AS TARDES DE BAUDELAIRE
Nesta tarde encontrarei minha cama arrumada
Meus chinelos estarão em seu devido lugar
Darei uma volta pelo jardim e voltarei para ler Baudelaire
Meus lábios apenas encontrar-se-ão entretidos com o gosto forte do café
Ao colocar o pé para fora, esquecerei o mundo e seus contrastes
Pularei as correntes, poças d’água, e comprarei um maço de cigarros para a viagem de ônibus.
Passando por entre vales, subirei montanhas, enquanto garotos chorões embarcarem pela porta da frente, sem pagar.
Passando os limites da cidade,
A fumaça de meu cigarro se confunde com o nevoeiro matinal, e encaro tudo como uma prece, mesmo que sempre digam que é uma dádiva.
Divide comigo e então poderás subir a bordo. Tenho cigarros e alguns sanduíches. Meu coração é pequeno perante o mundo e não posso esperar mais.
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João Carlos Dalmagro Júnior.