| HOME | Contato | Fórum |


Nossos agradecimentos à Christian F. Costa, ponta pé inicial na difusão do valor histórico-moral e inspiração para o início das "pesquisas" sobre a excência deste o qual aqui se resume a vida. Pródigo filho dessa terra, Lindomar - O Subzero Brasileiro!

A vida de Lindomar! (Traduzido do Livro Vermelho por Fábio_ssx e Felipe Thiago)

Índice
Capítulo I - Do Nascimento de Lindomar
Capítulo II – Das primeiras demontrações de seu poder
Capítulo III – Do dia de seu encontro com o monge tibetano
Capítulo IV – Dos causos e trapalhadas do monge tibetano
Capítulo V – Das verminoses de Lindomar que mostraram seu caminho
Capítulo VI – Do treinamento de Lindomar (parte 1)
Capítulo VII – Da partida de Lindomar para o Vale da Sombra da Morte
Capítulo VIII – Do vale (parte 1)
Capítulo IX – Do vale (parte 2)
Capítulo X – Do vale (parte 3)
Capítulo XI – Da travessia do rio do Vale da Sombra da Morte
Capítulo XII – Da gruta e depois caverna El Rabia Del Murciélago
Capítulo XIII – Da caminhada que levou Lindomar para fora do vale
Capítulo XIV – Da volta de Lindomar para All-vaccamagra
Capítulo XV – All-vaccamagra em festas

 

Capítulo I - Do Nascimento de Lindomar - (Índice)

 

Passados 1970 anos do ano de nosso senhor, em uma aldeia esquecida pela humanidade um grito rompe o silêncio da noite. Uma mulher ofegante e forte entrava em trabalho de parto, à sua esquerda mãos trêmulas seguram Cleide....Jane vê em meio a tantos gritos sair um bebê das entranhas de sua amiga....nasce Lindomar.....

A mãe sorridente, suada, desgastada por seu sofrimento agora segura próximo ao seio seu filho pródigo. Lindomar tem a cara enrugada, é feinho, está sujo de sangue mas tem uma coisa nele que o difere dos outros recém nascidos....ele possui dentes. Dentes, sim dentes, mas não meros dentes, polposos incisívos!!! Isso não seria o fato mais estranho daquela noite não fosse a estranha luz que clareava os arredores da pequena aldeia. Os mais velhos murmuravam que aquilo era o sinal e que a antiga profecia era verdadeira e estava sendo cumprida!!!!

Sinais um tanto quanto estranhos sucumbiram às luzes de velas naquela noite. Ouvia-se também ao longe o gorgear dos pássaros em plena madrugada fria e esfumaçada. Hienas percorriam os arredores da aldeia, os animais anunciavam o nascimento do Tigre Voador!

 

Capítulo II – Das primeiras demontrações de seu poder - (Índice)

 

Contam que Lindomar começou a andar logo aos 2 meses de idade. Apresentava uma musculatura rija por todo seu corpo e fazia caminhadas ao entardecer mesmo sendo apenas um bebê. Numa dessas aventuras deu-se por de frente com uma hiena.

A mesma hiena que ri de seus inimigos zombava agora de Lindomar, esse por sua vez se mostrava pequeno, barrigudinho como todas as crianças do sertão brasileiro, nariz escorrendo, remelas rodeavam seus olhos saltados que mesmo com a presença de tal inimigo relutavam em brilhar por lágrimas. Essa era a imagem mais bonita que o pequeno tigre já tinha visto. A hiena avança para o ataque, Lindomar com o medo que outrora sentia transforma-se em pura coragem...porém em um ataque súbito lindomar vai ao chão....agora o carnívoro malevolente ri mais alto do que nunca. Como uma fênix da antiguidade o garoto levanta-se e com uma incrível força que emana de seu corpo deixa o bicho agoniado, este vendo o pior a vir foge, agora não como um animal corajoso mas sim como um simples carneiro prevendo a hora de sua degola.

 

Capítulo III – Do dia de seu encontro com o monge tibetano - (Índice)

 

         Próximo de seu 3º aniversário, Lindomar tinha como passatempo escalar montanhas, nadar nos rios e lagos, subir nas árvores, domar e enfrentar feras, enfim, sua relação com a mãe natureza era notória, incompreensível para muitos mas bem quista às vistas dos anciãos.

