1. San Francisco, Hospital Estadual- Sempre é triste observar uma pessoa entre os limites da vida e da morte, e é muito mais amargurador quando é um parente seu que está nesta situação. No meu caso, é minha esposa vive este momento. Pior do que isso, o maior culpado por esta tragédia sou eu, Ari ben Canaan.
Era meio dia e meio quando
Scheila chegou em casa. Ela vinha de um laboratório após
realizar alguns exames que detectariam o mal que fazia ela sofrer, ultimamente,
de freqüentes enjôos. "Querido, se prepare: você vai ser
papai, estou grávida de duas semanas.", comentou com um belo e grande
sorriso estampado nos lábios. Finalmente ganharíamos um herdeiro
e daríamos um neto aos pais da minha esposa, que a alguns meses
vem reclamando da demora. Porém, para estragar a festa, meu telefone
celular, aquele maldito aparelho estraga-prazeres, tocou. Era Wolfgang,
meu chefe na X-COM. Mandou-me ir direto para a base, pois tinha uma missão
urgente para mim. Tentei ponderar, mas não tive escolha, concordei,
ao som das gargalhadas de minha mulher, a principal responsável
pela minha "convocação" na agencia.
Peguei minha Glock, e fui
até a fábrica (uma fachada que ocultava a base de operações)
com meu Mustang. Chegando lá fui submetido a um teste de autentificação
(afinal, algum alienígena poderia assumir a forma de um agente e
acabar com todos em um piscar de olhos.),e, logo a seguir, entrei na sala
do meu chefe. Ele, sem muitos rodeios, como sempre, disse: "Não
o chamaria aqui se tivesse outro agente à disposição.
Um objeto de origem alienígena caiu na propriedade de um dos reis
do tráfico de drogas de Los Angeles, chamado Solan. Nós entramos
em contato com ele, e compramos o tal artefato. Cabe a você efetuar
o pagamento e traze-lo até aqui. Tome, nesta maleta está
o "pagamento" do sujeito (se você acha que um monte de folhas de
jornal embaixo de algumas notas de cem dólares é um pagamento),
a transação será realizada entre você e um dos
filho dele, chamado Mark ...... Mas uma coisa, SoulFly, traga este objeto
de qualquer jeito."
2. Los Angeles- Saí com um caminhão rumando para Los Angeles, durante o trajeto liguei para Scheila e pedi para que ela fosse a um dos abrigos da X-COM enquanto estivesse ausente. Depois de quatro horas de viagem, cheguei ao meu destino. Liguei para o Solan, e combinei o encontro: seria a meia-noite, na rodovia 32, no quilômetro 60. Passei o tempo andando pelas ruas da cidade e aproveitei para comprar um presente para minha esposa, pois após esta missão iria sair de férias e viajaria para alguma cidade do litoral americano para comemorar o aniversário de três anos de casamento.
Às dez horas em ponto
cheguei no local combinado. Cinco minutos depois outro caminhão,
estacionou no acostamento do outro lado da estrada. Dele saiu um sujeito
de mais ou menos 1,80 metros, que gritou: "Você é o tal SoulFly
? Trouxe o pagamento?", respondi secamente: "Está aqui. E você,
trouxe a mercadoria?.". Me dirigi para o meio da rodovia, deixei a maleta
no chão e continuei caminhando em direção ao sujeito
e resmunguei: "Mostre-me.". Fomos para a traseira do veículo e Mark
abriu a porta. Vi uma espécie de sonda, muito utilizado por alienígenas
que desejam analisar um determinado território. "Está tudo
Ok. Pode pegar o dinheiro. Só sairei com o caminhão quando
você tiver conferido o pagamento." disse. O sujeito foi apressado
ao encontro da maleta, como se fosse uma criança atrás dos
presentes de natal, estava dando tudo certo. Porém quando estava
entrando no veículo ele falou: "Seu filho da puta, que porra é
esta ? Está de brincadeira comigo. Não foda comigo....",
esta foi a última palavra que ele disse, antes de ter sua cabeça
estourada por um tiro de calibre 45. Eu previa que o truque do dinheiro
falso não iria dar certo. Fui até o caminhão da X-COM,
abri a tampa do reservatório de combustível, improvisei um
pavio com uma flanela e antes de acender murmurei: "Seu desgraçado,
não devia ter me chamado disso.". Não me demorei mais, peguei
o outro caminhão e rumei para San Francisco, enquanto lá
atrás o outro veículo explodia.
Avistei a placa dando as
boas-vindas às cinco horas da manhã. Dirigi por mais meia
hora e cheguei na base. Lá me aguardavam Wolfgang e Scheila. Desembarquei
do caminhão e corri ao encontro dos braços de minha esposa.
Enquanto isso, o homem dizia no interior do compartimento de carga do veículo:
"Muito bem SoulFly, você trouxe a sonda sem que ela sofresse nenhuma
avaria. Agora vocês podem desfrutar suas férias, e Ari, você
tem minha palavra que não o chamaremos durante este tempo.". Só
me limitei a responder: "É bom que isso seja cumprido."
