NÃO SE PODE ALTERAR

Certo homem empreendeu uma longa viagem. Chegando ao destino, ali ele se demorou na solução de vários negócios. Nesse ínterim, fez amigos e visitou muitos deles. Quando determinou regressar, aquele amigo mais chegado o convidou para um lanche com a família. A mesa bem disposta apresentava grande variedade de guloseimas. O convidado tentou provar quase todos, mas houve um bolo cujo sabor o agradou de tal maneira que não conseguiu parar na primeira fatia. Finalmente, antes de se retirar, ele pediu à esposa do amigo que lhe desse a receita daquele bolo tentador...

Retornou. Foi muito agradável rever todos os seus. Trocaram as novidades e conversaram bastante. Passados dois ou três dias, o homem encontrou a receita no meio da sua papelada e pediu à esposa que a executasse. Ela, tomando o papel, leu-o atentamente e lhe falou:

- Mas, querido, nós não dispomos de todos os ingredientes requeridos!

O marido então, analisando a receita, começou a determinar alterações, à medida que a mulher ia apontando aquilo que estava em falta:

- Não tenho farinha e falta também a manteiga - disse-lhe a esposa.

- Ora, substitua por fubá e óleo comestível - respondeu o marido.

- Faltam leite e o coco ralado, ambos insubstituíveis - continuou ela.

- Nada disso. Coloque água em lugar do leite e suprima o coco - falou.

- De qualquer maneira, meu amor, é impossível fazer esse bolo porque o forno está desativado por causa de um rombo no fundo - argumentou a esposa, na certeza de o haver convencido da inviabilidade.

- Não tem importância. Asse-o no braseiro e verá como o bolo é delicioso. Com um pouco de imaginação e boa vontade você há de conseguir ...

Uma hora mais tarde o bolo estava pronto. Sentaram-se à mesa, partiu-se o bolo e o marido foi o primeiro a prová-lo. Intragável... não havia qualquer semelhança com aquele que comera com os amigos.

Para se conservar o resultado de qualquer bom sistema, não se pode suprimir nem substituir nele a menor parcela. Observe-o no seu todo!

Autor não mencionado
Enviado por Paulo Barbosa - Reflexões

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