A história do sapato
Alguns estudos mostram que há pinturas paleolíticas em cavernas da
França e Espanha indicando a existência de calçados já em 10.000 a.C.
Porém, há pesquisadores que afirmam que os sapatos foram inventados na
Mesopotâmia, onde atualmente fica o Iraque, há mais de 3.200 anos. Eles
eram feitos de couro macio para que os antigos pudessem atravessar
trilhas montanhosas.
No Egito Antigo, entre 3.100 a.C. e 32 a.C., apenas os nobres usavam
sandálias de couro. Os faraós usavam calçados deste tipo adornados com
ouro.
Os gregos, que criaram os preceitos fundamentais da civilização
ocidental, mostraram vanguarda não só na filosofia, na ciência e na
política, mas também na moda: estudos mostram que alguns chegaram a
usar um modelo diferente em cada pé.
Durante o Império Romano, os calçados denunciavam a classe ou grupo
social do indivíduo. Os senadores utilizavam sapatos em cor marrom, em
modelos que amarravam na panturrilha por quatro tiras de dois nós. Para
os cônsules romanos a cor indicada era o branco. Os calçados das
legiões eram as botas de cano curto. Mulheres calçavam sapatos brancos,
vermelhos, verdes ou amarelos.
Na Idade Média, a maioria dos sapatos tinha a forma das atuais
sapatilhas. Eram feitas de couro. Nobres e cavaleiros usavam botas de
melhor qualidade.
O rei Eduardo (1272-1307), da Inglaterra, padronizou a numeração dos
sapatos. No mesmo país, em 1642, há o registro da primeira produção "em
massa" de sapatos em todo o mundo: Thomas Pendleton fez quatro mil
pares de sapato e 600 pares de botas para o Exército.
Durante a Revolução Industrial, no início no século XVIII, na
Inglaterra, as máquinas passaram a produzir calçados em larga escala.
No século XX, novos materiais, técnicas e tecidos entram na produção,
que passa a ser setorizada entre design, modelagem, confecção,
distribuição, entre outros setores. A necessidade dos atletas obterem
um melhor desempenho em competições originou um novo segmento na
indústria, voltado aos esportes, o que possibilitou a criação de tênis
tecnológicos, que invadiram o vestuário de todos grupos sociais. Além
disso, a explosão da moda entre o público médio, a partir dos anos 80,
também possibilitou o aumento do número de pessoas que passaram a
consumir calçados de grife, tanto os mais simples quanto aqueles
assinados por grandes estilistas, verdadeiros artigos de luxo.

Curiosidades sobre calçados
No século XIV, os sapatos ingleses ficaram tão pontudos que se tornaram
um perigo, fazendo o rei Eduardo III baixar um decreto limitando os
bicos a no máximo cinco centímetros de ponta. Ignorando a lei, os
sapatos no país chegaram a ostentar até 50 cm de comprimento. Para
andar, era preciso prendê-los à cintura com cordão de seda.
Na França, no século XVI, os sapatos ficaram tão estreitos que para
calçá-los os pés precisavam ficar mergulhos por uma hora em água
gelada.
Na China, o culto aos pés exigia o uso de sapatos de no máximo 15 cm.
Para calçá-los, as mulheres tinham os pés praticamente amassados,
enfaixados em um cilindro para não crescerem.
Em Veneza, por volta de 1600, as plataformas ficaram tão altas que quem usasse precisava de criados para se movimentar. |
Réplica de sandália greco-romana do séc V a.C. produzida pelo Museu Nacional do Calçado |
MUSEUS
DE MODA
(Moda
Almanaque)

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Finalmente
teremos nosso primeiro Museu da Moda! A ABIT ( Associação
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) e o
MASP oficializaram recentemente a criação do Instituto
de Moda Brasileiro. O endereço será a grandiosa
Galeria Prestes Maia, no centro de São Paulo, onde
funcionará o Museu da Moda, além de uma biblioteca
especializada, auditório e espaços para eventos, seminários
e cursos. Enquanto este grande dia não chega, podemos
nos deliciar navegando pelos melhores museus de moda do
mundo. |
MUSÉE
GALLIERA - FRANÇA
http://www.paris.fr/musees/musee_galliera/
Default.htm
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MUSÉE
DE LA MODE ET DU TEXTILE - FRANÇA
http://www.ucad.fr/
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O
Galliera foi fundado em 1895 como um museu de
artes decorativas. Em 1956, tornou-se o Museu
dos Costumes de Paris e, somente em 1997, foi
oficializado como o Museu da Moda de Paris.