Estes mesmos que previram a chegada do pequeno e parrudo agora prevêem seu encontro com o que está acima dos homens e mais próximo de Deus. Seu nome, um segredo. Sua origem, desconhecida com precisão. Sabe-se que partiu do Tibet há 3 anos em busca de Lindomar. Destinos cruzados. Conhecimentos a serem ensinados. Seria Lindomar seu “substituto” ou Lindomar se desvirtuaria para o lado escuro da força? Respostas estão por vir!

Lindomar está em uma de suas cruzadas. Atravessa as matas com agilidade felina. Quando chega ao topo da pedra do dragão se depara com uma figura túrgida em suas vestes. Um ser de idade avançada, barriguinha de chopp, cabelos grisalhos, compridos, amarrados com uma fita feita por couro de urubu, dentes amarelados apodrecidos, unhas craquentas e grandes. Lindomar sabe que por trás desse velho nojento e fétido há uma figura áurea que acabou de encontrar o que buscava há tanto tempo.

Lindomar retorna para a aldeia, agora acompanhado por seu tutor. Essa por sua vez passará a noite em festa. Todos sabem o que está por vir com a chegada do angélico.

 

Capítulo IV – Dos causos e  trapalhadas do monge tibetano - (Índice)

 

Disse o monge tibetano numa tarde linda, ensolarada e empoeirada pela terra seca da região, algumas curiosidades de sua vida. Sentados ao seu redor para o deleite deste sarau estavam todos os habitantes da aldeia. Amontoados, aguçavam seus sentidos auditivos para não perderem sequer uma palavra declamada pelo monge tibetano, o monge cujo nome não se sabe ao certo.

- Vou lhes contar sobre o dia do nascimento desse garoto ranhento que está ao meu lado. Eu estava sentado em minha cabana, pensativo, cutucando as unhas encravadas de meu pé quando percebi um clarão no céu estrelado. Em meus sonhos já tinha previsto acontecimentos estranhos para aquele dia, e sem demora procurei localizar a origem daquelas luzes...

- E ae ‘Seu’ monge que que tava rolando lá com as luizeas??? – Indagou um nativo curioso.

- Pois bem, decidi perseguir as luzes...desci morro abaixo num carreirão e dei de topo com uma árvore. Acordei dois dias depois com um galo enorme na testa. E foi aí que comecei a percorrer o mundo atrás desse garoto. Agora não tinha mais luzes pra me guiar. Foi por isso que fiquei 3 anos procurando sem descanso.

- ‘Seu’ monge! Conta mais ae pra galera se diverti com as parada! – Exclamou outro nativo.

- Tudo bem! Já sei...vou lhes contar uma piada. – decidiu então o monge contar uma piada. Piada!? Sim piada.

-Qual a diferença entre o Papagaio e o Clodovil???

Ninguém soube responder a charada e o monge com um tom sarcástico respondeu:

- O Papagaio só dá o pé! - E todos caíram em risos numa chacota nunca dantes vista!

 

Capítulo V – Das verminoses de Lindomar que mostraram seu caminho - (Índice)

 

Povo simples, humilde, consumido pelo tempo e desprovido de tecnologia. Assim eram os habitantes da aldeia de Lindomar, nosso mestre. Desde que começou a se alimentar por conta própria desconhecia os bons modos, garfos, colheres e facas. Não usava mais do que suas mãos e seus polposos incisívos para rasgar suas presas em pedaços mascáveis.

Levando em consideração esses fatos e mais o de que quando o povo de sua aldeia se alimentava usavam todos de uma enorme vasilha de um barro que antes fora remexido por rinocerontes e búfalos gigantes, é de se esperar que se encontrassem germes e vermes que se aventuravam em meio aos seus alimentos.

Lindomar que já era barrigudinho agora tinha um aumento considerável em seu abdome. Seu umbiguinho sujo, saltado estava mais parecido com um olho. Ele tinha vermes! Como não se conhecia médicos naquela região lá foi nosso herói se consultar com uma Mãe de Santo. Ela por sua vez desconhecia dos problemas do garoto e o encaminhou para o Shaman da aldeia. O Shaman, ser mais sábio da região, deu um ‘tapa’ e começou a balbuciar palavras ao ouvido de Lindomar.

