A feminilidade que encanta

 Intuição, sensibilidade... sentidos que pareciam incompatíveis com o mercado de trabalho, agora são fundamentais para uma carreira de sucesso!

 Apesar das diferenças salariais e das escassas oportunidades de empregos para cargos executivos, não há dúvidas de que o mercado de trabalho para as mulheres passou por uma grande revolução nos últimos anos. A mentalidade de que apenas os homens tinham direito às melhores oportunidades e de que eles eram os responsáveis pelo sustento da família está mudando, tanto que nos EUA, grandes companhias estão oferecendo maiores gratificações aos executivos que promovem mulheres em seus departamentos.

 O cenário atual ainda não é o ideal, mas as notícias de que o número de mulheres contratadas é maior que o de homens oferece grandes e boas expectativas. Para o "guru" norte-americano Tom Peters, as habilidades necessárias para os líderes de hoje provêm de qualidades tipicamente femininas, como a capacidade de investir em relacionamentos e de pensar e fazer várias coisas ao mesmo tempo. A intuição, sentido altamente desenvolvido pelo "sexo frágil", se livrou da conotação negativa que carregava há algum tempo e se tornou um elemento fundamental para as lideranças.

 Uma das grandes responsáveis pela disseminação desse novo conceito no mundo organizacional foi a Inteligência Emocional, que provou a importância de se estabelecer um ambiente de trabalho harmonioso. Obviamente que por trás desse "paraíso organizacional" está a produtividade, que aumenta quando os profissionais se sentem felizes no trabalho.

O outro lado da moeda

 Mas nem tudo são flores. Estudos evidenciam que as mulheres são mais estressadas que os homens justamente por quererem abraçar o mundo. Excesso de zelo e perfeccionismo elevam o nível de estresse, que é totalmente incompatível com o sucesso profissional. Seria esse o motivo da criação do Bully Broads?

 Bully Broads (algo como mulheres que exercem assédio moral) é um treinamento, desenvolvido pela norte-americana Jean Hollands, que visa detectar e trabalhar falhas de personalidade, além de desenvolver técnicas de liderança que valorizam o ser humano no ambiente de trabalho. A "audiência" é formada, única e exclusivamente, por mulheres que atingiram altos postos nas empresas, mas que deixaram de lado a "delicadeza" feminina e passaram a adotar uma postura abusiva de liderança. Como conseqüência, passaram a ser mal vistas e odiadas por seus subordinados e parceiros de trabalho.

 O objetivo do programa é fazer com que essas profissionais descubram suas vulnerabilidades. Por meio de vídeos, terapia em grupo, aconselhamento individual e até avaliações de pessoas com quem as executivas tenham tido contato, o treinamento procura mostrar-lhes que não há mal em ser dócil e até em chorar.

 A maioria das profissionais que freqüenta o treinamento não vê nenhum mal em seu comportamento, já que foi criada em um período onde as mulheres deveriam agir como homens para obter sucesso. Se não fossem duronas ou exercessem a ditadura do medo, seriam vistas como fracas. Dito isso, nada mais correto que negar a intuição, a emotividade e a subjetividade.

Dois pesos, dois valores

 Por que, ao adotar uma postura similar a de um homem, as mulheres não são vistas como grandes líderes, e sim como autoritárias?

 Em primeiro lugar, um comportamento determinado por abusos é prejudicial tanto para mulheres como para homens - o assédio moral acontece dos dois lados e independe de nível social ou cargo. Os mais afetados são, sem dúvida, os que sofrem a agressão, mas a carreira do agressor pode ser afetada a partir do momento que sua atitude compromete os resultados da equipe e da empresa.

 Em segundo lugar, as pessoas não estão acostumadas a presenciar esse tipo de comportamento nas mulheres. E são justamente as características próprias da personalidade feminina que estão passando a ser mais valorizadas pelas empresas. Portanto, não faz sentido descartá-las. Usá-las, desde que na medida certa, pode contribuir enormemente para uma carreira de sucesso.

 E vale a pena investir no bom humor, principalmente em períodos de crises. Rir de si mesma e das situações pode tornar tudo mais fácil não apenas para a profissional, mas para toda a sua equipe. O bom humor é um dos pilares que formam um grande líder - e isso independe de seu sexo.

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