Desde então, este é o endereço mais badalado
pelos fashionistas e afins. Atualmente abriga
uma exposição sublime sobre Henry Clarke,
principal fotógrafo da Vogue francesa durante
40 anos, ícone absoluto quando o assunto é
imagem de glamour.
Além de imortalizar os maiores mitos da história
fashion, o Museu Galliera também abre espaço
para a nova safra. Com a exposição sazonal
"Modes à Suivre", elabora uma vitrine
da nova geração de criadores com 45 potenciais
nomes para mitos do futuro. Sua segunda edição,
em 2002, incluiu pela primeira vez um
brasileiro. Quem? Nosso enfant-terrible
Alexandre Herchcovitch.
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Situado
em Paris, este museu possui um dos acervos de
moda mais completos do mundo. São cerca de
81.000 peças, entre roupas, acessórios e
tecidos, que traçam um perfil da história dos
costumes desde o século XVI até os nossos
dias. Além da coleção permanente, o museu
apresenta coleções temporárias disputadíssimas.
As recentes "Jacqueline Kennedy - Les années
Maison Blanche" et "Les Sixties, mode
d'emploi", retratando a hiper criativa década
de 60, foram sucesso absoluto de visitação.
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MUSEUM
OF COSTUME - INGLATERRA
http://www.museumofcostume.co.uk/
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MODE
MUSEUM - BÉLGICA
http://www.momu.be/
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Localizado
em Bath, a poucos kms de Londres, este museu conta
com um acervo primoroso e exibições temporárias
excelentes. A atual "Modern Times? People and
Dress in the 1920s", sobre os inspiradores e
ultra chiques anos 20, dura até o fim de 2003.
No site, clique em "Just for fun" e
brinque de vestir as bonecas de acordo com sua época.
São várias peças para escolher, desde lingerie
até bolsas e chapéus. No fim, o computador diz
quantas você acertou. Fun!
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O
MoMu foi inaugurado recentemente na cidade de Antuérpia,
berço de talentos vanguardistas da moda contemporânea.
Martin Margiela, Ann Demeulemeester, Dries Van
Noten, Bernard Willhem e Véronique Branquinho são
alguns deles.
Além dos designers belgas, o museu conta com uma
ampla coleção de roupas, rendas, bordados e
ferramentas do processo têxtil artesanal,
oriundos dos Países Baixos, principalmente do sul
da Holanda. Apesar de possuir peças datadas do século
XVI, a ênfase está nos artigos do século XIX. |
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MUSEU
TÈXTIL - ESPANHA
http://www.cdmt.es/default.htm
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MUSÉE
DU CHAPEAU - FRANÇA
http://www.museeduchapeau.com/
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Este
museu de Barcelona possui um incrível acervo de
tecidos dos quatro cantos do mundo, desde a
antiguidade até os dias de hoje. Clicando em
"Imatex", você pode pesquisar as criações
têxteis de acordo com o critério desejado: país
de origem, cronologia, técnica, material, autor
ou destinos de uso. São roupas, acessórios,
tecidos e desenhos originais disponíveis para
pesquisa. |
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Este
curioso museu narra a história do chapéu desde
1780 até os dias de hoje. Além de detalhes sobre
técnicas e materiais, também oferece um vasto
conteúdo sobre moda que subiu às cabeças de
nomes como Dior, Pierre Cardin, Givenchy, Paco
Rabanne e tantos outros. |
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TWIGGY,
A PRIMEIRA TOP
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Mesmo
os não-iniciados no universo fashion já ouviram falar
- ou viram alguma fotografia - de Twiggy, a modelo-símbolo
dos criativos anos 60 e a primeira top model do mundo.
