Preto velho

 

 

Preto velho está cansado de tanto trabalhar, preto velho está quebrado de tanto curimar.

Canta ponto risca pemba que é longa a caminhada quem tem fé tem tudo quem não tem fé não tem nada.


Na África tem saravá, na África tem sarava.

Lá na África tem, tem preto velho  Nagô, lá na África tem, tem nega veia Nagô.


A fumaça do cachimbo da vovó sobe para o alto só não vê quem não quer (repete).

Preta velha trabalha, trabalha a mironga da velha é debaixo do pé.


Arriou na linha de Congo é Congo é congo Aruê.

Arriou na linha de Congo, agora é que eu quero ver.

Salve Congo, Salve rei Congo

Salve o povo de Iansã.

Salve São Jorge guerreiro, Salve São Sebastião.


Nagô eu quero ver eu quero ver você sambar. (repete)

Essa nega é de samba é Nagô, essa nega é de samba é Nagô


Navio negreiro nas ondas do mar, navio negreiro nas ondas do mar.

Corrente pesada na areia a arrastar e a nega estava tristonha a cantar:

Saravá, minha mãe Iemanjá.


Vovó tem sete saias na ultima saia tem mironga.

Vovó veio de Angola pra saudar filhos de umbanda (repete).


Quando Oxalá chegou no reino pai Joaquim tomou conta do Congá.

Olha o espinho da roseira pai Joaquim, não deixa seus filhos cair.


Negra cambina da costa linda é quem fala Nagô.

Negra da costa linda é neta de Babalaô.

É na macumba ê, é na macumba a.

É na macumba ê, é na macumba a.

Nega canta, nega dança na batida do tambor.

Nega toma sua marafa sarava seus protetor.


Preto velho segura essa gira que Oxossi da mata mandou lhe chamar (repete).

Quero ver preto velho subir.

Seu cavalo balancear.


Quenguelê, quenguelê Xangô.

Ele é filho da cobra coral.

Olha preto está trabalhando.

Olha branco não tá, tá olhando.


Esse samba é de nego é de nego só.

Se branco entrar cai no Cipó.

Samba nego, samba sem dó.

Se vier, cai no cipó.


Santo Antonio e São Benedito são dois santos padroeiros.

Santo Antonio é de altar e São Benedito é de terreiro.

Santo Antonio e São Benedito são dois irmãos.

Santo Antonio trabalha na mesa.

E São Benedito trabalha no chão.


Pai Joaquim e ê.

Pai Joaquim e â.

Pai Joaquim veio de Angola.

Pai Joaquim vem de Angola, Angolá.

Pai Joaquim e ê.

Pai Joaquim e â.


Lá na Aruanda.

Aonde Deus andou.

Estão te chamando na Aruanda.

Aonde Deus abençoou.


São Benedito botou pemba no conga auê (repete).

Bate palma, bate palma pretos velhos vão chegar.


Embala eu vovó, embala eu (repete).

Sarava Pai Joaquim, rei da Umbanda sarava.

Sarava Maria Conga, rei da Umbanda sarava.

Sarava Vovó Cambina, rei da Umbanda sarava.

Embala eu vovó, embala eu.


Olha a saia da vovó é de um babado só (repete).

A vovó tem sete filhos.

Todos sete quer comer.

A panela está vazia, pai Ogum que vai encher.

Olha a saia da vovó é de um babado só.


Precisando dele é só

É só mandar chamar

Preto velho vai embora

Vai pro reino de Oxalá


Se encontro um velho no caminho

Eu tomo a bênção

Benção de Deus, Deus abençoe.

Benção de Deus Obaluaiê, Deus abençoe


Pai Tomé vem de longe, ele vem devagar

Pai Tomé vem de longe, ele vem pra te curar

Pai Tomé vai te curar, com as ervas e com o amor

Pai Tomé vem de longe, cumprir ordens do senhor


Firma ponto minha gente

Preto velho vai chegar, ele vem de aruanda

Ele vem pra trabalhar

Saravá Pai Joaquim, saravá, saravá, saravá

Ele chegou no terreiro, ele vem nos ajudar


 Indaiá se eu pedir você me da

 Um balaio de costura(bis)


Ago, ago, ago a paz, em terreiro de umbanda

Quem tem fé não cai, Só balança quem é filho de fé

Quem não tem fé balança e cai

Por isso é que eu te peço

Ago, ago, ago meu Pai.


Preto velho nunca foi a cidade, oi cidade

Fala na língua de zambi, oi cidade

Ê, ê, ê oi cidade

Fala na língua de zambi oi cidade.


