466 Velhice...O nosso amanhã
VELHICE...O NOSSO AMANHÃ


Havia uma família bem conceituada, que vinha se arrastando com um sério problema de ordem familiar. O chefe dessa família tinha o pai idoso sob seus cuidados e o amava extremosamente. A esposa, entretanto, na sua ausência, tratava osogro com profundo desprezo.

Embora o pobre velhinho nunca se queixasse, o filho nutria fortes desconfianças a respeito. Certo dia. o velhinho amanheceu com forte crise de bronquite, mas, como o filho já havia saído para o trabalho, ele não recebeu o menor atendimento.

Desesperado, ele se vestiu, enrolou um xale no pescoço, colocou seu boné e saiu sem rumo, indo dar numa igreja. Ali, chamaram a ambulância e o encaminharam a uma clínica geriátrica.

Quando a crise cedeu, ele pôde falar e orientar a direção da clínica sobre onde encontrar o filho. Este foi chamado e o pai, infelizmente, não pôde poupá-lo da dura verdade.

Confirmadas então suas sérias suspeitas, o filho foi tomando decisões igualmente sérias.
Internou o pai ali em caráter definitivo, contratando um enfermeiro particular para atendê-lo. Após esses passos preliminares, foi para casa e lá não fez perguntas, mas também ninguém prestou qualquer esclarecimento; todavia, ele percebeuque todos estavam tensos. No dia seguinte, não foi ao trabalho, no período da manhã. Voltou à clínica para visitar o pai e a fim de tomar novas providências. Na hora do almoço, depois da refeição, chamando a atenção da família e maisespecialmente da esposa, falou solenemente:
- "Parece que meu pai tem sido um entrave na sua vida. É provável que você já tenha esquecido que a casa onde vivemos confortavelmente é dele"
- "Também deve ter se esquecido que ele foi morar na pequena casa dos fundos, para que nos instalássemos bem aqui. Mas tudo isso já não tem mais tanta importância. Mudei o rumo das coisas. Aluguei a casa dos fundos e já internei o meu pai numa clínica; mas para mantê-lo lá, confortavelmente, tomei essas medidas: Cancelei a matrícula das crianças dos cursos supérfluos; vendi o seu carro e transferi a matrícula dos filhos para a escola pública próxima. Eles poderão ir a pé muito bem. Estarei almoçando com meu pai na clínica todos os finais de semana, para que ele não se sinta só."

Esse é o retrato de uma pessoa que não soube respeitar os direitos de um idoso, a quem também devia tantos favores...


Autor não mencionado
Enviado por Paulo Barbosa - Sábio

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