Magérrima, pequena, com cabelo curtinho e imensos olhos
realçados com camadas de rímel e cílios postiços,
Twiggy se tornou ícone de toda uma geração. Ainda
hoje, volta e meia, estilistas e maquiadores a
reverenciam em suas criações.
Nascida em 1949 em Neasden, bairro no norte de Londres,
Lesley Hornby (seu nome verdadeiro) pertencia a uma família
de classe média e foi descoberta em 1966, quando
trabalhava num salão de cabeleireiro. O autor da façanha
foi o fotógrafo Justin de Villeneuve, nome artístico
de Nigel John Davies. Casado e dez anos mais velho que
ela, Justin a achou deslumbrante e resolveu investir -
profissional e afetivamente. O apelido que a alçou ao
estrelado vem desse período. De tão magrinha, Lesley
era chamada de "graveto" - twig, em inglês.
Justin apresentou-a ao cabeleireiro-sensação da época,
Léonard, que não só cortou o cabelo de Twiggy bem
curtinho, repartido do lado, como também colocou uma
foto enorme dela em seu salão. Uma repórter do jornal
Daily Express viu a imagem e ficou interessadíssima em
saber quem era aquela garota com visual tão diferente.
Curiosidade satisfeita, publicou uma reportagem enorme
referindo-se a Twiggy como "o rosto de 66".
A partir daí, a carreira de modelo decolou. Logo, já
estava na capa da Elle. Diana Vreeland não sossegou
enquanto não a estampou nas páginas da Vogue América.
Diana, aliás, foi a primeira a notar que Londres vivia
um movimento jovem muito importante na metade dos anos
60, o qual ela batizou de Swinging London. Artes plásticas,
estilo, cinema, música, comportamento e literatura
mudavam conceitos e geravam novas formas de expressão.
A herança fashion dessa época é muito rica: sombras
coloridas, estampas de efeito óptico, minissaias,
cortes de cabelo geométricos... Enfim, Twiggy surgiu
como a maior - e melhor - personificação de toda essa
efervescência, que ganhou força também em outras
partes do mundo.
Twiggy foi uma deliciosa febre que tomou conta da Europa
e dos Estados Unidos. Sua aparência frágil e mignon,
quase andrógina, teve um efeito devastador na mídia,
justamente por se contrapor ao padrão de beleza
feminina da década anterior (anos 50): mulheres
voluptuosas e sensuais como Marilyn Monroe. No Brasil,
porém, não fez sucesso nem teve seguidoras de seu
estilo - as brasileiras, na época, preferiam ser curvilíneas
e não adotavam ao pé da letra os padrões impostos
pela moda. Para se ter uma idéia, Twiggy emprestou nome
e rosto para bonequinhas de papel, jogos, canetas, cílios
postiços, cabides, meias e até máscaras. Em 1967,
chegou a Nova York com status de estrela e freqüentou
eventos da high society.
No entanto, sua carreira foi bem curta - ela deixou de
ser modelo em 1969 para apostar nas profissões de atriz
e cantora. Participou de programas de TV e espetáculos
da Broadway e gravou vários discos - o último,
Midnight Blue, chegou ao mercado em julho desse ano. Ela
lançou três autobiografias, mas nenhuma delas,
infelizmente, está disponível no Brasil: Twiggy by
Twiggy (How I Probally Just Came Along on a White Rabbit
at the Right Time, and Met the Smile on the Face of the
Tiger), em 1968, Twiggy (1975) e Twiggy in Black and
White (1997). Atualmente, além de cantar, assina uma
linha de aromaterapia, costuma se dedicar a causas
sociais e é militante do PETA (People for Ethical
Treatment of Animals). Em 1973, posou ao lado de David
Bowie para Pin Ups, célebre álbum do cantor.
