INTENSIDADES E MISTURAS
(Mister KRocK)


Eu misturo tudo.

Lembra dos remédios, que não podem ser misturados com mais nada?

Acho que nada que não possa ser misturado a outras coisas pode ser bom de verdade.

Incluindo pessoas.

Incluindo relações.

Meu animador remédio anti-deprê de todo dia, às vezes é substituído pelo proposital esquecimento de tomá-lo.

Prepotência, talvez, de achar que vou me virar sozinho.

Outras vezes é substituído por encontros com amigos.

Encontros temperados com comida gordurosa e um pouco de álcool para o sangue.

Tudo o que eficientemente anula o efeito do remédio, mas que na maioria das vezes funciona melhor do que ele.

Eu misturo sim.... e quer saber? Foda-se!!! Minha felicidade é meu anti-deprê titular.

Meu comprimido pode até entrar em campo todo dia, mas não é meu centroavante.

Misturo pessoas, amizades, letras de música. Começo cantando uma e termino em outra.

Mundo inoportuno? Inoportuno sou eu, para o mundo.

E não estou nem aí.

Mandar tudo para a PQP? Mando mesmo.

Gritar? Grito mesmo.

O que quero dizer é que seja la o que se sinta, sinta em seu todo, com toda a intensidade.

Se estou para cima, estou a mil por hora.

Se estou para baixo, iberno profundamente mesmo.

Sem graça não é a vida triste.

Porque a tristeza tem que ser intensa, tanto quanto a alegria.

Sem graça é não sentir, não oscilar entre os extremos, ficar no meio, comedido e cheio de medos para sentir.

Essa coisa da estabilidade de um cotidiano morno não me agrada.

Não sei quem disse isso, mas já ouvi e repito sempre:

"Quer que eu te engula? Então seja quente, ou seja frio. Se for morno eu te vomito".

Acho que é por aí: intensidades, misturas e amigos.

Tire uma dessas três coisas, e a vida perde a graça. e para cada uma delas, quanto mais melhor.

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