***** Ingratidão *****
Tantas sigilosas madrugadas passei te escrevendo cartas de amor e poemas ao som do piano, expressando todo sentimento transmitido pela minha alma. Palavras, não para serem levadas ao vento, mas para tua liturgia romântica a qual tentei compartilhar o meu inocente coração que hoje chora por ti. Tantos desabafos que expressei por nunca ter sentido o calor do teu corpo. Camuflaste em poeta desiludido com um amor do passado e eu dediquei-me como musa apaixonada com esperança do teu amor. Cobri-te com tantas flores que enviei com carinho e tu nunca me agradeceste . Várias vezes corri ao ouvir o chamado do telefone sempre na euforia para ouvir a tua voz. O tempo passou e não tive este prazer. Escrevi-te durante tanto tempo sempre te amando e tu declamavas pelos palcos da vida. Eu sempre te acompanhando, achando que era correspondida. Acho que me iludi, amei sozinha! Agora me ignoras e me desprezas por eu ter publicado todas as cartas e poemas de amor que um dia te enviei. O mundo nunca saberá, mas tu saberás ,em cada rastro, que todas as poesias dediquei para ti. Não és capaz de aceitar o meu amor porque és filosófico demais. Não sou uma deusa e sim uma mulher apaixonada por ti, querido, que se desapontou sensibilizando meu pobre coração a cometer tantas loucuras de amor ao descobrir que os meus sentimentos estão sendo objetivamente usados no teu enlevo, escritos em páginas românticas, fazendo de mim apenas um instrumento conectado em inspirações. Eu te amo e se soubesses das raízes tortas em que fui germinada, entenderias que eu seria a única mulher que jamais brincaria com os teus sentimentos. Estou triste, continuo amando sozinha na desilusão da felicidade.