Severino... como muitos outros no mundo, em sua triste vida - que é mais morte que vida. O que diferencia: ele migrava na presença dos ouvintes, seguindo o Rio Capibaribe até o Recife, atrás de uma vida menos severina. Não demorou para achar o primeiro indicio de morte, dois homens levando um defunto morto por bala por meia dúzia de terras. Ele ajuda a dupla e enterrar o defunto e volta a seguir o rio, que é interrompido pela seca do verão. Enquanto pensa em como seguir sua caminhada sem se perder, ouve uma festa, que na verdade era um velório. Continua a viagem, triste pela morte que o perseguia e resolveu parar para descansar e achar emprego e depois seguir a viagem. Conversando com uma mulher, descobriu, porém, que o único emprego por ali era ligado à morte, pois a única coisa certa era a morte. Severino continua a caminhada, chegando a zona da mata. Tem esperanças de por lá arranjar-se, mas vê que a única coisa que lá se planta é de latifundiário e pessoas como ele só tem direito a algo se mortos. Resolveu, pois seguir até Recife, última esperança de vida melhor. Mas, chegando lá, descobriu que por lá a vida era igual: nada se conseguia e se morria. Estaria ele seguindo o próprio enterro e valeria mais a pena pular da ponte e da vida? Perguntando para seu José, mestre carpina, essa dúvida o mestre não soube responder, mas respondeu a vida, com o nascimento do filho do carpinteiro - mesmo que esse estivesse predestinado a mesma vida severina.