SSC - Parte 3: "Consensual"
(Mister KRocK)


Creio que esta seja a mais importante das três regras básicas do BDSM.
Não apenas porque delimita o que pode ou não ser feito, mas porque é a decisão tomada em conjunto.

Ser consensual significa respeito aos gostos e fantasias do outro.
Ser consensual reflete maturidade e consciência. Reflete segurança e sanidade.
Não considero o BDSM como um universo totalmente à margem da sociedade em que vivemos.

O BDSM segue algumas regras de outras esferas de relacionamento, e a consensualidade é uma delas.

Assim como ninguém deve casar-se contra a própria vontade, assim como ninguém deve ser obrigado a comer o que não gosta, no BDSM ninguém deve fazer o que não estiver a fim.

Ser consensual não é apenas colocar as regras da situação.

Ser consensual é construir algo junto com a outra pessoa.

É estreitar os laços de afinidades e solidificar cada vez mais a confiaça de ambos.
E ser consensual me lembra as aulas de matemática.

Teoria dos conjuntos. Operação de intersecção. Lembram disso?

Intersecção é o grupo de elementos que dois conjuntos tem em comum.

Por exemplo:

conjunto A tem os elementos 1, 2, 3, 4 e 5.
conjunto B tem os elementos 3, 4, 5, 6 e 7.

A intersecção deles é um novo grupo, com os elementos 3, 4 e 5, pois são os que aparecem nos dois conjuntos.

É assim com os gostos e fantasias que temos.

Ser consensual é respeitar a intersecção dos gostos.

Cada um de nós é um conjunto diferente de gostos, preferências, taras, fantasias, fetiches, etc...

Ao nos encontrarmos com outra pessoa que também o seu grupo de preferências, apenas o que for comum aos dois é que entra na relação.

Por isso cada relação é diferente, por isso cada relacionamento com cada escrava que tenho é único e peculiar.

É no respeito pela consensualidade que alcançamos a verdadeira valorização das nossas relações, sejam elas BDSM ou não.

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