3. O Acidente- No outro dia, saí em direção
ao litoral americano oeste. Ficamos na estrada por exaustivas doze horas,
atravessando desertos, pradarias, cidades interioranas e regiões
montanhosas. Nesta paisagem algo estava para acontecer. De súbito
um caminhão bateu na traseira do meu Mustang. Logo ele aumentou
sua velocidade até ficar ao meu lado e começou a tentar me
jogar para fora da estrada, para algum desfiladeiro. O motorista botou
a cara para fora e berrou: "Você vai morrer, seu bastardo, vou vingar
a morte de meu irmão Mark!!". Tentei resistir, porém ele
nos jogou para fora da estrada, em direção a um barranco.
O carro rolou ladeira abaixo, capotando diversas vezes. Vi o mundo girando
enquanto tudo ficava escuro.
Abro os olhos com extrema
dificuldade, visão extremamente nublada e embaçada. Meu corpo
dói, minha cabeça lateja. Estou em um hospital, olho para
o lado, separado por uma parede de vidro avisto minha mulher entubada:
ligada a vários aparelhos, em profundo estado de coma. Vendo isso,
me desesperei. Arranquei a agulha do soro que estava no braço e
me encaminhei para a parede. Nisso entrou um médico que já
tinha visto na sede da X-COM, chamado Nathan Elsex, que me segurou e disse:
"Vamos SoulFly, eu sei que é duro ver as pessoas que gostamos neste
estado, mas se acalme para eu colocá-lo a par sobre o estado de
saúde de sua esposa e do seu. Começarei pelo seu: Ficaste
uma semana em sono induzido para a aceleração do tratamento.
Já Scheila, sofreu um trauma na coluna e se encontra em estado de
coma profundo. Dê graças à Deus, pelo seu treinamento
militar, que fortaleceu seus músculos, o que impediu de sofrer males
mais graves. Portanto só o tempo dirá se poderemos salvar
sua esposa... e só mais uma coisa: ela perdeu a criança que
esperava.". Essas notícias foram piores que um tiro, esperei o médico
deixar a sala e não me contive, deixei as lágrimas rolarem
pelo meu rosto.
Durante dias não
preguei o olho, vigiando o sono de minha mulher. Mas uma fúria estava
crescendo em mim. Como Solan soube onde me encontrar ? Não importa
como ele consegui me encontrar e sim como ele e seus cinco filhos iriam
se proteger de mim. Peguei minha arma, fui até o arsenal, peguei
duas granadas e alguns carregadores extras para minha pistola. Quando saía
do recinto, Wolfgang Krause barrou minha saída e disse: "Você
não precisa se preocupar, vou mandar Iceman, Maverick, Ogro e Draco
acabar com aquela família de traficantes de merda, os meus superiores
mandaram acabar com a raça dos desgraçados.". Peguei o sujeito
pela gola e o ergui dizendo: "Você não mandará ninguém
para realizar este serviço. Este é pessoal e só eu
vou tomar partido. E só mais uma coisa: Deus tenha piedade da alma
do sujeito que se meter no meu caminho.". Larguei o homem no chão
e saí. Fui à rodoviária e comprei passagens de ida
e volta para Los Angeles.
4. Vingança-
Chegando na cidade, aluguei um carro e fui para o hotel. Procurei nos
jornais da cidade algum fato para que eu pudesse me aproximar dos desgraçados
e matá-los um a um. Estava com sorte, Solan iria dar uma festa na
sua casa. Fui até a casa e comecei a vigiá-los. Depois de
umas quatro horas diante a residência, uma comitiva de três
carros saiu. Pus-me a seguí-los. Eles entraram numa freeway, um
território perfeito para uma emboscada. Acelerei até emparelhar
com um dos carros onde estavam o filho mais velho e sua namorada, que mais
parecia uma puta barata de cinco dólares. Descarreguei um carregador
inteiro no carro, mas apenas consegui acertar a mulher. Continuei mantendo
meu carro ao lado do dele, joguei uma das granadas dentro do veículo
e acelerei enquanto o carro explodia.
Os outros dois carros pararam
imediatamente à explosão. Dei a volta, e parei diante os
outros dois veículos. Desci, e acertei dois tiros no motorista-segurança
de um dos carros e um tiro numa senhora que saiu do mesmo carro, essa mulher
era a mãe dos desgraçados que tinham provocado esta pequena
guerra. O outro filho entrou no carro e partiu cantando pneus enquanto
um segurança abriu o teto solar e começou a atirar em minha
direção. Não me acovardei e comecei a correr atrás
do carro que aos poucos foi se distanciando. Para minha sorte, duzentos
metros depois um congestionamento tomava conta da via rápida, o
que me deu possibilidade para me aproximar e pular no teto do carro. Nisso
o motorista invadiu a pista lenta e começou a fazer curvas brusca
para me derrubar, enquanto eu e o segurança nos digladiávamos.
