quilmesland - córdoba

Tudo começara naquela tarde ensolarada de sexta feira, não sei porque mas o cachorro não latiu as 6 :30h e a roupa não secou até a tarde. Olhei para os bilhetes, e eu sei que eles me olharam, bem de canto de olho...Malas prontas, cara de bandido e uma passada no banco.

No banco o telefone toca, meu amigo austra-alagoano me convidando para um churrasquinho basico.

Cerveja, aqui e ali, umas caipis, uma passada no santo Graal para trocar as passagens de onibus até SP da 1 :00 para as 3 da manha. Mais algumas cervas, uma caidinha na piscina, cervas, caipis, cervas, não necessariamente nesta ordem.

Pela via das duvidas coloquei o celular para despertar as 2 :30h. 3 :15 já estava no busão babando. Só me lembro depois de uma mão cheia de dedos me chacoalhando para acordar, já na rodo de SP.

O peso da cabeça me obrigava a andar meio arcado, mas tracei uma linha reta e fui. Pssagens andar superior !! La em cima, avistei meu objetivo, o busunga para Bagulhos, digo, guarulhos... Sorte saía as 7 :15h.....

...cheguei no aeroporto, mandei um fax, dei uma enrolada e embarquei no Austral da Aerolineas Argentinas (engraçado de como a galera gosta daquele azul calcinha, tá por tudo : bandeira, quilmes, aerolineas...). Enquanto melhorava, observava de longe aquela menina de beleza reconfortante e repulsiva por aquele brinco limitando a expansão daqueles lábios carnudos. Prontamente me vieram a cabeça fantasias sádicas de retirar aqueles brinco com meus dentes (isso podemos chamar de bad-trip !!!).

Um « pero » daqui, un « ola que tal »ali e já estava entrando em dominio gringo. Aeromoças belas, digamos que é uma preocupação básica da aerolineas. (por falar nisso depois do 11 de setembro, a beleza aérea diminui muito...agora só aquelas aeromoças robustas, experientes, fora os marmanjos peludos – Varig queda drastica / TAM – ta razoavel / Vasp – fuja / aerolineas – sofrivel / dizem que a Americam Falcon é boa pedida na AR ).

A viagem foi mais do que show de bolas entrando, entre uma dormida e outra vi : a ilha do mehl e a entrada da baia de paranagua no PR, vi a baia de Guaratuba e ao fundo a ilha de Sao francisco do Sul. Um breve espaço nebuloso e o show continuava com o grande encontro dos rios para formar o Guaiba la em Porto Alegre. A partir daí o avião começou a fazer um curso em direção ao Uruguai.

Ai era só pampa(campos) tendendo a infinito. Fazenda caprichosamente divididas com linhas retas de arvores, formando um belo espetáculo de uma colcha de retalhos quadrados visto de cima. Algumas fazendas até ensaiavam formas geometricas de jardim franceses.

De repente : o mar, logo vejo que não se tratava disso mas o Rio de la Plata. Animal o visual, uma largura de mais de 1000m e ao fundo a plana e extensa Buenos Aires. Sem comentários....

Baixamos em Ezeiza , 25C, e ai começou o stress, mas eu estava muito amortecido para sentir os impactos. Como estava indo para Cordoba e la nao tem Partida internacional, vc tem que pegar a mala, fazer a duana e entao refazer o check-in e ir para outro terminal, lá num cantinho escuro e pegar outro aviao.

Isto era la por 12 :30h e meu outro voo era as 16 :20....

...embarcando em outro Aerolineas e mais show de visual, os rios uruguay e parana se juntando para formar o rio de la plata, nunca vi tanta curva em eum rio. Até Córdoba, só planicies e as estradas invariavelmente e aborrecidamente retas e planas. Todos os campos bem divididos e cultivados. Algumas cidades e ao fundo estava Cordoba com um paredão de montanhas a oeste, seguindo no mesmo sentido dos Andes.

Fizemos uma volta grande, por cima da cidade, vi alguns predios interessantes que mais tarde descobriria.

33C, calor praca, e lá estava eu, no Pajas Blancas. Apos perceber que detonaram minha mala no vôo, encontrei meus hermanos na saida do desembarque. Apesar de toda minha alegria,

Em direção ao estacionamento pude já perceber as diferenças automobilísticas : domínio da Renault e muito Peugeot. E em seguida os primeiros contatos com a cidade, me pareceu bem do estilo de Porto Alegre : uma cidade grande, boa estrutura, mas que já teve sei tempo de grandeza, e esta um pouco largada por seus políticos locais.

Estava tudo indo perfeitamente bem, quando sentamos para tomar aquela Quilmes gelada de 1 litro e passou um cachorro grande, que parecendo farejar alguma coisa, veio em minha direção, enfiou a cabeça proximo a minha área de proteçao ambiental e....

