"What goes around comes around
1. 12 de Outubro de 2000 Faculdade de San Francisco- San Francisco.
Era véspera do dia de Ação de Graça, noite, estava em dos laboratórios de explosivos da faculdade de San Francisco. Ensinava a utilização de explosivos para a demolição de construções, as técnicas e os cálculos para traçar-se a trajetória dos destroços. No meio de uma das explicações meu telefone celular toca, um calafrio percorre minha espinha. Saio da sala e atendo o telefone: era minha mulher comunicando que havia convidado seus pais; irmãos, com suas respectivas famílias; e minha irmã para a ceia de amanhã. Mais aliviado voltei para meus alunos que por pouco não explodiram todo o campus universitário mexendo no tri-nitrotolueno.
Acabada minhas aulas, fui para a sala dos professores e vi pendurado na porta do meu armário um bilhete pedindo para que eu me encaminhasse para o gabinete do reitor. Pronto, meu mês de paz e tranqüilidade havia acabado. Guardei meu jaleco, peguei minhas chaves e minha pasta, e sem demora tentei sair da universidade. Quando estava saindo da sala uma voz fraca e esganiçada chamou-me: "- Senhor Canaan !". Estava sem saída, não teria como escapar do terrível criatura que atendia pelo meu nome de reitor Miller. Era um baixinho careca que usava óculos fundo de garrafa e suava feito um cavalo. "- Tenho que falar com o senhor. Saber o motivo pelo qual vem faltando alguns dias de aula. Tenho ordens para começar a descontar essas horas cabuladas do seu salário.". Me segurando para não dar uns tapas naquele sujeitinho, respondi: "- Eu e minha esposa sofremos um grave acidente a poucas semanas, e Scheila ficou entre a vida e a morte, em um estado muito delicado. Ela se recuperou, mas ainda necessita de alguns cuidados. E quanto ao desconto no salário, antes de mexer no meu, desconte dos outros acadêmicos que faltam muito mais do que eu. Também deveria me agradecer por manter sua cofrinho a salvo, porque a cada aula os alunos quase explodem sua querida universidade.". Sentia minha alma mais aliviada, desde minha entrada na escola, queria dizer algumas verdades para aquele burguês metido a besta.
O real motivo para que eu me ausentasse das aulas é que de vez em quando, sou chamado para realizar algumas missões ultra-secretas, que muitas vezes salvam o mundo ou livram boa parte dele de alguma catástrofe. Sou um agente secreto. Um agente da X-COM.
Guiei meu carro por uns quinze minutos e cheguei em casa. Fui recebido por minha mulher, Scheila, que continuava bela e perfeita como se nunca tivesse sofrido um acidente que quase tirou sua vida. Ela estava na cozinha preparando os pratos para a ceia de amanhã. Era bom vê-la contente, rindo de minhas brincadeiras como nada tivesse ocorrido.
2. 13 de Outubro de 2000 San Francisco
Manhã seguinte, sexta-feira, dia ensolarado, acordei por volta das nove horas. Meia hora depois fui com Scheila um em dos parques da cidade, aproveitar um pouco do sol e realizar uma caminhada. Fazia tempo que não passávamos tanto tempo juntos, e para descontar o perdido, parecíamos um casal de recém-casados. Fizemos um piquenique e por volta das quatros horas da tarde, retornamos para nossa residência.
Demos uma arrumada geral na casa e Scheila, novamente, voltou à cozinha para dar o acabamento nas iguarias que serviria no jantar de logo à noite. Ao entardecer, começamos a aguardar a chegada de nossos parentes. O interfone tocou. Abri a porta para o irmão mais velho de Scheila e o mais mala com sua família: sua mulher, uma fanática religiosa que toda vez que me encontrava tentava me converter; e sua filha de quinze anos, uma ninfomaníaca que quando vê um homem mais velho quase senta em seu colo; e para os pais dela, dois velhinhos muito simpáticos, porém, às vezes, muito desbocados. Me sentido meio deslocado, não sabia como começar algum diálogo, achava que eles me culpavam pelo acidente e pelo aborto sofrido por minha esposa. Resolvi sair para comprar alguns refrigerantes e vinhos.
Quando me encaminhava para o supermercado, que ficava a duas quadras do prédio, notei que dois rapazes de origem- possivelmente- latina, mal vestidos e usando lenços de mesmas cores e desenhos começaram a me seguir. Depois de alguns paços, os dois sujeitos se emparelharam comigo, um de cada lado. O da minha direita perguntou:
"- E aí tio, você sabe que está no território dos Killers ?
"- Não! Achava que estava na rua vinte e dois." respondi em tom debochado.
"- Hi, véio, tu tá sacaneando com a gente ? Não tem medo da morte ? Não tem noção do perigo ?"- pronunciou o outro, que parecia ter um intelecto menor que o do Ogro.
"- Saca só mano, o relógio do granfa e dos bons, deve valer umas cem gramas de pó." um se dirigiu ao outro.
Percebendo que o clima iria ficar mais pesado, resolvi dar cabo com a situação.
"- Ah, vocês querem que eu lhes dê o meu relógio e todo o meu dinheiro. Por um acaso vocês querem me assaltar ?"- respondi em um tom de inocência, para provocar confiança naqueles dois energúmenos.
"- Aí velhinho, o tio sacou tudo, vamos acabar logo com isso !"- depois de falar isso o da minha direita sacou uma faca e me apontou.
Olhei para aquilo e não pude conter um riso.