O garoto se assustou com tal aproximação e executou seu primeiro golpe em um humano. Seu oponente caiu comendo a poeira que outrora se encontrava sob seus pés. Lindomar correu até seu mestre para pedir conselhos.

- O que aconteceu meu pupilo? Está com a face pálida como a dos zumbis de Raccoon city!

- Mestre, tentaram acabar com a minha dignidade profética! Fui apenas pedir sabedoria para acabar com um mal que me aflige! Estou com verminhos no meu estômago.

- Devia ter vindo antes me ver. Tenho as respostas de que precisa.

E assim Lindomar se curou. Mas agora ele estava diferente. Tinha acabado de entender o significado de sua vida. Sua missão era desmantelar incrédulos corrompidos pela sociedade à ferro e fogo!

 

Capítulo VI – Do treinamento de Lindomar (parte 1) - (Índice)

 

            O velho mestre tibetano reparara que Lindomar, após suscetivas mostras de seu poder incipiente,  poderia sim começar seus treinamentos a fim de se tornar um guerreiro o qual conseguirá controlar as forças da natureza. Jane naquela época já havia advertido a mãe do garoto pródigio sobre as reais intenções  do velho carcomido, porém esta não levou em consideração suas palavras achando que eram apenas momentos de  devaneio!!! De certo modo Jane estava certa porque o intrépto monge retiraria Lindomar do seio materno.

            Para este momento de iniciação dos treinamentos, o ancião preferiu reunir a multidão na praça local  para esclarecer a todos o destino do pródigo filho.

            -Moradores de All-vaccamagra, antes de explicar o que acontecerá com o pequeno, gostaria de saber se  alguém tem algo a dizer? - Neste exato momento um capial levanta a mão:

            -EU!!

            -Pois diga! - Disse o Monge.

            -Mestre, o seu fechecler está aberto! - Exclamou sagazmente.

            Percebendo que suas bochechas estavam corando o velho logo tentou fechar o tal ziper. Superado este  deslize ele deu continuidade a retórica.

            -Pois bem - ainda um pouco envergonhado pelo fato - todos já repararam nas peripécias que lindomar  apresenta com essa idade (3 anos apenas) e eu na qualidade de profeta e também de seu agente no caso de uma transferência dele para o futebol europeu apresento a última tarefa a ele.

            -E qual que é ‘seu’ monge?? - Indagou um nobre vendedor de mariscos e polvos.

            -Ele terá que partir em uma viagem sozinho e voltar são e salvo, se o fizer, aí sim terei a certeza de  que ele é o ungido! – No fundo o monge sabia da verdade, esse era apenas um meio de deixar o moleque mais experiente.

            -Viajá pr’onde ‘seu’ monge!? - Balbuciou com uma voz aguda a mãe de Rodnei Pasquim, o vendedor de mariscos e polvos.

            -Ele terá que atravessar o Vale da Sombra da Morte....

            -ooooohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

            Todos ficaram surpresos...alguns mais tristes que outros, como Cleide, mas no fundo todos sabiam que  aquele seria o ponta pé inicial nas aventuras de Lindomar!!!

 

Capítulo VII – Da partida de Lindomar para o Vale da Sombra da Morte - (Índice)

 

            O início da aventura do pequeno, barrigundinho, de olhos estalados e visão além do alcance foi triste. Houve muito choro por parte de sua mãe. Mas o garoto era forte, músculos e coração que pareciam uma rocha. Sem olhar pra trás foi caminhando floresta adentro e sumiu em meio a mata.

            Com a chegada da noite escalou a mais alta das árvores e montou cabana num ninho de águias gigantes. Não se preocupava em ser a caça. Nem se quer se incomodava com o frio que pairava naquela madrugada. Era realmente corajoso. Pela manhã teve um rápido desjejum, matou em apenas um gole seu Gatorade geladinho e comeu umas bolachinhas recheadas que havia levado consigo em uma mochilinha rasgada e rosa.

