Algum dia, quando os garotos se forem, haverá bastante sorvete...
Somente para a mulher e para mim. Não vamos encontrar o pote de
doce na prateleira de baixo... vazio e com o fundo meloso.
Voltaremos à nossa geladeira pequena e comeremos na antiga mesa
que usávamos quando éramos recém-casados.
O carro agora vai estar sempre limpo. O assoalho não ficará
coberto de papéis da Escola Dominical... nem batatas fritas secas
e grudadas. Nem goma de mascar, nem carrinhos, nem jogos de
montar, nem pentes de boneca ou mesmo anzóis espalhados sobre o
tapete. As portas ficarão fechadas, e não precisarei andar por
toda a casa apagando cada lâmpada. Não vamos mais tropeçar em
manadas de ursinhos de pelúcia... bonecas e animaizinhos de
feltro pastando ou dormindo no tapete.
Poucas ferramentas se perderão. Nada de corridas frenéticas, na
hora de dormir na procura de cobertores perdidos. As meias
milagrosamente estarão em pares certos, e as chaves do carro
estarão exatamente onde foram deixadas.
Porém, naturalmente, outras coisas também terão mudado.
Quando os garotos se forem, não ouviremos mais o tamborilar dos
pézinhos no corredor, e em seguida sentir os corpos mornos
serpenteando e gatinhando em nossa cama, aconchegando-se a nós
nas manhãs de sábado.
Não mais a bonequinha, os vestidos de babados na páscoa ou os
primeiros dias de escola. Não mais piqueniques ou casinhas de
brinquedo para fazer teatrinho. Não mais viagens para pescar e
caçar, ou salsichas assadas, ou apenas caminhar descuidadamente
de mãos dadas com as crianças.
Algum dia não haverá mais cartões feitos a mão para o Dia dos
Pais ou placas de madeira com a frase " A Melhor Mãe do Mundo".
Não mais desenhos a cryon, frases ou versículos, e cartolinas
coloridas montadas e penduradas na geladeira. Por isso, até que
chegue esse dia, deliciemo-nos com os momentos que passamos
juntos.
Autor não mencionado
Enviado por Angela Crespo - Mensagem da Paz
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