Mas o condutor bobeou e entrou na contramão, e depois de percorrer
uns seiscentos metros avistou uma jamanta que também vinha em alta
velocidade. Vendo o caminhão se aproximando, me livrei do segurança
e pulei para o lado. Rolei no chão para sair da estrada e ainda
deu tempo para ver os dois veículos se chocando: a limosine do pulha
se partiu em duas bolas de fogo. Agora só faltava mais dois filhos
e o pai.
Chegou o dia da festa, mesmo
sofrendo com as perdas, Solan manteve a data da comemoração.
Era uma festa de gala e não foi difícil entrar na residência.
Misturei-me com os convidados e comecei a procurar o aniversariante: um
dos filhos do traficante. Encontrei-o cantando uma mulher com peitos fartos
e um baita de um corpo. Saquei minha pistola e quando ia apertar o gatilho,
uma velha se esgoelou: "Uma arma, ele vai matar alguém!!". Os seguranças
da família, abriram fogo, acertando outras pessoas que não
tinham nada a ver com a estória – inclusive a própria velha
escandalosa. Corri até a cria do diabo e quebrei seu pescoço.
Debaixo de fogo cerrado escalei o muro e sumi do local.
Eu estava decidido, no próximo
dia acabaria com aquilo de vez. Fui até a refinaria de cocaína
do velho Solan. Entrei naquela fábrica, e fui silenciando um a um
todos os funcionários do estabelecimento. Quando o velho soube o
que estava acontecendo tentou fugir da refinaria e eu fui atrás
dele. Quando me aproximava da sala onde o traficante estava, escuto uma
voz que vem atrás de mim: "Largue a arma!". Fui me virando lentamente,
o sujeito que me ordenara tal ato era o último filho do bastardo.
Porém o filhinho de papai vacilou e errou o tiro, o que não
repeti, mandando uma bala bem no meio dos olhos do babaca.
Agora só restava
o pai. Ele estava encurralado no depósito dos produtos para a fabricação
da droga. Vasculhei o depósito e quando encontrei o desgraçado
e me preparei para atirar no sujeito, entretanto ele se antecipou e me
acertou um tiro no ombro. Pela dor, instintivamente apertei o gatilho e
acertei a perna e alguns galões de algum material inflamável.
O líquidos dos recipientes começaram a se espalhar pelo chão.
Virei de costas e comecei a sair do local, quando Solan se preparava para
me acertar pelas costas, acendi o isqueiro e joguei no líquido que
estava no chão dizendo: "Feriu minha mulher e matou meu filho. Agora
eu mato você !!!"
4. A Volta- Voltei
para a base da X-COM, o estado de saúde da minha esposa ainda estava
inalterável. Foram tentados os mais diversos tratamentos e nada
havia dado resultados satisfatórios. Estava um zumbi humano, dormindo
pouco, me alimentando mal.
Um certo dia o Dr. Nathan
me chamou. Quando entrei em sua sala ele exclamou: "Graças a programação
daquela sonda alienígena conseguimos entender a linguagem de programação
de alguns artefatos alienígenas." Ele retirou uma espécie
de computador portátil e continuou: "Aprendemos como utilizar este
aparelho. Ele é uma máquina que denominamos Medi-Kit, que
cura alguns traumas e possivelmente poderemos tratar Scheila neste aparelho.
Apenas não sei se ela responderá satisfatoriamente ao tratamento.
Para colocá-lo em funcionamento só precisamos de uma autorização
do alto escalão da X-COM, e eu estou providenciando isto. Amanhã,
pela manhã, começaremos a tratar sua esposa." .Não
consegui dormi naquela noite, fiquei rezando para que conseguíssemos
reverter aquela situação.
Amanheceu. Por volta das
oito horas, Elssex entrou no quarto com o Medi-Kit nas mãos. Conectou-o
a um suporte donde saía alguns fios que foram ligados à minha
esposa. O homem acionou o aparelho que funcionou por uns quinze minutos
e depois parou. O médico examinou Scheila e desligou os aparelhos
de respiração artificial. Depois disse-me satisfeito: "Deu
certo, sua mulher saiu do coma e a lesão na coluna foi curada. Daqui
a algumas horas ela irá acordar.". Fui até onde ele estava
e estendi a mão, cumprimentando-o: "Muito obrigado. Seriei-lhe grato
por toda minha vida.". Larguei a mão do homem e me posicionei ao
lado da cama de minha esposa.
Depois de uma hora e meia,
Scheila abriu os olhos e disse: "Ari, estou com muita sede. O que aconteceu?
Aonde estamos?" Respondi: "Sofremos um acidente, mas agora está
tudo bem. Se acalme que irei pegar um copo de água para você."
...
Ser agente da X-COM é
um serviço árduo, porém que satisfaz todo e qualquer
agente. A única desvantagem que existe é que as vezes envolvemos
pessoas que não tem nenhum relacionamento com o assunto, como nossos
parentes. Entretanto, nosso trabalho é extremamente necessário
para contermos a invasão de seres extraterrestres que pretendem
nos dominar completamente. Quando a situação não tiver
mais solução todos sabem a quem apelar e nós, a X-COM,
não os decepcionaremos.