Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada
salutar. Tudo para ele se resumia em dinheiro. Queria saber o preço de tudo
o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum.
Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra. E
dentre essas coisas, algumas são as melhores do mundo.
Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da
sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado. A mãe o abriu e leu:
"Mamãe me deve:
por levar recados - 3 reais;
por tirar o lixo - 2 reais;
por varrer o chão - 2 reais;
extras - 1 real.
Total que mamãe me deve: oito reais ".
A mãe espantou-se no primeiro momento. Depois, sorriu, guardou o bilhetinho
no bolso do avental e não disse nada.
O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto. Correu para a
mesa do almoço. Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais.
Os seus olhos faiscaram.
Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com
aquela recompensa. Mas, então, percebeu que havia um outro papel ao lado do
seu prato. Igualzinho ao seu e bem dobrado.
Abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta.
"Filhinho deve à mamãe:
por amá-lo - nada;
por cuidar da sua catapora - nada;
pelas roupas, calçados e brinquedos - nada;
pelas refeições e pelo lindo quarto - nada;
total que filhinho deve à mamãe - nada."
O menino ficou sentado,lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer
nenhuma palavra. Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão
de sua mãe.
A partir deste dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor.
Autor não mencionado
Enviado por "delamaia" - Novos Mensageiros
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