Apesar de serem considerados o casal 20 da moda nos anos
60, Twiggy e Justin nunca oficializaram a relação. Em
1977, ela trocou alianças com o ator Marco Whitney, com
quem teve uma filha, Carly. Ficou viúva em 1983 e se
casou novamente com outro ator, Leigh Lawson, de quem
adotou o atual sobrenome - ela assina Twiggy Lawson. Os
dois moram na Inglaterra.
No ano passado, Twiggy teve um retorno triunfal ao mundo
da moda, quando participou de um desfile do estilista
Guillermo Mattiolo, em Milão. Com 53 anos, 1,57 metro e
nove quilos a mais (no auge, em 1966, pesava 43 quilos),
Twiggy brincou, bem-humorada, nos bastidores:
"Perto da atual geração de top models, me sinto
gorda e pequena." Ela parece não sentir saudade da
época de modelo. No livro Modelo - O Mundo Feio das
Mulheres Lindas (Objetiva, 1996) declarou ao jornalista
Michael Gross: "Eu costumava ser uma coisa. Agora
sou uma pessoa."
PARA SABER MAIS:
www.twiggylawson.co.uk (site oficial) - traz
biografia, galeria de fotos, capas dos livros e
dos discos e informações sobre sua carreira de
atriz
www.queenofmod.com - home page com muitas
fotografias e fotos de objetos com o rosto de
Twiggy estampado
www.amazon.com - é possível comprar o CD
Midnight Blue; uma edição usada de sua última
autobiografia, Twiggy in Black and White sai por
U$ 50 |
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Bonequinha
de papel (1967)
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Capa
do disco "Pin Ups" de David Bowie
com o próprio e Twiggy (1973)
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Museu
Dos Óculos Abriga Preciosidades
O
Museu dos Óculos Gioconda Giannini que pertence ao
esteta ótico Miguel Giannini surgiu há quatro anos e
leva o nome de sua mãe. O museu ocupa uma parte do piso
superior de um casarão do início do século passado
onde também funciona uma das lojas de Giannini em São
Paulo.
Aberto ao público para visitação, o museu conta com
cerca de 600 peças em seu acervo com 200 em exposição.
O museu permite uma viagem no tempo e na história dos
óculos através de modelos raros e antigos como uma
coleção chinesa do século 18 com estojos de escamas
de peixes e também réplicas dos primeiros modelos
descobertos na Alemanha no final do século 13.
Alguns tipos curiosos como um óculos-leque de tartaruga
mostram como se disfarçava a necessidade dos óculos em
festas e reuniões nos séculos 18 e 19.
A partir dos anos 30, todo o conceito na fabricação
dos óculos mudou. Eles passaram a ser mais leves e
elegantes. Nos 60 e 70, uma revolução aconteceu com o
surgimento dos plásticos e também por influência da
moda pop e irreverente da época. Estão lá também na
mostra um modelo original do estilista André Courrèges
e um outro que é ícone dos 60's: enorme e com lentes
azuis que já foi capa de várias revistas.
Uma parte da exposição é reservada aos óculos de
pessoas famosas que doaram seus exemplares ao museu como
o de Jô Soares, o de Elis Regina e o da apresentadora
Angélica, entre muitos outros.
Objetos e máquinas antigas utilizadas por
oftalmologistas ocupam um outro espaço e mostram um
pouco da evolução na área do diagnóstico e medição
de graus.
O
Museu Gioconda Giannini fica na rua dos Ingleses, 108,
Bela Vista, SP, tel.: 11 3253-2000 |

Óculos
do apresentador Jô Soares (acima) e da cantora Elis
Regina
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OS
ÓCULOS ATRAVÉS DOS TEMPOS
A
história dos óculos começa 500 anos aC. com algumas
referências em textos do filósofo chinês Confúcio.
No entanto, como suas lentes não tinham graus, durante
séculos eles foram usados apenas como adorno ou como
forma de discriminação social, principalmente para os
doentes mentais.
As primeiras lentes corretivas surgiram no século I
d.C. e pedras semi-preciosas como o berilo e o cristal
de rocha cortadas em camadas finas foram as primeiras
lentes de aumento para perto. Mais tarde, passaram a ser
usadas sobre os olhos e se transformaram na primeira
forma de lentes corretivas.
