318 Tudo por ti

A estrela que admiravas, já não mais existia...
mesmo assim seu brilho te dei.

Gravei o canto do sabiá laranjeira,
que de tua varanda tu ouvias.

As cores do arco-íris até mudei
porque algumas cores tu não vias...

O nascer do sol, seu poente,
também te dei.

Dei-te ainda a sombra de minha figueira,
nas tardes de sol ardente...

As águas de meu rio cristalino,
te dei.

A brisa suave nas noites quentes,
para ti eu alcancei.

Fiz-me sol em teus dias frios e
serenei no mormaço de dias quentes.

Dedilhei Noturno pra tu dormires,
belos acordes de meu Stradivarius pra tu sorrires.

O sorriso de uma criança estampei-te a face;
O mais puro e doce mel, teus lábios provaram.

Dei-te o calor de meu corpo, o suor de meus poros...
minhas energias te dei

Transformei-me em tudo para alegrar-te:
como águia, ao meu mais alto pico, te icei;
como cavalo alado, em meu dorso te levei.

Como anjo-demônio, teus inimigos derrotei;
Como anjo-divino por tua vida, velei

Em teu sabão, teu corpo devassei. Em tua toalha,
todinha te enxuguei e como perfume
teu belo corpo impregnei

Para ti, até meus super-poderes, usei.
De meu ocultismo, todos os recursos empreguei:
minhas alquimias, com sucesso manipulei.
Como metafísico, milagres realizei.

Fiz tudo e faria muito mais... TUDO POR TI