Aquela criança ganhava dezenas de brinquedos e era rodeada do que
melhor existia.
Morava numa grande casa, cuidada pelos melhores criados e protegida
pelos melhores cães-vigias.
Na rua, as outras crianças brincavam alegremente, sem parar, mas
poucas ela conhecia - pois não podia ir lá.
Eram meninos pobres e sujos, mas aparentemente se divertiam. Muitos
maus costumes aprenderia se com eles se juntasse. Mesmo assim, era
tudo que sonhava. Seus Pais disso sabiam, mas fingiam que não a
entendiam.
Os anos foram passando, os meninos da rua seguindo seus caminhos, a
criança crescendo e nada com ela acontecia. Seus pais envelheceram,
continuaram rígidos como sempre e desconfiados com tudo que de fora
vinha. A criança sobrevivia, amparada pelos mesmos criados e por
toda a serventia, naquela casa que agora parecia vazia.
Hoje, seus pais já morreram, seus empregados se foram e até da casa
ela mudou-se. Mas, a criança ainda é a mesma. Isolada do mundo e de
tudo que ele lhe traria. Quieta, tímida e arredia. Pálida, triste e
vazia. Sozinha, é ainda uma criancinha. Bem velhinha...
Autor não mencionado
Enviada por Meire - Mensagem da Paz
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