Ó
imortal barqueiro,
tu que buscas as almas
na derradeira travessia.
Saibas que nâo trouxe moedas
para dar-te.
Trouxe
as angústias e os ódios,
o sofrimento e a fadiga;
Um pouco do ódio peculiar dos humanos
e a sensação da missão cortada
a ferro.
Deixei amigos e inimigos,
Interrogações e exclamações
pelas frases afora, que escrevi na vida.
Também deixei esperanças e,
as lembranças de outrora.
Ó
imortal barqueiro,
tu que buscas as almas
na derradeira travessia.
Me alivia desta bagagem!