Lindomar retoma seu caminho. Andou durante mais dois dias inteiros interrompendo sua viajem apenas para dormir, fazer suas necessidades, lanchar e ligar para Cleide(sua mamãe).

Ao atravessar o monte Garganta-de-lobo Lindomar avista o objetivo de sua missão. Lá estava o Vale da Sombra da Morte.

 

Capítulo VIII – Do vale (parte 1) - (Índice)

 

Sabem o que nosso herói fez após colocar o primeiro pé no Vale da Sombra da Morte?! Pôs o segundo...é....mas não com meros movimentos. Lindomar usava de uma dextreza incrível, mirabolante, tudo isso só para andar. Disse uma vez o mestre dos mestres...Yoda! – “No sound, he makes while walking!” (Barulho, não faz para andar!). Habilidade élfica de Glorfindel. Esse era Lindomar.

O vale era escuro, as copas das árvores por serem muito altas e cheias de galhos impediam a infiltração solar. Um vapor sombrio invadia as narinas de qualquer um que se arriscasse a andar por aquelas bandas. Cheiro de morte, lugar sem vida. As ávores pareciam trocar sussurros, tramavam contra Lindomar. Árvores vigorosas, arrogantes, tudo isso contra um moleque barrigudinho e de olhos esbugalhados.

Lindomar notou a ausência de fauna naquele lugar desabençoado, mas derrepente, eis que surge um som vindo de não muito longe. Lindomar se prepara para o pior, a mata se mexe. Coisas boas não devem estar por vir.

Mais um barulho...PLAFT! PLOFT! Lindomar se vira! Tarde demais! Seu desafio é contra o medo nessa hora. Um ser com aproximadamente 2 metros de altura, corpo cheio de espinhos ouriçados compridos, boca grande, complexa em dentes, estes muito afiados e com pequenos canículos para sugar o sangue de sua presa. Além de tudo isso a criatura possuí ainda uma arma mais poderosa, o Terceiro Olho, aquele que enxerga a alma!

Lindomar sem êxito até tentou correr. A criatura por sua vez pareceu teleportar-se e surgiu tapando o caminho com suas garras grandes e afiadas. O que poderia fazer nosso herói!?

 

Capítulo IX – Do vale (parte 2) - (Índice)

 

Lindomar sabia que não podia cometer nenhum erro de cálculo ao executar seus movimentos de ataque and defesa. Lembrou-se dos ensinamentos do monge tibetano e concentrou todo seu Ki nas pontas dos dedos. Lindomar tinha uma perícia absurda, invejável ao localizar o ponto fraco de seu oponente. Aqueles que estiverem lendo este documento épico não sejam tolos em pensar no Terceiro Olho, o olho que enxerga a alma. Não, afinal de contas, todos sabemos a alma que nosso herói tinha. Alma que causava medo mortal a qualquer Terceiro Olho desta vasta Terra!

Bom, o negócio é que o inconciente do garoto parecia dizer: -“Deixe que esse olho enxergue! Deixe que esse olho enxergue!”

Vamos direto ao ponto, Lindomar havia localizado um espinho defeituoso próximo ao coração de seu oponente. Executou com a ponta de seus dedos “Kizados” e maestria um só golpe. Imaginem só aquele monstro espinhoso, caído aos pés agora de um aparente simples garotinho.

A Mata se calou, tudo era silêncio novamente. A paz mortal regressou.

 

Capítulo X – Do vale (parte 3) - (Índice)

 

A fome batia no estômago do pequeno, forte, astuta, porém remediável! Tirou da mochilinha o último pacotinho de bolachas recheadas, uma barra de cereal e tomou o último gole de Gatorade. Saciado temporariamente após esse rápido desjejum, resolveu procurar lugar para camping. A noite caiu. Nada melhor que árvores altas naquela ocasião, a altura parecia ser aliada naquele momento. Escalou os galhos até ter nem que a mínima vista dos raios lunares. Assim passou a primeira noite, sucesso em seu primeiro dia.

Pela manhã, Lindomar acordou com o grito das águias no alto céu azul. Levantou-se, a caminhada para cruzar o vale ainda era longa. Dessa vez em seu desjejum, usufruiu de um sanduichinho natural que Cleide havia preparado com seu amor maternal.

