Prakash era um homem santo e sentia orgulho nisso. Como ansiava ver a Deus
face a face, ficou contentíssimo quando Deus lhe perguntou em um sonho:
"Prakash, queres ver-me e conhecer-me deveras?"
"Claro que sim", respondeu, impaciente, Prakash. "É esse o momento que mais
tenho esperado. Até me contentava apenas com vislumbrar-vos" .
No dia seguinte, Prakash, o homem santo, despertou excitado, depois de uma
noite inquieta. A vista da montanha e a idéia de ver a Deus cara a cara
quase o faziam andar suspenso.
Começou então a pensar, impaciente, que presente poderia oferecer a Deus.
Claro que Deus esperava dele um presente, mas que poderia encontrar que
fosse digno de Deus?
"Já sei!" , pensou Prakash, "Vou oferecer-lhe o meu bonito jarrão novo. É
valioso, Deus ficará encantado. Mas não posso levá-lo vazio. Devo enchê-lo
de alguma coisa".
Pensou e voltou a pensar naquilo que meteria no precioso jarrão. Ouro,
prata, diamantes ou outras pedras preciosas? No fim de contas, o próprio
Deus tinha feito todas aquelas coisas, merecia, por isso, um presente muito
mais valioso.
"Pois é!" , pensou, finalmente. "Levarei a Deus as minhas orações. Que mais
pode ele esperar de um homem santo como eu? As minhas orações, a minha ajuda
ao próximo, os meus serviços, esmolas, sacrifícios, boas obras..."
Prakash sentia-se contente por ter descoberto com exatidão o que Deus
esperaria e decidiu multiplicar as suas orações e boas obras. Conseguiu um
verdadeiro recorde.
Durante as poucas semanas que se seguiram, foi anotando todas as orações e
boas obras e por cada uma deitava ao jarrão uma pedrinha. Quando estivesse
cheio a deitar por fora, subiria à montanha e ofereceria tudo a Deus.
Finalmente, Prakash pôs-se a caminho na direção da montanha com o precioso
jarrão cheio até em cima das tais pedrinhas. Repetia a cada passo o que
levava para dizer a Deus:
"Olhai, Senhor, gostais do meu precioso jarrão? Espero que sim. Tenho a
certeza de que gostareis dele e de que ficareis encantado com todas as
orações e boas obras que consegui juntar durante todo este tempo para vos
oferecer. Por favor, Senhor, agora abraçai-me!" .
Prakash subiu rapidamente a montanha onde marcara o encontro com Deus. Foi
repetindo o discurso e, ofegante e cheio de expectativa, chegou, trêmulo de
esperança, ao cimo da montanha. Mas onde estava Deus? Não o via em parte
alguma.
"Ó Deus, onde estais? Convidaste-me para vir aqui e eu mantive a minha
palavra. Cá estou! E vós, onde estais? Não me decepcioneis. Por favor,
mostrai-vos". Cheio de desespero, o santo homem prostrou-se por terra e
começou a chorar. Então, de repente, ouviu uma voz, que descia, retumbante,
das nuvens:
"Quem está aí em baixo? Porque te escondes de mim? És tu Prakash Não te
vejo. Porque te escondes? Que pusestes entre nós?
"Sim , Senhor, sou eu, Prakash, o teu santo homem. Trouxe-te este precioso
jarrão. A minha vida vem dentro dele. Trouxe-o para ti".
"Mas eu não te vejo. Porque hás de esconder-te atrás desse enorme jarrão?
Desse modo não nos veremos. Desejo abraçar-te. Portanto, atira-o para longe,
afasta-o da minha vista, deita-o fora!"
Prakash nem acreditava no que estava a ouvir. Partir o seu precioso jarrão
e deitar fora todas as suas pedrinhas?
"Não, Senhor! O meu formoso jarrão, não. Trouxe-o especialmente para vós.
Enchi-o mesmo com as minhas..."
"Atira com ele, Prakash. Pode dá-lo a quem quiseres. Mas livra-te dele.
Quero abraçar-te, Prakash. Quero-te a ti, não o jarrão."
Folheto Paulinas
Enviado por Regina Suppi (Concórdia SC)
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