" - Acho que vocês não sabem com quem estão se metendo. Creio que vocês devem dar meia volta e não voltar mais para essa região parando de incomodar os moradores." falei me preparando para revidar qualquer reação hostil daqueles sujeitos.
O da minha direita, com a faca, tentou me acertar, porém com demasiada lentidão, o que facilitou minha esquiva. Saí para o lado e apliquei um golpe no braço do agressor, que saí de perto urrando de dor por causa do braço quebrado. O outro veio dando uma voadora que bloqueei, dando um soco em seu rosto que quebrou seu nariz. Mais algumas tentativas de agressões infrutíferas e contragolpes certeiros, os delinqüentes estavam liquidados. Vendo aqueles dois indigentes estendidos no chão, arrastei-os até uma rua mais movimentada e os entreguei a um policial que montava guarda.
Nisso minha irmã me avistou e caminhou em minha direção. Abraços, cumprimentos de irmãos saudosos. Pedi para que ela me acompanhasse até o supermercado para me auxiliar nas compras e poderíamos colocar as novidades em dia antes de retornar a minha residência. Quando fazíamos as compras ela disse: "Lamento pelo ocorrido com você, Scheila e aquela futura criança que estava por vim. Só espero que o sujeito que tenha provocado este acidente esteja na cadeia, pagando por seus atos.". Só limitei a responder: "- Não sei se ele está na cadeia, só sei que ele já está pagando por tudo que fez. E não se preocupe, não tardará em ganhar um sobrinho, eu e Scheila providenciaremos algo a respeito logo logo."
Voltamos para casa, já menos tenso, e a conversa com os meus parentes "emprestados", aumentados pelo irmão mais novo que é sargento do exército americano, já se tornou mais agradável e fácil. Depois do jantar, degustávamos um vinho, quando o telefone tocou. Minha esposa atendeu o aparelho e depois estendeu-o para mim. Saí do recinto e atendi o telefone: "- ben Canaan falando.". Do outro lado da linha apenas escuto: "- SoulFly venha para a fábrica imediatamente.". Troquei de roupa, peguei minhas armas e antes de sair, dei a desculpa que havia uma ameaça de explosão na universidade e como eu era perito no assunto, deveria desarmar a bomba. Abracei minha irmã e minha esposa que sussurrou em meu ouvido: "Tome cuidado, fique inteiro e volte logo.". Depois de um longo beijo saí de casa, peguei o carro e fui em direção da base.
3. 13 e 14 de Outubro de 2000 Fábrica, San Francisco Pennywise, San Francisco
Cheguei na base, e dirigi-me para o gabinete de Wolfgang Krauss, o responsável pelas missões terrestres naquela região e meu chefe mais imediato. "- Ari, na tarde passada os computadores da X-COM foram todos invadidos por um hacker que infectou nossas máquinas com um vírus. Ele não afetou em nada nossos sistemas, porque eles são assegurados pelos mais sofisticados antivírus. Também foram infectados mais 1.506 sistemas no mundo inteiro, incluindo os da Casa Branca, Pentágono, CIA, FBI, ONU e Conselho de Segurança Nacional. Tememos que informações sigilosas tenham sido roubadas. Sua missão: Ir até a localização do invasor, recolher todos os dados que ele possui sobre qualquer órgão internacional vital e intimidá-lo para que não se repita algo semelhante. Nós o detectamos em Pennywise, aqui mesmo em San Francisco. Vá e nos mantenha informado sobre os seus progressos. Deixarei OBrian de prontidão para qualquer necessidade legal.". Antes de pegar o avião, liguei para casa avisando à minha mulher do meu destino e pedindo para não se preocupasse.
Em Pennywise, peguei um táxi e fui para a localização de meu objetivo. Era nove e quinze da manhã, eu metido em um terno, toquei a campainha. Atendeu a porta um garoto de cabelos pretos, olhos verdes que lembravam os da Scheila, de mais ou menos uns cinco anos. Perguntei: "- Olá garoto, posso falar com seu pai ou sua mãe ?". Ele deu um sorriso e berrou: "- Pai tem um homem querendo falar com você.". Nisso veio até a porta um homem um pouco mais velho do que eu que questionou: "- Pois não, no que posso ajudá-lo ?". Respondi: "- Sou o agente SoulFly, da CIA, nos detectamos uma invasão em nossos computadores na tarde de quinta-feira, e a localização do invasor é aqui.". O homem ficou extremamente pálido e gaguejou: "Por favor, entre. Lamento que nosso outro filho, Oswald, tenha invadido seus sistemas. Nós já o proibimos de conectar o computador ao telefone mas ele continua nos desobedecendo. Ele não vai ser preso, não é? Ele só tem dezesseis anos, não fez por mal.". Pedi: "Posso falar com o rapaz ? Tenho algumas perguntas para fazer a ele, e se ele colaborar comigo nada acontecerá."
Fui levado ao segundo andar da casa. Entramos em um dos quartos, e da porta vi um garoto na frente de um computador, digitando comandos freneticamente. O pai se aproximou e desferiu um tapa na cabeça do moleque e gritou: "- Pivete desgraçado, sempre fazendo merda, já não falei para conectar esta porra no telefone, já paguei uma multa de 25.000 dólares por tua causa, e agora tu invade os computadores da CIA. Tu vai tomar muita porrada caso se der mal.". Pedi para deixarmos a sós. Após a saída do homem, peguei uma cadeira e sentei-me a frente do adolescente.