(continua)

 

E a cabeça baixava numa velocidade incrível, na fração de segundos vieram-me vários pensamentos : uma bola, duas bolas, sorvete completo, um bola-cachorro,....ai me lembrei do Sao Francisco de Assis que amansava lobos, e no mesmo instante de longe veio uma voz aguda : TOBI ( mudei o nome do cão para preservar sua identidade), uhhhhhhhhhhh ele arremeteu e saira correndo em compasso de fuga...Cérebro para músculos, a comunicação demorou um pouco, relaxar !!!!literalmente esta passou perto do travessão.

Ai haja Quilmes...

Engraçado que já estávamos perto das 20 :00 e ainda estava dia, dia !!! Zarpamos dali e fomos para deixar as malas em casa e preparar as coisas para um « asado » = churrasco.

A primeiro grande diferença entre o churrasco argentino e o churrasco brasileiro está nas prioridades (prof. Pascoale é estão ou está ???) e nuances nos objetivos finais do ensejo.

-         Churrasco brasileiro – deveria se chamar cachaçada, pois a carne é meramente um coadjuvante sendo seu principal protagonista a cerveja e outros alcoolicos embebedantes. Carne assada de qualquer forma e rapidamente afim de suprir esta necessidade humana sem quaquer compromisso com a qualidade extrema da degustação, entretanto se a carne estiver incomível, haverá sempre o pãozinho, a salada e a maionese e é claro : der Schnapps. Objetivo principal é a reunião de pessoas com intuito de conversar, beber, passar um tempo e é claro capetear ( no sentido amplo da palavra).

-         Churrasco argentino – o assador sofre, tem que preparar bem a carne, alem de ter de fazer ótima compra. Rola um empenho para assar, pois lá não gosta-se de carne mal passada, então dê um nó no seu estomago e aguente uma hora a uma hora e meia, sem atacar demais nos aperitivos, que também são bem elaborados, pois a espera é compensadora. Os cortes das carnes são completamente diferentes e o modo de preparo também. E se a cerveja estiver um pouco quente, a galera não se estressa pois sempre há um vinho tinto para acompanhar a carne. E tem um tal de chimichurri (acho que se escreve assim) que é um molhinho de ervas para se colocar sobre a carne : diferente. Nada de maionese, só carne e saladas. Como sobremesa : chimarrão.

É claro que tentei comparar um inocente churrasco em família com um churrasco brasileiro de piazada, ai eu forcei um pouco, mas então só para resumir a galera lá se empenha na carne e nós na cerveja gelada.

 

Após este parenteses, seguimos em direção ao aeroporto, parte norte de Córdoba para pegarmos a auto-estrada. Passamos por vários moteis interessantes, com entradas alucinantes, jardins bem cuidados e as tradicionais entradas e saídas uma ao lado da outra. Lembra aqueles motéis da BR277 indo para Paranagua. Portanto quem vier para cá não precisa mostrar suas habilidades nas ruas, pois há motéis.

Próximo a um trevo vi uma casa bem interessante, que chamava-se Raposa que era uma boate de strip-tease feminino – bem frequentada em festas de despedida de solteiro e outras festas sem motivo.

A estrada muito boa, excelente qualidade de asfalto que se assemalha muito as estradas europeias : cor mais acinzentada, significando pouca presença de piche (ou pixe ??) na sua composição, bom escoamento de água devido a pequenas ranhuras entre as pequenas pedras da pavimentação, curvas suaves na auto-estrada e inclinação sempre para o lado de dentro da curva – isto também se deve graças as imensas planícies que elas atravessam, como na Europa.

A partir de certa distancia de Cordoba, percebe-se grandes condominios fechados ao lado da estrada, com várias mansões e casas muy ricas. Tendencia que se acentua tanto no Brasil como lá. Interessante como haviam pequenos centros comerciais de luxo, com restaurantes de aparencia correta, formando uma espécie de Penedo(ver : Penedo RJ) ao longo da estrada.

Mandei ver no asado na casa de um amigo, pude entrar em contato com os locais e para variar cometi a primeira gafe local. Já tinha tomado quase todas e como estávamos numa casa digamos de campo e meu joelho já estava pingando, fui me dirigindo sorrateiramente para trás do galpão afim de diminuir a seca que assolava a região. Logo fui interceptado pelo meu colega que me disse que lá não era muito comum falar com as arvóres em particular e me mostrou o caminho dos banheiros.

Minutos mais tarde fui vitima daquela enquete de churrasco, sabe , como é, a galera bebe e cria coragem e começa já entender português e tudo.

Primeiro vem a sequencia de perguntas basicas, do tipo comportadas. Depois vem as mais ousadas e no final é porrada, ai vc tem que ser como Fidel e tienes de endurecer sin perder la ternura.

Bom pra fechar o fatigante dia fomos a uma discoteca no centro, meia boca, uma meio pop, um Swingers da vida. Nada de gatas, só ficou a lenda e um gosto amargo da cerveja Warsteiner na boca.

O dia seguinte acordei cedo para a janta e logo me recompus. Apos algumas voltas na cidade, seguimos para o sul de Cordoba, direcao de Alta Gracia, e lugarejos ao pé da montanha....

 

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