Antes de dar prosseguimento a sua jornada, lembrou da mãe e relatou em um papel suas aventuras. Usou de um Pombo-correio para que sua mensagem chegasse às mãos de sua progenitora.

Já com o pé na estrada, começou a ouvir ruídos d’água corrente, mais precisamente os de uma cachoeira. Nada de belo rodeava a mesma, musgos e pedras podiam ser vistos aos montes naquela extensão. Lindomar sabia que devia cruzar aquelas águas, mas como!?

Olhou para o lado e teve uma idéia. Fez a concentração de seu Ki em sua canela, rezou brevemente pela alma da árvore em que mirava e aplicou um golpe letal. A canelada foi tão forte arrancou fora as raízes enormes tuberosas! A enorme árvore caiu atingindo a outra margem, fez-se assim uma ponte. Nosso muso inspirador segue sua tragetória! Mas enganou-se ao pensar que não encontraria mais águas pela frente. Não andou muito adiante e deu-se de encontro agora com um largo rio!

 

Capítulo XI – Da travessia do rio do Vale da Sombra da Morte - (Índice)

 

Lindomar deu-se por pasmo, um bobo elefante que acabara de rolar na lama, é assim que ele se sentia diante daquelas imensas águas escuras que o impediam de pisar na outra margem do rio. Com sua inteligência dígna de ser comparada com a do grande formulador da teoria da relatividade, Albert Einstein, Lindomar bolou uma canoa a partir de um tronco esticado e morto no chão. Sem mais demasias usou suas unhas grandes e sujas para começar a cavar o buraquinho de sua canoa, o buraco onde ele ia sentar-se para remar.

Posto em sua canoa agora pronta e parcialmente imersa em água, começou a remar com um pedaço de pau que também encontrou na margem do rio, mas não demorou muito e seu remo se desfez. Lindomar teria de usar seus bracinhos definidos para se mover.

Continuando a sua travessia sofrida naquelas águas frias, nosso herói pensou estar avistando um iceberg.....oh não! Esperem.......na sua aproximação do grande monumento viu ser isto um grande polvo cheio de tentáculos, provavelmente refugiado dos oceanos por conta do sal. O polvo lançou seus “braços” contra o parrudinho, Lindomar sem pensar virou a canoinha para sua esquiva, nadou agora rápido como um golfinho e desferiu seu golpe fulminante tipo parafuso na cavidade bucal do grande polvo. Este por sua vez agora impotente, ricocheteou e submergiu na escuridão.

Agora, já desprovido de sua embarcação, Lindomar nada em direção à outra margem. Barulho e bolhas começam a surgir atrás dele. Eram piranhas raras, aliás, só existentes naquela região, piranhas voadoras. Lindomar imprimiu um ritmo mais forte, vez em quando dava uma olhadela para ver seus oponentes, mas como já estava se aproximando da margem não preocupou em defender-se. Alcançada a margem deixou as piranhas voadoras para trás. Elas eram agora uma página virada na vida de nosso mestre.

 

Capítulo XII – Da gruta e depois caverna El Rabia Del Murciélago - (Índice)

 

            Lindomar entra agora em uma trilha pedregosa em meio a mata, provavelmente descrita pelos povos antigos que outrora habitaram aquelas terras, muito antes do mal chegar e plantar seus frutos pútridos e sujos. Resolveu seguí-la até o final para ver aonde daria. Gotas começavam a cair do alto céu, antes azul, agora negro, cheio de nuvens carregadas para despencar de ódio! Lindomar não conseguia enxergar seus Deuses, mesmo daquele lado da margem as copas das árvores pareciam tocar o céu, impedindo quase toda a vista do mesmo.

            A cada segundo a quantidade de água que batia nas folhas e caía sobre Lindomar aumentava, parecia uma ducha generosa de um summer season club! Lindomar aperta o passo, suas perninhas finas alternam-se com maior velocidade... acaba-se por dar de encontro com um monumento erguido em pedra. Um Totem! Na parte baixa daquela obra estava uma placa moldada em bronze. Assim seguia sua escritura: El Rabia Del Murciélago! No sobrepase!

            - O que será isso!? – indagou o pobre garoto.

