A SANTA INQUISICÃO

 

Inquisição

A Contra-Reforma recorreu também ao revigoramento da "Santa Inquisição" ou "Tribunal do Santo Ofício", criada durante a Idade Média para combater heresias, A Inquisição agiu de forma impiedosa sobre aqueles considerados "hereges", principalmente na Itália, em Portugal e na Espanha, onde o rei Filipe 11 (1527/1598) se mostrou um incansável defensor do Catolicismo.

Nos tribunais do Santo Ofício, julgavam-se crimes contra a fé, considerados graves, como judaísmo, luteranismo, blasfêmias e críticas aos dogmas católicos, e crimes contra a moral e os costumes, que recebiam penas mais leves, como bigamia e feitiçaria. Denúncias anônimas, delações e simples indícios eram o suficiente para a prisão, a tortura, a condenação e a queima na fogueira do réu, que não tinha o direito de defesa e muitas vezes nem sabia o motivo de sua prisão. Ao serem condenados à morte, os hereges "eram entregues as autoridades civis para serem executados, o que era feito em solenes cerimônias públicas, denominadas" autos de fé".

Na Itália, o Santo Ofício contou, entre suas vítimas, os cientistas Giordano Bruno (queimado na fogueira) e Galileu Galilei, que se livrou da morte porque aceitou negar publicamente a sua teoria heliocêntrica, na época contraria aos ensinamentos da Igreja.

Na Península Ibérica, a Inquisição esteve ligada ao processo de centralização das monarquias e foi usada pelos reis como meio de sub missão dos súditos. Sua ação estendeu-se também às terras da América espanhola e portuguesa, Os burgueses protestantes, os muçulmanos e os judeus sofreram cruéis perseguições nesses países. Para evitar o exílio os judeus eram obrigados ao batismo forçado e à renúncia às suas crenças, sendo chamados de "cristãos-novos". "Milhares decidiram partir e fortunas reverteram novamente para o tesouro real, pois os judeus trocavam casas, propriedades, por um pedaço de pano ou qualquer coisa que pudessem carregar consigo." (NOVINSKY, Anita. A Inquisição. São Paulo, Brasiliense, 19861 p. 33.)

As ações do Santo Ofício provocaram a migração em massa de homens de negócios para as regiões mais livres do norte da Europa, trazendo êxodo de capitais e empobrecimento econômico aos países católicos.

AS GUERRAS RELIGIOSAS: A EUROPA CATÓLICA E A EUROPA PROTESTANTE

Os movimentos da Reforma e da Contra-Reforma transformaram a Europa dos séculos XVI e XVII em palco de numerosas guerras religiosas, como a Rue das Províncias Unidas (calvinistas) contra a Espanha Católica que resultou na independência da Holanda e a Guerra dos Trinta Anos (1618/1648) entre a Alemanha (luterana) e a França (católica), vencida por esta última Lutando entre si, protestantes e católicos buscavam apoio no poder político alterando o sentido das guerras.

Os Tratados de Westfália (1648) puseram fim às guerras de religião e traçaram novos limites para os países europeus, que serão mais menos mantidos até a Revolução Francesa. 0 Protestantismo predominou na Alemanha (Sacro Império Germânico) e na Escandinávia, com o Luteranismo; na Suíça, nas Províncias Unidas (Holanda) e na Escócia, com o Calvinismo; e na Inglaterra, dom o Anglicanismo. 0 Catolicismo triunfou na Itália, na França, na Espanha, em Portugal, na Áustria e na Bélgica (Países-Baixos espanhóis).

 

Autores: Fábio Costa Pedro e Olga M. A. Fonseca Coulon.
História: Pré-História, Antiguidade e Feudalismo, 1989

 

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