"- Muito bem! Sei que você invadiu, quinta-feira, inúmeros sistemas em todo o mundo. Pois bem, fale como conseguiu entrar ?" perguntei.
"- Eu não fiz nada, quem disse que eu consegui entrar em algum sistema. Não sei nem como faze-lo." tentou se safar o moleque.
"- Não se faça de rogado, você já foi pego pela polícia federal ,a dois anos, pirateando um jogo dois dias antes de seu lançamento mundial. Por isso vai desembuçando rapidinho, porque, senão, vai para o xadrez. Me dê os códigos de acesso, qualquer arquivo copiado. Eu também vou levar sua CPU para análises mais detalhadas."
Ele entregou-me um bloco com vários códigos, muitos disquetes e alguns livros, me prometendo que era tudo que tinha copiado e com lágrimas nos olhos pediu para que o deixa-se fora da prisão, pois era muito jovem e iria virar a namorada do presídio. Saí, prometendo aos pais de Oswald que o deixaria livre, caso o adolescente estivesse falando a verdade e entregando todas as informações que tivera acesso. Também deixei-lhes meu telefone para qualquer outra informação. "- Mais uma coisa, tentem impedir Oswald de invadir outros computadores. Outras organizações, como o FBI, não são tolerantes e podem até acabar com a vida de seu filho e de toda a família para que nenhuma informação seja levada a público.". No jardim da casa, o mesmo menino que atendeu a porta estava brincando com alguns carrinhos e ao me ver correu em minha direção e disse:
"- Moço, desta vez o Ozzie está mesmo enrascado ?"
"- Não se preocupe, seu irmão nada sofrerá, mas me diga uma coisa você sabe se onde ele guarda seus segredos, suas coisas proibidas para você ?"
"- Sei, mas se eu falar para o tio, ele me mata de porrada. Sabe, são algumas revistas de mulher pelada !!"
Ao deixar a casa notei que um Rolls Royce preto estava estacionado e dois homens muito estranhos trajando ternos pretos e óculos escuros vigiavam a casa. Rumei para um dos hotéis da cidade para passar a noite. No recinto, telefonei para meu superior, informei todos os fatos e comuniquei meu horário de partida, na manhã seguinte.
Eram onze e meia da noite, quando fui despertado pelo ruído do celular. Atendi e no outro lado da linha uma voz desesperada disse: "- Por favor, seu SoulFly, os homens invadiram minha casa e mataram minha mulher, por favor me ajude.....". Escutei um tiro e o pai do hacker não mencionou mais nenhuma palavra . Pus meus sapatos e fui em desabalada carreira rumo ao local visitado naquela manhã.
Cheguei no local. O mesmo carro preto estava estacionado no mesmo local. A porta da casa estava arrombada. Empunhei minhas duas pistolas e entrei na casa. Logo no corredor, deparei-me com o corpo baleado da mãe do adolescente e continuei avançando para o interior da casa. Na sala visualizei dois sujeitos vestidos de preto e de óculos escuros. Entrei no recinto disparando, sem dar chance para sequer esboçarem alguma reação. Cheguei perto dos corpos, porém instantes antes de me agachar para revistar os corpos, uma saraivada de tiros foi disparada contra minha pessoa. Joguei-me para o lado e abri fogo, alvejei mais um dos sujeitos misteriosos. Já tinha limpado a andar de baixo, recarreguei minhas armas e subi até o outro andar. Dei alguns paços e tropecei em um corpo, era Oswald, que por sorte, digamos assim, me livrou de levar alguns tiros; do chão matei o último indivíduo.
Aproximei-me do corpo do último inimigo e observei que ao invés de sangue, escorria uma gosma branca com a textura parecida com a do purê de batatas, retirei os óculos e, para meu espanto, os olhos dele eram saltados, maiores do que o normal, todo preto sem nenhuma pálpebra tanto as superiores quanto as inferiores. Liguei para a X-COM e pedi que mandassem urgentemente uma equipe de limpeza pois haviam seres híbridos que deveriam ser recolhidos e mantidos fora do alcance dos leigos. Desliguei o telefone e comecei a procurar possíveis sobreviventes. Achei os corpos de todos os integrantes da família, menos o da criança mais nova. Continuei a procurá-lo e depois de dez minutos, achei-o debaixo da cama do irmão, todo encolhido em um estado de catatonia provocado pelo choque de ver os pais e o irmão serem assassinados. Esperei mais meia hora quando outros agentes da X-COM chegaram no local para coletar as pistas.
4. 15 de Outubro de 2000 Fábrica, San Francisco
Retornamos à base. Os corpos foram todos levados ao laboratório, os objetos relacionados ao computador do hacker para o departamento de informática e o menino catatonico para a enfermaria.
Era por volta das duas horas da manhã, estava no corredor da enfermaria, com um caneco de café nas mãos, aguardando mais informações sobre o estado de saúde da criança que havia se salvado. A sonolência ia tomando conta de mim e quando estava quase caindo em um sono profundo, senti um leve toque no obro. Dei um pulo de susto, olho para trás e vejo Scheila com um blazer e o distintivo da X-COM na lapela que me perguntou: "Fiquei preocupada com sua demora em retornar para casa, o que aconteceu ?", Ponho-me de pé e mostrei pela janela: "- Este garoto se chama Josh, era o irmão do adolescente que invadiu os sistemas a dois dias. Sua família foi brutalmente assassinada por seres híbridos logo depois que saí da casa deles, após um breve interrogatório. Deixei meu telefone para qualquer emergência, mas quando chamaram eu demorei muito e não consegui impedir suas mortes. Este menino não tem mais ninguém na vida por causa da minha demora. Ele está à mercê da sorte, nesta idade, por causa da minha demora.". Minha esposa apenas se limitou a me abraçar e oferecer um ombro para eu pudesse descarregar minhas culpas, porém fomos interrompidos por um estrondo vindo do laboratório.