            Seguiu com dúvidas e viu que havia uma gruta logo à frente, poderia então se abrigar para evitar os desdéns de São Pedro. Estava tudo escuro, nosso herói procurava um meio de se livrar daquela noite em meio ao dia. Agarrou um pedaço de pau no chão e rasgou as mangas de um agasalho que estava na mochilinha. Lindomar também não saía sem seu isqueiro. Fez-se uma tocha!

            A gruta se mostrou maior, imensa, cheia de estalactites e estalagmites, havia também um corregozinho dentro dela, era uma caverna de fazer vistas! Bela e pavorosa. Lindomar se encontrava em um patamar alto. Deveria se esquivar das pedras para atingir o nível aonde se encontrava o corregozinho. Decidiu que seguiria o fluxo do mesmo para atingir alguma saída daquela caverna.

 

Capítulo XIII – Da caminhada que levou Lindomar para fora do vale - (Índice)

            

            Lindomar chegou com dificuldade ao patamar onde se encontrava o corregozinho. Viu que neste corria uma água escura, como o céu na noite sombria de um inverno gelado. Ainda tinha a iluminação da tocha improvisada, pôs-se a caminhar. Acompanhava tranquilo o fluxo do corrego, mas derrepente! ZAZZZ QUIZ QUIZ QUIZ!! Uma festa se fez no alto da gruta, morcegos e mais morcegos voaram como loucos pombos secos por grãos de milho! Vieram atrás de Lindomar, eram morcegos vampiros...

            Lindomar dava saltos a cada mordida que recebia, imaginem só, morcegos sedentos por sangue virgem! Lindomar era um moleque de sangue puro no auge de seus 3 anos! Não havia outra opção, o garoto atirou-se na água e mergulhou fundo, era a única saída.

Já não existia tocha alguma que pudesse guiá-lo por ali. Submerso em frio e medo, Lindomar prendeu ao máximo sua respiração e nadou seguindo a correnteza. Ficou mais ou menos uns 40 minutos submerso. Vez em quando voltava à superfície em busca de ar. Sentiu então um aumento brusco da correnteza puxando-o mais forte! Era uma cachoeirinha. Lindomar já não tinha como voltar, era tarde demais! Caiu em queda livre, executando um movimento balístico principiado no ponto mais alto do gráfico, aceleração constante, movimento uniformemente variado! Atingiu em cheio pedras pontiagudas e lodosas.

Sofreu apenas escoriações. Menino de sorte.....estava fora da caverna e encontrava-se num lugar florido. Era a certeza de não mais se encontrar entre as profundezas do Vale da Sombra da Morte! Sentiu um alívio no ar que respirava, tirou sua coroa de espinhos, tinha agora alma mais leve do que nunca dantes havia tido! 

 

Capítulo XIV – Da volta de Lindomar para All-vaccamagra - (Índice)

  

Pareciam fazer poucos dias que Lindomar havia deixado sua terra, mas já se passaram meses desde o exílio do garoto na mata negra daquele vale. Lindomar se aproximava de seu 4º anivérsário. Sua família, amigos e convidados especiais aguardavam-no anciosíssimos para comemorarem seu sucesso!

Lindomar após sair do riacho e penetrar em meio às flores campestres cheirosíssimas, prosseguiu seguindo o magestoso sol no alto céu azul. Esse era o caminho para sua aldeia.

O sol ia se pondo no horizonte. Lindomar deitou-se cansado entre as flores de colorações infinitas e belas! Dormiu como uma pedra, parecia ser parte daquele paraíso perdido.

(.....enquanto isso em All-vaccamagra.....)

- Monge Tibetano, o que o sr. Acha que está se passando com meu filhinho!? – Perguntou Cleide anciosa por notícias de Lindomar.

- Não se preocupe mulher! Seu filho é forte. Sabe se virar como ninguém! – respondeu o monge.

- O sr. sabe como é. Não o vejo há meses. Sinto falta dele, fico preocupada pois ele ainda era criado com leite materno direto do meu peito! – disse Cleide.

- Mais uma vez lhe digo mulher! Não se preocupe, já ensinei a técnica ‘Teta lupina drink’ ao seu filho! Ela consiste na arte de domar lobas e fazer com que produzam leite o suficiente para o proveito e sustento. Lindomar domina-a com maestria! – esclareceu o monge.

