Como podes?

À você que mal conheço e,

já compartilha meu existir,

de mansinho, de longe,

quase sem querer,

se faz sentir.

Como pode?

Estares tão longe e aqui,

num mesmo instante,...

Poderia até sentir o doce aroma

do teu ofegar,

poderia abraçar-te de supetão,

e depois acordar,...

Poderia mil coisas,

mas não as posso,

pois de fato,

estás longe;

embora tua presença

me cause devaneios,

ainda assim estás longe,...

e esta distância é que corroí

meu inevitável existir!

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