O primeiro par de lentes, com aros grandes de ferro
unidos por rebites, foi descoberto na Alemanha em 1270.
Parecido com um compasso, permitia que fosse ajustado
sobre o nariz, mas ainda não trazia hastes de suporte.
Ainda no mesmo século, um modelo semelhante foi criado
em Florença e fez bastante sucesso. Por isso, os
italianos ganharam fama como os inventores dos óculos.
Porém, foram necessários mais dois ou três séculos
de pesquisas para que se conseguisse um modelo seguro e
confortável.
No século 15, os modelos Pince-nez e Lornhons eram os
mais usados. O primeiro não tinha hastes e era ajustado
apenas no nariz. Já os Lornhons vinham com uma haste
lateral para ser colocado em frente aos olhos.
As hastes fixas apoiadas sobre as orelhas só surgiram
no século 17, mas mesmo assim os modelos sem hastes
continuaram a ser usados até o início do século 20,
quando então foram sendo substituídos pelos modelos
Numont com aros superiores ou inferiores finos e leves.
Sua versão mais moderna é sucesso até hoje.
O uso do plástico e seus derivados na fabricação de
armações e o avanço da tecnologia para a produção
de lentes melhores e mais finas, ampliaram muito as
possibilidades do design de óculos em geral. Atualmente
é possível encontrar uma enorme variedade de modelos
em muitos materiais, tamanhos e cores.
Os
modelos "gatinho" começaram a ser
usados no final dos anos 40 e viraram moda nos
50
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Os
clássicos Ray-Ban que faziam parte dos acessórios
militares desde antes da Segunda Guerra e que
mais tarde foram adotados por estrelas do
rock, como Lou Reed e Bob Dylan, são muito
usados ainda hoje
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Modelo
original de André Courrèges anos 60
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Modelo
pop dos sixties que foi capa de várias
revistas da época
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Óculos-leque
de tartaruga
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Modelos
decorados com strass dos anos 70
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Reprodução
do primeiro par de óculos encontrado na
Alemanha no séc.13
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Pince-nez
do séc.16

Lornhons
do séc.16
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Primeiros
modelos com hastes fixas
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Por
onde anda?
Esther Kamatari, futura presidenta do
Burundi?
Ela é conhecida no mundo fashion internacional como uma das primeiras negras a aparecer em desfiles de Christian Dior, Lanvin e Paco Rabanne, nos anos 70. Mas Esther Kamatari, que deixou o pequeno país africano de Burundi depois que seu pai foi assassinado em 1964, vai sempre ser a princesa de sua terra natal.
Ela passou os anos 80 comandando, de Paris, uma associação para tentar resolver os problemas causados por uma longa guerra civil entre os grupos Hutu e Tutsi. Agora, aos 53 anos, ela acaba de revelar os planos para se candidatar à presidência do país. Se vencer as eleições de abril, Esther promete devolver ao Burundi os valores originais do país. Ela vai ser a primeira ex-supermodelo presidenta do mundo.
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De princesa a presidente
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A
supermodelo negra dos anos 70 Norma Jean Darden
Anos
antes de Iman, Beverly Johnson e Grace Jones, Norma Jean
Darden brilhava como uma das poucas modelos negras a
conseguir espaço na moda internacional. Inspirada pelo
trabalho de Dorothea Towles, a primeira a conseguir
trabalho constante desde os anos 50, Darden, que nasceu
em Nova York, partiu para Paris. Rapidamente, virou
queridinha de Karl Lagerfeld, Yves Saint Laurent e
Dorothy Biz. Revistas americanas como Vogue e Harper's
Bazaar não colocavam negras em suas capas nos anos 70,
mas Darden e as amigas Pat Cleveland e Barbara Smith
conquistaram espaço nos principais desfiles e publicações
européias.
Mais tarde, ela tentou a carreira de atriz e apareceu em
Cotton Club, de Francis Ford Coppola. A conselho de
Loulou dela Falaise (a musa de Saint-Lauren), ela
publicou o livro de receitas Spoonbread and Strawberry
Wine, em 1978, que acabou tendo 40 mil cópias vendidas.