Cleide retirou-se do recinto onde se encontravam e caminhou para sua ‘oca’, o monge por sua vez permaneceu ali, inerte, envolvido em seus pensamentos mais profundos. Buscava alcançar Lindomar através da telepatia.

(.....de volta ao campo florido.....)

Lindomar sentia a presença de seu guia espiritual em seus sonhos. Visualizava cada detalhe facial de seu mestre. Manteve contato por um período de uns 15 minutos. Nesse tempo o monge deu-lhe conselhos e dicas das mais variadas, tudo era parte do treinamento, até mesmo os sonhos!

De manhã, ao despertar, debaixo do sol, Lindomar se viu em meio a Unicórnios. Com certeza essa seria a maior de suas vistas durante o resto de seus dias. Agora sim consagrou-se como um garoto realmente abençoado!

Um desses animais veio em sua direção. Para sua maior surpresa o Unicórnio magestoso pronunciou palavras em alto e bom tom! E assim seguiu o diálogo entre os dois:

- HIM HIM HIM! LINDOMAR, VOCÊ TEM CORAÇÃO NOBRE E MERECE SER LEVADO DE VOLTA PARA SUA TERRA! AGRADEÇA AOS DEUSES E SANTIDADES DO VOSSO MUNDO E SUBA EM MEU LOMBO! – disse o Unicórnio com uma voz límpida, grave e potente.

- Agradeço agora e sempre por vossas bençãos senhores do alto mundo! – e proferindo essas palavras o moleque montou no Unicórnio.

Começaram a cavalgada e Lindomar se espantou com a velocidade de sua montaria, atingia-se não menos que a velocidade do som. Não demorou muito e Lindomar já avistava sua aldeia ao longe. Caiu em prantos, iria finalmente rever sua mãe, seu mestre, seu povo!

 

Capítulo XV –All-vaccamagra em festas - (Índice)

 

- AYULA!! AYULA!! – exclamavam os nativos ao verem que Lindomar estava devolta.

Esse era o modo como reverenciavam os que há muito não viam.

- AYULA!! – disse Lindomar em resposta.

Nesse momento o Unicórnio já se encontrava longe dali. Não seria mais visto até que outro coração puro acordasse entre os campos floridos como havia feito Lindomar.

Cleide por sua vez vê a inquietação de seu povo e resolve investigar o que se passa. Não demora muito e encontra seu filho. Cai em prantos, não diferente de seu moleque. O monge tibetano, o qual não se sabe o nome ao certo aproxima-se do garoto e diz:

- Lindomar, como está!? Vejo que se saiu muito bem em seus treinamentos. Chegou em tempo de festas. Amanhã será seu 4º aniversário. Merece tudo do bom e do melhor em seu dia!

-Estou ancioso para essa grande festa! Irei descançar então para amanhecer em alto espírito!

- Assim seja Lindomar! Assim seja!

Lindomar entrou em sua aldeia aplaudido. Todos agora sorriam sorrisos amarelos e podres, mas o faziam de coração. Aclamavam por Lindomar...e Lindomar!

Cleide o acompanhou até sua ‘oca’. Lindomar logo que entrou em sua cabana, tirou sua mochilinha e pulou por sobre a rede extendida entre dois tocos de bambu. Dormiu finalmente em casa. Cleide era só alegria...

Na manhã seguinte Cleide e Jane, sua melhor amiga, começaram os preparativos da grande festa. Fizeram todos os quitutes imagináveis, tanto doces quanto salgados, prepararam bebidas exóticas e tudo o mais. O monge por sua vez, saiu junto com alguns homens para caçar a carne que seria assada durante o churrasco. Fizeram grandes esforços e foram recompensados.

Lindomar acordou em tempo de ver que tudo estava pronto. Banhou-se no riachinho que atravessava a aldeia e saiu para começarem a festejar!

Aquele dia ficou realmente por muitos e muitos anos na mente do povo All-vaccamagrense...contam-se histórias sobre esse acontecimento até os dias de hoje.

CONTINUA..............

 

Todos os direitos reservados.
fabiossx.cjb.net