Oi e e senhor Jacutá

Oi e e senhor Jacutá

Ele vem de Angola, Senhor Jacutá

Chegou sua hora, Senhor Jacutá

Com a mão na pemba, Senhor Jacutá

Alcançou vitória, Senhor Jacutá


Saravá  pra vovó Catarina

Que é dona da gira do meu terreiro

Saravá pra vovó Catarina

E pra todas as vovó do meu terreiro.


Dá licença Pai Antônio, eu não vim lhe visitar

Eu estou muito doente, vim pro senhor me curar

Se a doença for de Deus, ficará em seu conga

Se a doença for feitiço, Pai Antonio vai tirar

Pai Antônio na Umbanda é curador

É pai de mesa é rezador


Saravá senzala, saravá terreiro

Preto velho chegou na umbanda

Lembrando do cativeiro


Foi lá no cruzeiro das almas

Aonde as almas vão rezar

As almas choram de alegria

Quando os seus filhos convidam

Também choram de tristeza

Quando não sabem rezar.


Eu choro meu cativeiro, meu cativeiro, meu cativeiró (repete).

No tempo da escravidão, Preto velho muito trabalhou

E não tinha no que pensar era só nos problemas

Do seu senhor.

E quando chegava a noitinha

Preto velho pegava o tambor

E sentava na sua senzala

Saravá Ogum, Saravá Pai Xangô


São João Batista vêm, vêm

Minha gente, vêm chegando de Aruanda

Salve a fé é a caridade, salve o povo da Umbanda


A gente pede pra almas

As almas pede pra o santo

Os santos pede pra Deus a caridade

Oi corre gira meu Pai, oi corre gira


Meu cachimbo esta no toco

Mandei moleque buscar

No meio da  mata virgem

Meu cachimbo ficou lá


Preto velho que nasceu no cativeiro

Hoje baixa no terreiro, de cachimbo

E pé no chão, oi pega a pemba

Risca ponto faz mironga

Saravá Maria conga, Saravá meu Pai João


Ô Deus salve esta casa santa, o santa, o santa

Aonde Deus fez a sua morada, morada, morada

Aonde mora os cálice bentos

E a hóstia consagrada.


Santo Antônio de Pemba

Caminhou sete anos, a procura de um anjo

Foi até que encontrou

Caminhou, caminhou a pemba

Mas como caminhou a pemba

Mas como caminhou Santo Antônio de Pemba, como caminhou

Auê, auê tem Quimbanda na terra auê

Tem Quimbanda na terra auê.


Pai Mané, cadê Pai Joaquim

Pai Joaquim tá apanhando guiné

Diga a ele pra quando vier

Que suba a escada e não bata o pé.


Foi no mato buscar erva

Pra vovó fazer um chá

Eu não sei pra quem o chá é, se é pra mim ou pra você

E a vovó preparou o chá pro erê

Com óleo de dendê 


Tudo que eu peço a vovó ela faz

Também o que eu peço a vovô ele faz

O que eu quero mais, o que eu quero mais

Ele é rei de Aruanda

Mas vovó também manda

Quando os dois pedem juntos

Ninguém me passa para trás.

O que eu quero mais, o que eu quero mais.


Trabalha negro com Deus

Trabalha nas águas do mar

Quem segura a pemba é teimoso

Com os Pretos velhos não se deve brincar


Negro de babalaô, ô, ô ô

Negro de babalaô baixou e saravou

Vai cumprir sua missão nos pés de Nosso Senhor

Negro de babalaô, ô, ô ,ô


Que menino malcriado

Que não dá benção a vovó

Vovó olha a benção, a benção Deus abençoe.


Eu vim pra trabalhar

E adorar Pai Xangô

Vou trabalhar pra suncê

Porque sou trabalhar

Eu vou trabalhar

Suncê vai ganhar

Muitos mangos meu filho

E depois vai lhe dar.


Bate tambor lá em Angola, bate tambor

Vovô Joaquim  bate tambor

Vovô João bate tambor

Vovô Lucio bate tambor

Pai Tomé bate tambor

Porque é que você não bate tambor lá em Angola

Bate tambor.

Bate tambor lá em angola, bate tambor

Vovó Maria bate tambor

Vovó Inácia bate tambor

Vovó Catarina bate tambor

Vovó Ana bate tambor

Vovó Benedita bate tambor


Preta velha vovó Maria

No tempo da escravidão

Toda tarde a vovó varria

O terreiro do patrão

Vovó Maria sacode a poeira da saia

Sacode a poeira da saia, oi sacode a poeira da saia.


Salve o cruzeiro santo

Ande as almas vão reza

Abre as portas do céu São Pedro

Deixe as almas trabalhar


Vovó não quer casca de coco no terreiro (repete)

Pra não lembrar dos tempos de cativeiro (repete).

Vovó não quer casca de coco pelo chão (repete).

Pra não lembrar dos tempos da escravidão.

 

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