Incógnita

Nunca vi teu sorriso,

Tua boca sussurrando desvarios,

nem teu acordar sereno.

 

Teus cabelos de interrogação

tocados por uma brisa

de fim de verão,

me é negado presenciá-los.

 

E tua silhueta,

que me ponho a imaginar

contrastando na penumbra

de lençóis sem simetrias quaisquer.

 

Uma incógnita,

eis o que és,

uma bela incógnita que por vezes

fala baixinho,

entre dengos e suspiros,

sussurra direto dentro de meu existir,

do meu querer,

que alheios á meu saber

se superam

e simplesmente te aguardam.

 

Sim, és uma incógnita,

em parte.

Não o serás para sempre,

pois o nunca e o sempre

estão muito distantes

das realidades todas

que a nossa existência

possa vir a suportar.

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