Fenômenos de Assombração |
"Assombração percebidas por animais"
Numa casa assombrada de Hammersmith, onde se ouviam ruídos de todas as espécies, inclusive o eco de passos e som de lágrimas e de suspiros, onde se viam portas se abrindo sem qualquer causa aparente, onde enfim, aparecia uma forma de mulher que foi sucessivamente vista por três pessoas adultas e uma menina de seis anos, o cachorro da casa, percebia ,por sua vez, os fenômenos.
- um relato breve: "os antigos ruidos recomeçaram em nossa pequena biblioteca. Eram sons de objetos que tombavam, janelas que se agitavam violentamente, abalos tremendos por toda a casa, enfim, da mesma maneira, a janela do meu quarto começou a se agitar ruidosamente. Entrementes, o cão uivava sem parar e o ruído das pancadas e quedas aumentava em intensidade. Deixei meu quarto e me refugiei no de Helena, onde passei o resto da noite. Na manhã do dia seguinte, o cão mostrava claramente que a visão do quarto assombrado o espantava ainda. Chamei-o para entrar comigo lá, mas ele se encolheu no chão, metendo a cauda entre as pernas. Via-se que tinha medo de entrar lá. Eu estava só na minha casa, com Helena e a governanta."
Segundo caso:
Relato do reverendo Northcote sobre um caso de assombraçãoe estudado por ele mesmo e que se produziu na residência de uma família de amigos seus. Tratava-se de um fantasma de homem que aparecia constantemente no mesmo quarto, na mesma hora de sempre e que foi visto, independentemente, por várias pessoas, das quais uma não sabia nada do que a outra havia visto. Certo dia, a família Clemsford, que morava nesta casa e ali deu hospedagem à sta. Denton, a instalou no quarto assombrado. E ,ela conta o seguinte: - "Na noite do mesmo dia de minha chegada fui deitar-me bastante cansada e dormi muito mal... Não liguei muita importância a isso, atribuindo a coisa à minha excessiva fadiga e à mudança de cama, mas, na segunda noite, já me aconteceu a mesma coisa e, pelas três horas, fiquei surpresa ao perceber uma massa opaca , levemente luminosa, ao pé da cama. Pensei, a princípio, que se tratava de um reflexo de luz proveniente da janela, mas essa massa tomou gradualmente uma forma e acabou por transformar-se em um homem de um porte alto que permaneceu imóvel durante um certo tempo - que me pareceu muito longo, embora pudesse tratar-se de apenas alguns segundos - para atravessar logo em seguida o quarto e desaparecer num armário . Na terceira noite assisti à mesma manifestação e, dessa vez, com grande espanto meu, o que fez com que no dia seguinte, fosse pedir a um dos meus amigos para deixar o cão dele dormir no meu quarto, porque eu havia percebido risos. Meu desejo foi logo satisfeito e, no quarto dia, já fui deitar-me animada e tranquila. O cão se acomodou no leito que eu lhe arrumara no sofá e não tardei a dormir profundamente. Lá pelas duas horas fui acordada pelos gemidos do animal e observei que se tinha levantado e girava em volta do quarto, sempre gemendo. Ao mesmo tempo, vislumbrei ao pé do leito o fantasma do meu visitante noturno. Presa novamente de um grande espanto, pus-me a gritar-lhe: "vá embora ! suma! " - Uma outra noite, depois de cerca das dezoito horas, quando me chamava na casa dos Clemsford, o fantasma me apareceu como se fosse de fogo, tal como uma figura aclarada por transparêncía, na qual os traços do rosto e as principais linhas do corpo sobressaiam com sinistro clarão. Meu pavor foi tal que me decidi a falar, não querendo absolutamente ficar no tal quarto. Conduzi a conversa para o assunto, no almoço, perguntando se alguém da casa já havia visto um fantasma no quarto em que eu dormia e, ao mesmo tempo, descrevi a figura que percebera. Minha surpresa foi muito forte quando me disseram que a minha descrição correspondia exatamente à aparência do fantasma visto no referido quarto e na mesma hora pelo sr. e sra. Clemsford. Naturalmente que não quis mais dormir no tal quarto...