Corremos para o local e nos deparamos com uma cena muito esquisita: o cientista do turno estava sendo erguido pelo pescoço por um dos seres que eu havia matado na tarde anterior. Entrei na sala, mas não podia atirar, dei alguns socos no abdômen do indivíduo que largou o estudioso e começou a distribuir pancadas e bordoadas em outro alvo: eu. Continuei desferindo golpes, porém, sem resultados satisfatórios, o sujeito agarrou-me como havia feito com o cientista a poucos instantes a poucos instantes atrás. Saquei minha arma, mas o sujeito apertou meu pescoço com mais força, me fazendo largar a pistola. Estava ficando tudo nublado, quando escuto uma voz: "- Largue-o agora !!". Era Scheila que havia pego minha arma e tentava me defender. O indivíduo, supondo que eu estava liquidado, largou-me e caminhou em direção à minha mulher. Ela tremia feito vara verde em dia de vendaval, nunca havia atirado. Quando o ser híbrido se aproximou ela disparou, mas errou feio o alvo e quase me acertou. Dei um berro: "- Mire no joelho do desgraçado !". Mais um tiro foi disparado: e o sujeito caiu no chão com um rombo do tamanho de um pires na cabeça. Me apressei para ir de encontro até minha esposa e peguei a pistola de suas mãos. Olhei o sujeito e perguntei:
"- Não disse para mirar no joelho do safado !"
"- Disse, e eu mirei nele." respondeu Scheila, meio assustada.
"- Lembre-me, urgentemente, logo esta confusão toda passar de ensinar-lhe a atirar, por favor." falei.
Minha esposa olhou para mim e me deu um tapinha fraquíssimo na cara e indignou-se:
"- Você quase é esgoelado e fica gozando da minha cara."
Depois de passado o sufoco, chegaram, atrasados, os outros agentes. O Brian vendo o corpo esticado no chão perguntou: "- Mas que diabos ocorreu neste maldito laboratório ? Estes monstros não estavam todos mortos ?". Nisso chegou na sala Wolfgang e disse: "- Agentes, venham todos ao meu gabinete, pois descobrimos fatos que até este momento eram teóricos e as evidencias mostram que estávamos enganados."
Saímos do laboratório e, a poucos metros da saída, escutamos um disparo. Retornamos e vimos Maverick com a arma em punho, ele olhou-nos e disse com um sorriso sádico no rosto: "- O bicho se mexeu !".
5. 15 de Outubro de 2000 Gabinete de Wolfgang Krauss, Fábrica, San Francisco
"- Estes seres híbridos são cruzamentos entre humanos e seres extraterrestres. Eles são o que chamamos de MIB, os homens de preto, que tantas pessoas que afirmam ter visto OVNIS e alienígenas declaram como agentes federais, que os oprimem e mandam não divulgarem o ocorrido a ninguém."- comunicou Wolfgang.
"- Como este caras agiam e nunca soubemos nada a seu respeito ?" perguntou Iceman.
"- Nós não queríamos entrar em confronto direto com o Conselho de Segurança Nacional." respondeu nosso chefe.
"- Como.........?" exclamamos todos.
"- A X-COM sabe da existência de um acordo secreto entre o Conselho de Segurança e alguma raça de alienígenas de algum outro planeta do sistema solar, talvez algum satélite de Saturno: os alienígenas podem fazer visitações à regiões que o Estados Unidos controlem de alguma forma economicamente, socialmente, politicamente ou através da força bélica- e esses fornecem tecnologia mais avançadas ao estado. Não nos metemos ainda porque não possuímos casos concretos, apenas hipóteses como o Caso Rosevelt, no Novo México; e o Caso Varginha, no Brasil."
"- Tá bom ...... vocês já tem uma unha encravada, quando atacaremos os filhos da puta com força total ?" questionou Maverick em mais um dos seus ataques maníaco-homicidas.
"- Não os atacaremos ainda, pois desconhecemos a localização exata dos estabelecimentos ligados a manifestação UFO. Temos uma possibilidade de descobrirmos tal fato com os arquivos copiados pelo hacker. Porém o garoto sabia muito de informática e os arquivos do computador estão em criptografias que não entendemos e a senha que os traduz é desconhecida. Todos os nossos peritos estão mobilizados para descobri-lo, no entanto estão desesperançados com a possibilidade de traduzir as informações ."
"- Mas e os MIB, o que farão com os pulhas ?" interrogou O Brian.
"- Eles serão estudados e pesquisados. Vocês estão liberados, porém mantenham-se preparados para serem chamados a qualquer momento." declarou o chefe.
6. 20 de Outubro de 2000 - Diversos Lugares, San Francisco
Uma nova semana começou e como sempre nos entreteve. Continuei lecionando normalmente; Scheila, administrando as finanças do grupo de empresas onde ela trabalhava, e todos os outros agentes conduzindo suas "pseudo" vidas normalmente.
Estava acabando o terceiro bimestre e eu entraria em férias, o que me deixaria mais tempo livre para acompanhar o caso mais de perto e teria mais tempo para permanecer ao lado de minha esposa, Scheila, e de minha irmã, Jordana, que viria passar as férias de verão conosco.