Aposentada da moda, Darden abriu dois restaurantes em
Nova York e mantém um bem-sucedido bufê que organiza
festas de Diane von Furstenberg e Calvin Klein.
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A
modelo escreveu um livro de receitas
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O
paradeiro do fotógrafo Juergen Teller
O
fotógrafo alemão Juergen Teller virou um dos grandes
nomes da moda na era do grunge (período apelidado de
"heroína chic" no circuito fashion). Suas
imagens marcadas por luz dura, pele sem retoques e
expressões frias tinham publicação garantida em
revistas como I-D, The Face e Interview. A ligação com
o grunge aconteceu pela amizade do fotógrafo com Kurt
Cobain. Teller se diz interessado na personalidade de
seus objetos. Nos últimos anos, ele fez campanhas para
Helmut Lang, Comme des Garçons, Yves Saint-Laurent e
Marc Jacobs. No entanto, ele passou a ficar cada vez
mais interessado em se dedicar à família e ao trabalho
mais artístico e pessoal. Atualmente ele mora em uma área
rural nos arredores de Londres e prefere hoje escolher
poucos trabalhos, em geral de amigos. A estética de
Teller foi eternizada em vários livros, que são
ferramenta indispensável de pesquisa para qualquer
profissional de moda.
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Kate
Moss por Juegen Teller
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O
legado de Ossie Clark?
Ossie
Clark , um dos nomes mais importantes da moda britânica
nos anos 60, teve uma carreira meteórica, seguida de
uma decadência profunda e uma morte trágica, em 1996.
Agora, seu legado é celebrado pelo Victoria &
Albert Museum, em Londres, em uma retrospectiva que vai
até maio de 2004. O estilista virou queridinho da mídia
ao sair em uma edição da Vogue inglesa de 1965.
Instantaneamente passou a vestir os famosos da época
(Mick e Bianca Jagger, Penelope Tree, Jean Shrimpton) e
a levar uma vida de glamour, ao lado da mulher, Celia
Birtwell, responsável pelos gráficos vistos em suas
criações.
Ao lado da Biba (de Barbara Hulanicki) e Mary Quant, a
loja Quorum, no balado bairro de Chelsea, era point
moderno obrigatório da Swinging London. Suas maiores
contribuições para a moda foram a maxi-saia e os
tailleurs de crepe e chiffon de seda. Ah, sim, ele também
deu o primeiro emprego a Manolo Blahnik, o sapateiro
mais cobiçado de hoje. Clark foi assassinado pelo
namorado depois de quase duas décadas de abuso de
drogas e bebidas. A retrospectiva não acontece agora à
toa: a influência do designer pode ser vista claramente
nas atuais coleções de Prada, Miu Miu, Stella
McCartney e Marc Jacobs.
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Vestido
do estilista
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Mary
Quant
Pode
até ser que os rumores de que foi Courréges quem
inventou a minissaia tenham algum fundamento, mas quem
ficou mesmo com a fama foi Mary Quant e não se fala
mais nisso. A inglesa que "nasceu no lugar e na
hora certa" virou ícone dos swinging sixties e
criou uma revolução ao lançar a saia curta.
Para o jornal Sunday Times, seu talento era comparável
ao de Dior e Chanel. Em sua badaladíssima loja, Bazaar,
ela desenvolveu peças em vinil, plástico e papel,
abusou de cores, estampas e grafismos e promoveu a
democratização da moda. Durante a década rebelde, ela
lançou uma série de livros - sobre moda, beleza, cores
e "coisas para se fazer".
Condecorada pela Rainha Elizabeth II, ela foi investindo
na produção de uma linha de maquiagens que hoje conta
com lojas em Londres, Nova York e Paris - e nada menos
do que 235 pontos-de-venda no Japão. Quant continua
levando uma vida de celebridade discreta na Inglaterra e
aparecendo em reportagens e especiais de TV sobre os
anos 60.
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