Um dia, o pai de Woo Sing chegou em casa com um espelho trazido da cidade grande.
Woo Sing nunca vira um espelho na vida. Dependuraram-no na sala enquanto ele estava brincando lá fora; quando voltou, não compreendeu o que era aquilo, pensando estar na presença de outro menino.
Ficou muito alegre, achando que o menino viera brincar com ele.
Ele falou muito amigavelmente com o desconhecido, mas não teve resposta. Riu e acenou para o menino no vidro, que fazia a mesma coisa, exatamente da mesma maneira. Então, Woo Sing pensou:
- Vou chegar mais perto. Pode ser que ele não esteja me escutando.
Mas quando começou a andar, o outro menino logo o imitou. Woo Sing estacou e ficou pensando nesse estranho comportamento. E disse para si mesmo:
- Esse menino está zombando de mim; faz tudo o que eu faço!
E quanto mais pensava, mais zangado ficava. E logo reparou que o menino estava zangado também. Isso acabou de exasperar Woo Sing! Deu um tapa no menino, mas só conseguiu machucar a mão, e foi chorando até seu pai. Este lhe disse:
- O menino que você viu era a sua própria imagem. Isso deve ensinar a você uma importante lição, meu filho. Tente não perder a cabeça com as outras pessoas. Você bateu no menino no vidro e só conseguiu machucar a si mesmo. E lembre-se: na vida real,
quando você agride sem motivo, o mais magoado é você mesmo.
William J. Bennet, em O Livro das Virtudes II - O Compasso Moral
Enviado por Hannalu - Grupo Palavra de Anjo
<< A casa dos mil espelhos
Carta de um bebê >>