De manhã, até às dez horas, continuava a ir para a faculdade, pois estava estudando as novas técnicas de explosivos e cargas nucleares. Também aproveitei os laboratórios da instituição para realizar melhorias funcionais nos silenciadores fornecidos pela X-COM, pois era muito grande o que impossibilitava guardar a arma em um coldre com o dispositivo. Depois rumava para a central de operações da agência, A Fábrica, onde tentávamos descobrir alguma informação dos dados do falecido hacker, absolutamente sem qualquer sucesso. Não sabíamos para que lado rumar.
No dia 20, nossas expectativas renasceram com o despertar do irmão do hacker. Para nosso espanto, o menino, quando soube da nossa dificuldade para acessar os dados do computador, riu e nos disse que apenas deveríamos conversar com o computador. Estranhamos e levamo-lo a frente do aparelho e ele digitou:
< Josh> Olá , como vai você ?
<Computador> Bem, mas você não é o Action Man. Quem é você ?
Todos estávamos de boca aberta e surpresos com o nível tão elevado da programação do computador e a forma com que aquele menino de cinco anos lidava com a situação. E ele continuou:
<Josh> Sou eu, Zero Cool, irmão do Ozzie. Ele disse para mim entrar com esse nome quando algo acontecesse a ele.
<Computador> O que aconteceu a ele ?
<Josh> Infelizmente ele foi morto.
<Computador> Ok. Conforme minha programação, neste caso, você deve ter acesso a estas informações.
Nisso, vários nomes começaram a aparecer e a tela começou a se alterar mostrando telas com os símbolos da Onu, Casa Branca, Pentágono, Conselho de Segurança Nacional e .... o da X-COM. Wolfgang imediatamente mandou: "- Imprimam todas estas informações, quero estes arquivos em minha sala em meia hora. Você, Ari, está dispensado até nova convocação.". Perguntei: "E agora, o que vai acontecer com o garoto, o que vocês farão com a criança, vocês não vão apagá-lo.". "Não se preocupe, achamos os avós paternos dele em Vancuover, no Canadá, e o levaremos para eles. Manteremos ele sempre vigilância e acompanharemos seus estudos e quem sabe um dia ele poderá integrar o setor de informática da X-COM. Esse moleque vai longe, os exames feitos por nossos psicólogos detectaram um elevado Q.I. Agora vá, temos que planejar nos mínimos detalhes a próxima ação de vocês.".
7. 28 de Outubro de 2000 Fábrica, San Francisco
A nova convocação da X-COM demorou uma semana para acontecer, já estava começando a crer que não agiríamos a respeito das informações que descobrimos. Estava com minha mulher, na cama, quando a porra do telefone, desta vez os aparelhos dos dois, tocou. Atendemos e escutamos a voz de Klaus, o que nos surpreendeu, pois normalmente ele dirigia as missões aquáticas e apenas se envolvia, fora de sua jurisdição, em casos extremamente graves ou importantes. Nos vestimos, peguei todo meu equipamento, Roupa de Kevlear, óculos de visão nortuna, lanterna florescente, passaportes e identidades falsas, minhas armas, cartuchos e mini kit de ferramentas.
Pegamos o carro, um Grand Cherokee prata, e rumamos para a base da X-COM. Lá fomos recepcionados pelos dois figurões que me dirigiam: Wolfgang, um crioulo de cabelos brancos, e Klaus, um loiro de cabelos longos e fumante compulsivo. Wolfgang exclamou: "Srta. SoulFly, o setor administrativo e econômico necessita de todos seus agentes para o bom funcionamento desta missão. Seu encaminhamento ao setor deve ser feito com o máximo de rapidez, cada segundo vale ouro e pode nos custar um insucesso.". Vejo minha Scheila indo em direção do setor administrativo, e o negro do meu lado se pronuncia: "- Vamos até o encontro dos outros agentes no vestiário. Você deve se preparar para sair em missão logo ao término da palestra que esclarecerá a todos os envolvidos o nosso próximo e decisivo movimento.
Encaminhei-me ao vestiário e encontrei meus companheiros de missão: Ogro, Maverick, White e Iceman, colocando os uniformes de combate, armas e alguns equipamentos em uma sacola. O Ogro notou minha chegada e falou: "E aí, sangue bom. A ação vai rolar solta hoje. Ainda bem, não agüentava mais aquelas missões que estavam nos dando. Hoje o coro vai cumê !". Iceman, com seu mau humor característico, retaliou: "- Seu cretino, nem sabe ainda o que vai acontecer e já fica sonhando com merda. Toma jeito na vida, seu trouxa. E você, SoulFly, arrume teus bagulhos logo pois os figurões querem a gente na sala de estratégias daqui a quinze minutos.". Os quatro saíram e eu coloquei todo meu equipamento na mochila, pequei minhas armas e coloquei nos coldres nos flancos do meu tórax; e minhas credenciais da X-COM. Findo os preparativos rumei para a sala onde ocorreria a reunião.
