Por que me desprezas, amor? Porque me castigas tanto se tanto te amo? Se errei foi por te querer tanto. Não contive meus ímpetos de mulher apaixonada. Se cometi deslizes foi pela rivalidade. Foi por ver-te ao lado de outro alguém. Não me despreze. Não me ignore. Estou sofrendo tanto... Se eu partir repentinamente outra vez, irei e voltarei sentindo a falta de um beijo como foi em outrora quando parti ainda jovem e não houve tempo para despedida. Nesta vida te encontrei num lugar tão bonito e revivi as emoções de um amor passado que iniciou e te deixei sem ter tempo para despedir-me. Relembro com saudade. Parece até um sonho. Tu ficaste debaixo de uma árvore sombria e meu cortejo passava. Éramos jovens. Eu um pouco mais jovial que você. Meu espírito ficou te olhando e você à distância também ficou triste naquele momento repentino que o destino interrompeu. Hoje tento ultrapassar limites e barreiras, pois a sociedade inteira poderia me recriminar. Vivo este amor ocultamente e neste silêncio sofro o teu desprezo. Sofro por não ser correspondida e por ter errado com o meu ímpeto de mulher. Nem sei o porquê de me punires de tal forma, pois são os impulsos do meu coração que me afaga e agora me faz soluçar pelo desprezo.