era bonita. A tia morreu e ela nem percebia que era maltratada. De fato, nem acreditava na morte, pelo menos na sua. Dividia um quarto com quatro Marias. As vezes se dava a luxos, como uma rosa ou cinema - queria ser como Marylin Monroe. Tinha como felicidade coisas simples, como o arco-íris. Ouvia a rádio Relógio, sabendo a "hora certa e cultura". Mas nem sabia o que era cultura e para que servia. mas esperava, sabia que um dia usaria para algo. Tinha enjôo para comer, quando via sangue... mas não vomitava para não desperdiçar a comida ou dar vexame. Nunca havia ganho um presente. E, quando quis descansar mentiu, mas ficou em casa e descansou... e se sentiu livre! E, dia 7 de maio arranjou um namorado, que começou romântico mas aos poucos foi se tornando áspero; mentia para se passar por alguém "melhor" que era... e queria ser deputado! Macabaé queria casar, mas Olímpico, o namorado, aos poucos se interessava por Glória, colega de trabalho de Macabaé. E, ao invés de sofrer, a datilógrafa riu e voltou ao seu comum. Quis dar a si uma festa, pintou-se, mas chamaram-na louca. Foi ao médico, mas nem ele a respeitou. Glória então falou para ela ir para a cartomante. E, pela primeira vez ela teve visão do que era sua vida e esperança para o futuro. Saiu se achando outra! E, na emoção, foi atropelada. Morreu, mesmo que o narrador não a quisesse matar. O que restava a ele agora??? Morrer.