Cheguei no recinto e o local estava completamente tomado por agentes dos mais diversos setores da organização, me encaminhei a uma poltrona ao lado de Scheila. Passei a observar e notei que alguns funcionários testavam o projetor de imagens, localizei meus companheiros, na fila atrás de mim. Apenas não encontrei os nossos chefes. Esperamos mais alguns minutos e os ditos aparecem e Wolfgang abriu a exposição:
"- Bem, senhores, todos vocês foram chamados aqui para receberem os dados da maior operação realizada pela a X-COM: vamos atacar as instalações mais secretas do Conselho de Segurança Nacional a famosa A.R.E.A. 51. Porém antes vamos mandar dois agentes nossos: Ogro e SoulFly ao Brasil, para investigar um caso de visualização de um ser alienígena conhecido como Caso Varginha. Os demais agentes do grupo irão realizar uma observação na região da base secreta do alvo localizada no Deserto do Novo México. Cabe a vocês, demais agentes a possibilitarem aos nossos infiltrados todas as informações e todos os recursos de que seus setores são responsáveis."
E Klauss emendou:
"- Os chefes de setores já foram orientados. Caberá as bases aquáticas o deslocamento dos agentes e possíveis transportes de materiais. Ajustemos todos os nossos relógios, pois daqui a duas horas nossos agentes partirão. Agora todos aos seus setores.".
Olhei para Scheila, minha querida mulher, ao meu lado, e ela estava com os olhos cheios de lágrimas. Sentia o peso das palavras dos chefes e temia pela perda do esposo que estaria com o rabo bem no meio do conflito. Abracei-a e dei-lhe um beijo. Depois disse: "-Não se preocupe, voltarei como das outras vezes: inteiro, eu lhe prometo. Agora vá para o departamento de finanças e cuide para que não falte nada para nós lá no Brasil. Conto com você.". Ela se levantou e se encaminhou para seu local de trabalho enquanto me dirigia ao gabinete de Wolfgang junto com meus companheiros. White me olhou e disse, fumando desenfreadamente : "- Não sei como você se mantém tão tranqüilo. Uma mulher dessas e uma irmã para cuidar. Não sei como estaria se estivesse no seu lugar.". Respondi: "- Posso não parecer temeroso, mas no fundo estou quase borrando as calças e nem um pouco satisfeito por ter que ficar longe da minha esposa.".
Chegamos ao gabinete e depois de meia hora conversando com os demais agentes, Wolfgang chamou eu e o Ogro. "- Vocês foram escolhidos para irem ao Brasil porque ambos são militares, embora já na reserva, e Tiago é brasileiro e domina como ninguém o idioma. Nós infiltramos um agente no ministério do exército de lá e plantamos um documento falso que faz vocês passarem como um militares de seus países que farão um curso para se aperfeiçoar em comunicações sigilosas. Vocês devem coletar o maior número de informações sobre o Caso Varginha e depois retornar para os Estados Unidos. Suas informações serão úteis para o planejamento do ataque decisivo à A.R.E.A. 51. Os dois atravessarão o Atlântico em uma das embarcações aquáticas da X-COM. Boa Viagem e boa sorte.".
8. 29 de Outubro a 4 de Novembro de 2000 Varginha, Minas Gerais, Brasil
" Com tantos carros melhores na loja de alugueis você tinha que escolher justo esse. Podia ser qualquer carro importado, mas não tinha que pegar este Omega de merda. E pensar que meu carro mais bagaceiro é um Lamborguini.", era o Ogro que passou reclamando os cento e vinte e três quilômetros que separavam Varginha de Belo Horizonte. Apenas respondia: " Não podemos chamar muita atenção. Cale a boca e continue atento na estrada. E não esqueça: eu falo lá dentro do quartel e você apenas traduz literalmente o que digo. Não tente ser eloqüente e tentar melhorar minhas palavras.".
Mas alguns minutos avistamos o nosso destino a Escola de Comunicações e Material Bélico de Varginha. Nos identificamos aos sentinelas do portão principal e eles nos encaminharam até a sala do comandante. Ele nos deu as boas vindas e nos mostrou todas as instalações do estabelecimento. No outro dia começaria o curso de sete dias o qual participaríamos. Primeiramente, fomos até uma sala onde poderíamos ter acesso a um computador que estivesse ligado a rede do local. Passamos umas quatro horas vasculhando todos os arquivos e diretórios. Não encontramos nada muito esclarecedor, apenas nomes de cinco ufólogos que tinham marcado hora com diversos oficiais e um registro de um pedido de transporte na mesma noite que dizem ter sido avistado o ser de outro planeta.
A cada folga do curso íamos atrás dos cientistas. Eles apenas nos diziam que duas adolescentes avistaram uma criatura, comunicaram as autoridades locais, e algum tempo depois caminhões do quartel o capturaram e levaram-no ao hospital da cidade e depois nunca mais ouviram mais nada do assunto. Fomos até o hospital, os médicos desmentiram a hipótese que um ser alienígena tivesse sido examinado naquele recinto. Já tínhamos falado com quatro dos ufólogos, e só faltava um que não conseguíamos encontrar: O Doutor Samuel, apenas deixamos nosso telefone com seu ajudante.
No dia primeiro, às duas horas da tarde conseguimos entrar em contato com o ufólogo que faltava. Ele marcou o encontro para aquela noite em um local chamado Boate Paraíso Infernal. Chegamos um pouco antes do horário combinado para que pudéssemos observar o perímetro e todas as saídas possíveis. Rapidamente reconhecemos o campo de ação: era uma clube onde as mulheres, em um palco, rebolavam freneticamente e faziam movimentos sensuais enquanto tiravam as roupas uma casa de Streap-Tease.
