|
Entrevista
São
Paulo - Aos 27 anos, o estilista Caio Gobbi tem uma
carreira profissional invejável. Ele já participou
seis vezes da Semana da Moda e estreou este ano no São
Paulo Fashion Week. Quando estava no ensino médio começou
a se interessar mais pelo assunto e há seis anos foi
morar em Londres, porque no Brasil não existiam muitas
opções de faculdade.
"Na época, Moda não estava na moda" brinca.
Carolina Moraes, de 17 anos, está no 3.º ano do ensino
médio e sonha em mostrar sua coleção no São Paulo
Fashion Week. Ela quer fazer faculdade de Moda. Para
acabar com as dúvidas da estudante sobre a profissão,
a Agência Estado a levou para conversar com Caio.
Carolina Moraes - Quando você começou a se interessar
por moda?
Caio Gobbi - Eu
já gostava de moda, mas há nove anos comecei a me
interessar mais pelo assunto. Estava no ensino médio e
comecei a freqüentar a Faculdade Santa Marcelina para
ver o que acontecia por lá. Na época, a primeira turma
da faculdade estava começando e não havia nenhum outro
curso. Quando me formei no colégio, fui para Londres
fazer um curso sobre isso. Logo depois voltei e comecei
a trabalhar. Mas sinto falta de não ter feito uma
faculdade porque acho que quem cursa a universidade tem
mais opções para o futuro dentro da moda. Você não
precisa só ser estilista, pode ser fotógrafo de moda,
designer de jóias...
Você sempre teve apoio da sua família?
Meus
pais acharam um pouco estranho, mas sabiam que eu
gostava da profissão e acabaram me apoiando.
Como você percebeu que tinha vocação?
Sempre
quis trabalhar com moda e também sempre fui muito
ligado a mudanças, a novidades. Isso me ajudou, e me
ajuda, na hora de criar. Mas soube mesmo que tinha
alguma vocação quando comecei a vender minhas roupas
para os amigos e percebi que eles gostavam do que eu
fazia.
Como é o seu dia-a-dia?
É
corrido. Você não pode desligar nunca, tem de estar
sempre atualizado e saber o que acontece no mundo. E não
só na moda, mas na música, no comportamento, nas tendências,
na indústria têxtil. Também temos de ser criativos
porque nenhuma roupa pode ser parecida com a de outra
grife. Trabalho das 7h às 22h todo dia.
Como você escolhe o tema de seu próximo desfile?
Posso
ter uma inspiração a qualquer momento. Às vezes você
quer ter uma idéia e ela não vem de jeito nenhum. Daí,
de repente, ela aparece do nada. No meu último desfile,
por exemplo, me inspirei nas aeromoças, porque é um
tipo de mulher que eu acho bonita. Não costumo ir atrás
de temas absurdos, como pintores do século 16.
Qual a dica que você daria para quem quer ingressar na
faculdade de Moda?
Na
moda tudo é muito rápido, temos de estar lendo
revistas, vendo desfiles, e, assim, é importante se
atualizar. Também acho fundamental estar sempre fazendo
cursos sobre o assunto - das novas tecnologias à História
da Moda - para descobrir as novidades em todas as áreas
e ampliar os conhecimentos. |
|
|
|