Sentamos em numa mesa que possibilitava a visão de todo o lugar. Foi servido a nós cervejas. As mulheres continuavam dançando e meu companheiro o Ogro- aos poucos foi se assanhando e acabou chamando uma loira muito boa e bonita para nossa mesa. Eles conversaram alguns minutos; eu, impaciente, não parava de olhar para o relógio, o maldito doutor estava quarenta minutos atrasado, e eu já começava a achar que tínhamos ido àquele local à toa; os dois do meu lado levantaram da mesa e meu amigo falou: " Ari, meu irmão, segura o meu lado. Essa mulher quer dar para mim, e faz tempo que eu não traço uma desse gabarito. Por favor, fala com o tal sujeito sozinho, eu te encontro no quartel.". Vi os dois encaminhando-se a uma porta que levava ao nível superior do recinto.
O maldito estudioso já estava atrasado cinqüenta e nove minuto. De súbito um sujeito de óculos sentou a minha mesa e perguntou em inglês com um sotaque britânico carregado: "- Você é Akiva ?". Confirmo com um sinal de positivo com a cabeça. Ele sentou e comecei a contar tudo o que sabia sobre o Caso Varginha. Ao término de minha narrativa ele disse: "- Você conhece o caso como um todo, porém desconhece o fato que não foram os nossos militares que removeram o alienígena do local, e sim homens trajando os uniformes brasileiros. Eu os vi, todos eram muito pálidos, tinham sotaque de alguém que fala inglês ou alemão e, o que mais me chamou a atenção, todos usavam visores, semelhantes a óculos escuros. Por um acaso você já ouviu falar dos Homens de Preto ?". Respondi que não e o sujeito continuou: " Eles são extraterrestres, acho eu, que estão vigiando todos as pessoas que já mantiveram algum contato com objetos voadores não identificados sejam eles visual, físico ou abdução.".
Nisso o cientista parou de repente e caiu inerte em cima da mesa. Seu sangue começou a escorrer pela mesa. Me assusto com o acontecido e olho ao redor da boate e não avisto nada suspeito. Logo depois de uma piscada sinto o cano frio de uma arma na minha nuca. Meu agressor falou: " Levante-se calmamente e me siga.". Sabia que se obedecesse aquele sujeito estaria apenas retardando minha possível morte. Fiz que ia levantar; pus, em um movimento brusco, o corpo para o lado e peguei o braço do cara, puxando-o e desferindo uma cotovelada entre seus olhos. Livre do agressor mais próximo, os outros que ainda estavam ocultos na multidão sacaram suas armas (submetralhadoras, rifles e pistolas) e começaram a disparar para todas as direções sem se importar quem acertavam. Retaliei alguns tiros e notei que ficar trocando disparos não adiantariam em nada. Decidi que devia deixar aquele local o mais depressa possível, porém tinha que buscar o Ogro no andar superior daquela espelunca.
No meio do tiroteio cheguei até a escada que conduzia até o segundo andar, disparei alguns tiros e continuei subindo. Eram vários quartos e eu não fazia a mínima idéia em qual meu amigo estava. Não restava outra solução a não ser meter o pé em cada uma das portas. Dei sorte, no terceiro arrombamento encontro-me com aquela bunda enorme, que mais parecia uma lua, que arfava feito um cachorro no cio. Ele me olhou absorto e perguntou: "- O que cê tá fazendo aqui ?". Respondi: "- Despeça-se de sua namorada e vamos, por que senão os MIB vão cortar o teu pinto.". Ele se vestiu apressadamente e quando estávamos descendo as escadas cerca de vinte homens trajados de preto e usando óculos escuros começaram a subir as escadas.
Demos meia volta e fomos para o telhado na esperança de descer pela escada de incêndio. Para nosso desespero não encontramos nenhuma escada. Os nossos inimigos continuavam subindo as escadas e quando topavam com alguém o matavam. Não tinha mais jeito, teríamos que trocar tiros com os desgraçados e se sobrevivêssemos, poderíamos fugir. Foi que o cretino do Ogro usou todos seus neurônios e disse: "- Se a gente não tomasse choque, nós poderíamos descer escorregando naquele fio.". Olhei para o fio e para meu amigo e disse: "- Aquilo não dá choque, é um pára-raios, vamos descer por ali mesmo. Ajeitei minhas luvas e pulei em direção ao fio e deslizei até o chão, acompanhado de meu companheiro.
Fomos para o quartel e de lá telefonamos para Wolfgang e pedimos transporte urgente para voltarmos. Guardamos todas nossos coisas e naquela manhã partimos de Varginha e fomos apanhados por um transporte aquático da X-COM.
Retornei para a base e notei um movimento fora do normal. Dezenas de pessoas, de origens e profissões diferentes. Fomos recebidos por Wolfgang e Klauss que estavam abatidos e pálidos. Depois de relatados e entregues todos os dados recolhidos em nossa estada, eu e Ogro fomos liberados para que aguardássemos novas instruções para nosso próximo passo.
Conversando com Scheila, descobri que meus outros companheiros de grupo foram descobertos por uma patrulha de vigilância da A.R.E.A 51 devido a um ataque de histeria do Maverick, que de atacou o grupamento de soldados inimigos sozinho e foi capturado. Alguns dias depois Wolfgang recebeu, no seu escritório da CIA, uma das orelhas do desgraçado; dias depois foi encontrado seu corpo, totalmente despedaçado, em um dos rios da cidade. Minha esposa dizia: "- Eles já sabem da nossa existência e da nossa intenção de atacá-los, portanto os dois chefões pediram todo os recursos monetários disponíveis para um ataque definitivo, mobilizando todos os agentes, tanto os da terra quanto os do mar.".
No dia seguinte Iceman, White, Ogro e eu fomos chamados ao gabinete do comando. Estavam lá Wolfgang e Klauss. Ao nos verem eles disseram quase ao mesmo tempo: "- Hoje será o dia que os pulhas deixaram de existir e a X-COM banirá toda e qualquer força bélica que tem algum envolvimento com os alienígenas. Ação será a seguinte: nós, uma força de mil e duzentos agentes, chamaremos a atenção deles com um ataque pela retaguarda enquanto vocês penetram no interior do recinto pela frente, acabando com as defesas da parte exterior para que possamos entrar com carga total. O ataque começará às vinte e duas horas, se preparem para o pior.". Saí da sala apreensivo, aquela ofensiva lembrava-me das lutas do meu povo contra as nações estrangeiras inimigas; fui até o setor onde minha esposa trabalhava e pedi que se preparasse para, caso não obtivesse um contato meu, mudasse seu nome para o de solteira e saísse do país por algum tempo, pois caso falhássemos na batalha de hoje, os MIB iriam atacar todos os familiares das pessoas envolvidas.". E continuei: "- Você sabe que não será em uma guerra que morrerei, porém não custa ser precavido."
Depois de passar algum tempo com Scheila, encaminhei-me até o
arsenal da X-COM, peguei uma armadura, um rifle automático de plasma,
granadas e cargas explosivas. Nos reunimos todos as nove horas para pegar
o transporte, um helicóptero, que nos conduziria até o deserto
do Novo México.
Tiros de plasma e lazer cruzavam os céus quando caímos no telhado. Iceman falou baixo: "- Merda, como odeio usar essa porra.". Abrimos uma abertura no teto com uma espécie de lança lazer que podia perfurar qualquer material. Pulamos em um corredor vazio, verificamos o perímetro: era a parte dos laboratórios do estabelecimento. Ao entrarmos na sala principal, enormes tubos que estavam envolvidos por uma camada metálica se abriram e vimos três alienígenas, como o daquela autópsia que transmitiram na televisão e todos diziam que não passava de um boneco, mergulhados em um espécie de líquido que, creio eu, seja para conservá-los. White acessou os computadores e de repente exclamou: " Puta merda, isso é grande à beça. Eles têm mais sete andares no subsolo, algumas aeronaves e uma porrada de armamentos.", ele digitou mais alguns comandos e disse: "- Pronto, os nossos já poderão entrar. AGORA, VAMOS FAZER O TRABALHO SUJO. Vamos invadir o restante dos andares.".
Continuamos adentrando naquela base inimiga, topamos com alguns humanos que facilmente os eliminamos e alguns MIBs, os quais destroçávamos com tiros de plasma. Fomos limpando andar por andar, reféns eram feitos, até quarto andar. Lá, pelo número de soldados agrupados, devia ser a última barreira de resistência, pois já tínhamos dominado a maioria dos agentes, que estavam em uma sala de reuniões se organizando para agir, com um gás sonífero e os amarrado. Uns vinte soldados, sargentos e oficiais de pequena patente do exército nos combatiam com armas mais obsoletas do que as nossas. Após alguns minutos de tiroteio os soldados se renderam. Todos estavam de joelhos, voltados para a parede. Iceman começou a interrogar os soldados, dando algumas socos e quebrando algum membro de algum soldado. De súbito ele sacou a pistola e pegou um dos soldados pelos cabelos e disse: "- Tem mais alguém espalhado na base ?", quando olhei para o homem na pude deixar que meus olhos se arregalassem e um calafrio percorresse toda a extensão da minha espinha, o soldado que tinha uma pistola apontada na cabeça era o Sargento Torn, irmão mais novo de minha esposa, Scheila; ele não havia me reconhecido por causa da mascara que usava para não ser identificado. Cheguei perto do meu companheiro e pedi para que ele deixasse o homem e que esperasse o restante da X-COM atingisse nossa marca para continuarmos avançando. Ele não quis saber e eu não tive escolha: dei um tiro em cada pé de Iceman, que caiu no chão urrando de dor e chamando todos meus antepassados com nomes impublicáveis, para silencia-lo: uma breve gravata no pescoço o pôs para dormir.
Os outros estavam na outra sala , mantendo nosso corbetura segura, quando escuto: "- Ei você aí, largue as armas e se vire bem devagar.". Era meu cunhado, o qual tinha salvado a vida instantes anteriores, me ameaçando com a arma do Iceman. " Agradeço por ter salvado minha vida, mas tenho um dever maior. Prepare-se irás ver Deus logo.". Tento ponderar um pouco e aos poucos vou me aproximando; em um rápido movimento quase agarro a pistola, porém sou interrompido por uma bala que me acerta no ombro. O desgraçado tinha me dado um tiro. Ele se aproximou e quando ia disparar tomou uma rasteira e caiu de mal jeito, o que me possibilitou levantar e desferir um chute na sua cara, o que foi suficiente para desacordá-lo.
Nossas tropas chegaram ao local com Wolfgang a frente comandando todos os atos. Evacuamos o local. A mim foi dada a ordem de plantar cargas explosivas no local suficientes para que não encontrassem nenhum vestígio de tecnologia que pudesse ser aproveitada. Enquanto retornávamos para a base, vimos uma grande explosão às nossas costas. Como resultado desta ação a X-COM obteve alguns artefatos desconhecidos, além de algumas aeronaves que mesclavam a tecnologia terráquea de ponta com tecnologia alienígena.
Minha vida continuou a de sempre, vivo cada instante dela em companhia de minha esposa, pois a qualquer momento, poderei ser chamado...........